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06/03/2004 - 16h35

Leia crítica de 10 filmes em cartaz; saiba o que assistir e o que não assistir

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RICARDO FELTRIN
Editor da Folha Online

Segue abaixo uma lista e pequena crítica de dez filmes em cartaz ou em pré-estréia neste final de semana. Embora seja fruto de uma avaliação subjetiva baseada no gosto pessoal da reportagem, vale como referência para você decidir o que vale e, principalmente, o que não vale a pena assistir nos cinemas.

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Custo da Coragem (Veronica Guerin) - A vida da jornalista irlandesa Veronica Guerin é magistralmente interpretada por Cate Blanchett. Na verdade, a atuação da atriz até ofusca o filme, que, aliás, tem o "inconveniente" de sabermos o final de antemão. Veronica foi assassinada a tiros em 96 por traficantes que ela perseguia
--"perseguição" jornalística, bem entendido. Graças à sua morte, a Constituição da Irlanda mudou, mais de 160 pessoas foram presas em uma megaoperação de repressão à lavagem de dinheiro, milhões de dólares --fruto de ações criminosas-- foram confiscados e a memória da jornalista virou símbolo eterno de coragem (e imprudência, dada as fontes que ela tinha, convivia e se "alimentava"). Há uma desnecessária romantização em certos trechos da história, o que é curioso e até surpreendente, dado que o diretor é ninguém menos que Joel "Mão Pesada" Schumacher (de "Por um Fio", entre outros). Mas vale a pena.

Alguém tem que Ceder ("Something's Gotta Give") - Tem pré-estréia em vários cinemas da cidade neste sábado, a partir das 21h30. Em resumo, trata-se de uma excelente e inteligente comédia sobre o amor na terceira idade, com uma rara química que une Jack Nicholson, Diane Keaton (charmosíssima) e Keanu Reeves --este, no papel de um médico, exorcizando de vez o Neo ("Matrix") de seu corpo.

Na Captura dos Friedmans ("Capturing the Friedmans") - Pré-estréia pelo quarto sábado consecutivo em São Paulo. Que dureza! Difícil encontrar algum motivo (honesto, quero dizer) para que este documentário-arremedo tenha sido indicado para o Oscar. Para piorar, o filme vem sendo anunciado nos cinemas com uma chamada absolutamente sensacionalista e farsesca, que tenta sensibilizar e atrair público misturando um tema musical choroso e "remelento" mais frases lançando dúvidas sobre a culpabilidade do principal acusado. Pode ir assistir, mas é um documentário chato de galocha.

Confidence - O Golpe Perfeito ("Confidence") - Muito, muito, muito bom! Já havia feito sucesso na Mostra SP. Seria lugar-comum elogiar Dustin Hoffman no papel de mafioso. O roteiro do filme e os diálogos são de altíssimo nível e tem um final digno de embasbacar até o pior dos vilões
--o que dizer, então, do público?

Ken Park (idem) - Vamos encontrar algumas palavras para definir este filme? Vamos! Lixo, nojento, podre, porco, apelativo, infeliz, asqueroso, nauseabundo, vazio, estúpido, idiota, mambembe, ridículo e chulo.
Ah, "e" violento. Acho que isso basta para você não dar um centavo do seu dinheiro para o diretor medíocre Larry Clark (de "Bully, '"Kids" etc.) Embora seu imenso ego o impeça de fazer isso, Clark deveria assumir logo que seu ramo é o da sadopornografia.

Para Minha Irmã ("À Ma Souer!") - Pe-ri-go! Pe-ri-go! Não se deixe seduzir pela falsa candura dos cartazes deste outro filhote do cinema-agressão, tão em voga no momento. A diretora Catherine Breillat transforma um filme humano, aos 44 minutos do segundo tempo, numa deselegante agressão à inteligência e aos olhos do espectador. Obviamente a diretora deve ter alguma razão "estética" para o inverossível desfecho que escolheu. Tsk, tsk... Bem que ela poderia se unir com Larry "Ken Park" Clark no mundo dos filmes C (chamar essas obras de filme "B" seria elogiá-las).

Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas ("Big Fish") - Ahhhh... voltamos ao cinema de verdade, enquanto arte e veículo de fantasia e entretenimento. Se fosse uma pintura, "Big Fish" poderia tranqüilamente ser assinado por Dalí. Mistura doses ideais de amor, fantasia, realismo fantástico, surrealismo e ingenuidade. Duas horas que passam voando...

Sob o Sol da Toscana (Under the Tuscan Sun) - Uma comédia romântica de elevadíssima qualidade, com uma deslumbrante Diane Lane e, repetimos, uma das mais belas fotografias em cartaz este ano. A história é tão doce, tão inteligente e tão amarradinha (por uma simbólica torneira, acreditam?), que o filme se torna grandioso. Vá assistir! Vá correndo antes que saia de cartaz!

Do Jeito que ela é ("Pieces of April") - Aquela doce adolescente do insosso seriado "Dawson's Creek" transformou-se numa bela mulher e uma atriz competente, que desempenha muito bem o papel de filha-ovelha negra renegada pela família tradicional norte-americana, na data mais idolatrada naquele país, o dia de Ação de Graças. Não chega a ser um filme imperdível, mas também não é de se jogar fora.

Dogville (idem) - Algum amigo seu saiu no meio do filme? Alguma amiga franziu o nariz e recomendou a você que não o assista? Se sua resposta é sim, a pergunta é: você está convivendo com as pessoas certas? Porque "Dogville" será catalogado para sempre na região das obras-primas da história do cinema. Deslumbrante é pouco. É antológico e inesquecível.

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