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07/03/2004 - 08h03

Preta Gil estréia programa na Band em abril

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LAURA MATTOS
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
da Folha de S.Paulo

Em menos de um ano, ela passou de filha de Gilberto Gil a cantora, atriz de novela, modelo, celebridade de "Caras" e, agora, apresentadora de televisão.

Sob tutela de Marlene Mattos, Preta Gil, 29, estréia "Caixa Preta", na Band, em abril. Diz que já quis ser paquita e que está adorando ocupar a vaga de "pupila" da ex-diretora da Globo.

"Estou me achando a Xuxa. Ia amar se a Marlene mandasse em mim, fosse uma carrasca comigo", brinca, com deboche característico.

O programa fará de sua própria personalidade irreverente uma atração. Uma caixa preta com perguntas provocativas circulará por festas de famosos e outros ambientes. Marlene, diretora artística da Band, quer "Caixa Preta" ao vivo, mas deverá transmiti-lo gravado no início.

Vai ao ar aos sábados, provavelmente às 23h. A nova apresentadora assinou com a Band por um ano, deixando para trás proposta de comandar programa no Multishow e atuar em novela na Globo (já participou de "Agora É que São Elas").

Preta passou a ter a vida dos sonhos de Darlene --a louca por fama de "Celebridade"-- em agosto, com o lançamento de seu CD e do encarte em que aparece nua.

O disco vendeu 20 mil cópias ("Apesar de todo o investimento da gravadora [Warner] em Maria Rita..."). E sabe que seu programa é conseqüência da polêmica em torno da gordinha, negra e filha de ministro pelada. Ela já foi publicitária, promotora, diretora de clipes ("Dirigi alguns meio porcarias, do KLB, Carla Visi, que fazem parte do meu crescimento").

À Folha, revelou detalhes de seu programa, falou do pai, da relação com Marlene, da demissão de seu padrinho do Ministério da Cultura, do caso Waldomiro Diniz.

Folha - Você concorda que seu programa de TV é conseqüência da polêmica em torno de ter aparecido nua no encarte do CD?

Preta Gil
- Tenho um site com mensagens que me esculhambam e deixo no ar porque acho ótimo. Tem também gente que fala: "Você mudou minha vida. Sou gordinha, não botava maiô há dez anos e ontem fui à praia". Tem marido falando: "Minha mulher não transava de luz acesa porque era gordinha. Obrigada, porque agora ela se acha o máximo". Isso tudo me rendeu um programa de TV.

Folha - Você ficará num sofá?

Preta
- Não gosto de sofá. Isso me remete à sessão de analista. Quero ficar mais à vontade, circular pelo cenário. Todo programa terá uma pessoa da platéia que irá interagir com os convidados. Quero levar de tudo: Zé Celso [o dramaturgo José Celso Martinez Corrêa], [a banda pop] Charlie Brown Jr., o Caetano. Quero fazer as pessoas falarem de modo menos óbvio. A idéia é dizer coisas que não são ditas, trazer à tona mediocridades e hipocrisias.

Folha - Vai de consultório sentimental à exploração de polêmicas?

Preta
- A caixa vai ter perguntas inusitadas. Pode ser qualquer bobagem, tipo: "Qual é seu trauma de infância?", "Quem você detesta na TV?". Quero mostrar a famosa que tem problema para arrumar namorado e a mulher da platéia que não é famosa nem bonita, mas é a sensação da rua.

Folha - Em show, você esculhamba com tudo. Será assim na TV?

Preta
- As pessoas não podem se levar muito a sério. Isso acontece demais na TV. A gente tem que ter autocrítica e escracho para crescer. Tem que tirar a máscara. Mas não quero agredir ninguém. Perco a piada mas não o amigo.

Folha - Na caixa, poderia ter algo do tipo "Você odeia a Xuxa"?

Preta
- Com certeza (risos). Até porque neste momento eu estou me achando a Xuxa, a nova pupila da Marlene Mattos. Quero ficar o tempo todo dizendo: "Cadê meus seguranças?".

Folha - E ser pupila da Marlene Mattos causa medo também?

Preta
- Só empolgação. Eu ia amar se ela mandasse em mim, se fosse uma carrasca comigo. Sempre penso nela gritando comigo e eu chorando (risos). Não, ela não é assim. A Marlene é um doce comigo, ela me escuta muito, dá risada das besteiras que falo. Acho o máximo poder abraçá-la, beijá-la. Sempre falo: "Nossa, sou amiga da Marlene Mattos!". Nós nos conhecemos há quatro anos e ela me chamou para fazer matérias para o programa da Xuxa. Já quis ser paquita, então, adorei.

Folha - Chegou a tentar?

Preta
- Nunca, pensa bem. Preto, no Brasil. Só se eu fosse a Bombom (risos). Vamos combinar que o racismo impera no Brasil.

Folha - Vai ficar rica na Band?

Preta
- Meu contrato é superbacana, vai justificar o fato de eu ter de gravar toda semana, ter que perder alguns convites para show. Poderei reestruturar minha vida.

Folha - Ao descobrir que queria ser artista, transformou-se em uma louca pela fama, numa Darlene?

Preta
- Não tenho isso. Sou famosa desde o dia em que nasci. Eu me chamo Preta, sou filha do Gilberto Gil. Quando era publicitária, estava numa agência e a mulher do cafezinho me pedia autógrafo. Como é que se explica isso? Sabe aquela coisa do "meu destino é ser star"? Achava cafona, brega. Mas o que posso fazer?

Folha - Qual é a sua opinião sobre o episódio envolvendo seu padrinho, Roberto Pinho --demitido por Gil do Ministério da Cultura sob acusação de irregularidades?

Preta
- Achei triste. Ele é meu padrinho e sempre será.

Folha - Falou com ele sobre isso?

Preta
- Não. Não tenho relação de falar com ele desde que cresci. Mas espero que as pessoas consigam colocar suas vidas em ordem. Meu pai tomou a atitude certa porque, sendo verdade ou não, aconteceu algo esquisito.

Folha - O que achou de Flora (mulher de Gil) ter organizado o camarote no Carnaval de Salvador, apesar de ter dito, em 2003, que não o faria enquanto Gil fosse ministro?

Preta
- Natural. Ao longo de um ano, ela foi percebendo que não havia problema, do ponto de vista pessoal, profissional e até legal.

Folha - Não vê problemas éticos?

Preta
- Nenhum. Pelo amor de Deus! Agora viramos uma família de abestalhados, que faz bobagem para tudo quanto é lado? Não, né?

Folha - E também estão acusando seu pai de viajar muito para shows.

Preta
- Caramba. Deixa o cara em paz. Ele está fazendo um trabalho tão bonito...

Folha - Não dá para deixá-lo em paz, Preta. Ele é ministro.

Preta
- Ah, então não deixa. Mas nessa viagem que ele está fazendo agora para trabalhar, que tirou 15 dias de férias porque têm direito, a quantidade de reuniões que está fazendo para o governo e o ministério... Ninguém fala sobre isso.

Folha - E o caso Waldomiro Diniz?

Preta
- Ai, não tenho noção do que está acontecendo. Foi no Carnaval [na verdade, o escândalo veio à tona uma semana antes].

Folha - Nem chegou a falar com seu pai sobre isso?

Preta
- Imagina! Eu, pulando atrás da Timbalada, ia falar com o meu pai sobre o Waldomiro?!
 

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