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16/03/2004 - 16h04

Começa julgamento de líder de banda acusado de matar atriz francesa

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da France Presse, em Vilna

"Marie estava fora de si e eu, fora de mim". Foi com estas palavras que Bertrand Cantat, líder do grupo de rock francês Noir Désir, descreveu a briga que teve com a mulher, a atriz Marie Trintignant. A atriz morreu em conseqüência dos ferimentos e Cantat começou a ser julgado por homicídio hoje, em Vilna (Lituânia).

"Tinha que ter ido embora. Não devia ter feito aquilo, evidentemente. Estava fora de mim", disse Cantat aos juízes.

O processo começou com a negação do pedido da promotoria para que as audiências ocorressem a portas fechadas. O promotor fez o pedido alegando respeito "à vida privada de Bertrand Cantat e, sobretudo, de Marie Trintignant", mas a família da atriz se opôs à medida.

Bertrand Cantat pode ser condenado a 15 anos de prisão pelo assassinato da atriz, que morreu em Paris no dia 1º de agosto do ano passado em função dos golpes que recebeu durante uma briga num hotel de Vilna, onde ela participava de uma filmagem.

A identidade dos envolvidos no drama contribuiu para a repercussão do caso na França, principalmente porque o casal tinha conseguido manter sua relação longe da curiosidade do público e da imprensa sensacionalista. A divulgação do caso revelou aos franceses, ao mesmo tempo, uma história de amor intensa e apaixonada e seu trágico desenlace em Vilna.

Dirigindo-se à família da atriz, Bertrand Cantat disse no tribunal que "Marie não morreu de ódio". "Sei que é irrisório, que não me ouvirão. Queria dizer-lhes simplesmente de todo o meu desespero. Que sei o quanto sofrem", continuou.

"Quero que saibam, eu amava Marie", declarou Cantat, que momentos antes explicou que a causa da briga foi uma discussão sobre os relacionamentos anteriores de um e de outro.

"Ela explodiu. Eu não a reconheci mais. Ela foi maldosa, suas palavras foram extremamente duras, insultos a mim, a Kristina, meus filhos, minha vida antes dela", contou Cantat, fazendo referência à ex-mulher.

A cineasta Nadine Trintignant, mãe de Marie, se negou a fazer uma declaração ao tribunal em nome da família e em resposta a Cantat. "Já ouvi muitas mentiras e se tivesse que falar, falaria mal", disse a cineasta, afirmando que preferia deixar que seu advogado falasse em seu nome.

Chamada a prestar declarações como testemunha, Nadine depois afirmou que Cantat havia mentido ao descrever a ira da companheira. "Em 40 anos, nunca vi Marie encolerizada", disse. Ela também desmentiu as declarações de Cantat de que Marie fumava maconha "de manhã até a noite" e denunciou "os ciúmes anormais" do cantor.
 

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