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20/03/2004 - 08h12

Estréia de "A Paixão de Cristo" ganha lágrimas e críticas

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da Folha de S.Paulo
da Agência Folha

O filme "A Paixão de Cristo", em que o diretor Mel Gibson retrata as últimas horas da vida de Jesus Cristo, estreou ontem nos cinemas brasileiros, causando comoção principalmente entre grupos cristãos.

Em São Paulo, às 11h de ontem, cerca de 90 pessoas assistiram à primeira sessão do shopping Metrô Santa Cruz.

Na opinião do casal de aposentados Eugênio Nascimento, 75, e Luzia da Silva Nascimento, 73, "A Paixão de Cristo" é uma interpretação "muito bonita" do que é descrito na Bíblia. Para Eugênio, os romanos foram os culpados pela morte de Jesus Cristo.

O estudante budista Rodrigo Chen, 18, disse que a violência apresentada havia superado suas expectativas. Em sua opinião, os judeus foram os responsáveis pela morte de Jesus.

Fernando Nogueira de Araújo, 60, militar reformado, estava emocionado ao sair da sessão: "Ainda estou tentando me recuperar". Disse que a culpa pela morte de Cristo pode ser atribuída à "turba ensandecida" e comparou os soldados romanos aos fiscais de Marta Suplicy que vigiam os camelôs do centro de SP.

No cinema do shopping Pátio Higienópolis, havia cerca de 60 pessoas na sessão das 12h30.

Voluntária de um grupo de carmelitas, Camila Chaves, 22, chorou na saída do cinema. "Mostra o sofrimento de Cristo como foi realmente. Os maiores culpados foram os romanos", disse.

Para administrador judeu Nessin Misrahi, 56, o filme "não leva a nada, é violento e só mostra o lado negativo da história. Até para o lado católico é ruim. Não se deve mexer no passado dessa forma".

No Cine São Luiz, em Fortaleza, uma fila dava voltas na praça do Ferreira, na tarde de ontem, apesar da venda antecipada de ingressos para o filme de Gibson.

"Foi o melhor filme a que já assisti. Mas nunca mais quero ver, porque Jesus sofreu muito, é muito chocante", disse Josué Batista, 23, católico praticante.

"Quando pegam o chicote e arrancam um pedaço de Cristo é de despedaçar qualquer um", disse Weber da Conceição, 27, protestante da igreja congregacional.

Em Manaus, católicos e evangélicos praticantes assistiram ontem à sessão de estréia do filme.

"O diretor não condena nenhuma religião, já que mostra um Jesus misericordioso", disse Vera Lúcia Lexas, 53, evangélica.

"O filme é um relato fiel ao que aconteceu nas últimas 12 horas da vida de Jesus e não é anti-semita", disse Greice Mariano, 42, católica.
Apresentado às 13h [14h em Brasília] na rede Severiano Ribeiro, o filme levou 78 espectadores a uma sala de 300 lugares.

Gritos de aleluia, palmas para a cena da ressurreição de Cristo e muito choro nas cenas do martírio marcaram a sessão.

O grupo Severiano Ribeiro também promoveu, na noite de quinta-feira, no Rio, sessão beneficente de "A Paixão de Cristo", com ingressos a R$ 100. O dinheiro foi revertido para a construção do Seminário Maria Mater Ecclesiai.

Entre os presentes ao evento estavam a socialite Carmem Mayrink Veiga, a deputada federal Denise Frossard (PSDB-RJ), além dos padres José Maria e Jorjão.

"Temos uma tendência a banalizar o que Cristo passou. Mel Gibson foi fiel àquele sofrimento, e isso não é contra os judeus", disse a evangélica Ana Cássia Araújo dos Santos, 29.

O público que deixou o Cinemark ontem à tarde em Porto Alegre se mostrou dividido.

A estudante católica não-praticante Daiane Mallmann, 28, disse ter gostado dos "efeitos visuais" e criticou o "excesso de brutalidade" e "os estereótipos" no filme.

O comerciário Gerson Pacheco, 23, que se diz agnóstico, afirmou ter gostado da história, mas que "não precisava tanta violência". Também comerciário, o católico praticante Giancarlo Gutti, 40, achou que "a história de Cristo é muito bem contada no filme" e que "as interpretações são boas".

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