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23/03/2004 - 06h50

Especial lembra 70 anos sem Ernesto Nazareth

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MÁRVIO DOS ANJOS
da Folha de S.Paulo

A certa altura do documentário "Ernesto Nazareth" --que a rede SescSenac transmite hoje às 14h--, o compositor Osvaldo Lacerda observa que "tomadas as devidas proporções", Nazareth pode ser comparado ao polonês Frédéric Chopin. Ambos elevaram ritmos populares --a mazurka polonesa e o choro brasileiro-- ao pedestal de grande arte.

Só que nem se cogita tirar de Chopin o rótulo de erudito, enquanto a Nazareth (1863-1934) às vezes se reserva a inventiva classificação de "semi-erudito".

O motivo mais forte para isso é o imenso sucesso que composições suas, como a polca "Apanhei-te Cavaquinho" --que já figurou em trilhas de desenhos da Disney-- e "Odeon", alcançaram em vida e em morte.

Entre o fim do século 19 e o início do 20, Nazareth foi, ao lado de Chiquinha Gonzaga, o mais importante autor da música brasileira. Ambos cultivaram o choro com igual qualidade, mas por abordagens diferentes.

A educação pianística de Nazareth fez com que seus temas mais populares não perdessem o caráter de música de concerto, o que não ocorre na produção da célebre compositora. Essa visão é reforçada nas entrevistas com os pesquisadores musicais Ricardo Cravo Albim, Reynaldo Tavares e pianistas como Eudóxia de Barros, entre outros.

À medida que o locutor do programa apresenta fatos da história do compositor, depoimentos do biógrafo Luiz Antonio de Almeida lançam luz sobre as características pessoais de Nazareth, morto pela sífilis em 1934, em uma colônia psiquiátrica no Rio.

O documentário é editado de maneira bastante convencional, mas serve como boa oportunidade de aproximação do público a este que é o compositor nacional mais executado depois de Villa-Lobos, que o considerava como a verdadeira encarnação da alma musical brasileira. Sem ter que tomar as "devidas proporções".

ERNESTO NAZARETH
Quando: hoje, às 14h, na Rede SescSenac
 

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