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Editora Globo pede indenização em caso de plágio
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MARCOS STRECKER
da Folha de S.Paulo
Mais uma editora está pedindo indenização da Nova Cultural pelo plágio em traduções. Agora é a editora Globo que está exigindo indenização por danos materiais e morais, ainda em caráter extrajudicial, sobre cinco edições plagiadas, incluindo duas traduções do poeta gaúcho Mario Quintana (1906-1994).
Pela mesma razão a editora gaúcha L&PM entrou com processo contra a Nova Cultural em maio passado. A L&PM havia comprado os direitos e relançado edições de "Divina Comédia" e "Madame Bovary", cedidas pela Nova Cultural com falsa atribuição de tradutores. No mesmo mês, o crítico literário Luiz Costa Lima também notificou extrajudicialmente a Nova Cultural, e está exigindo indenização pelo plágio de sua tradução de "O Vermelho e o Negro", originalmente publicada em 1969 pela antiga editora Brughera.
Todos os casos foram noticiados pela Folha. Até o momento, são contestados 22 títulos da Nova Cultural, publicados na sua coleção "Obras-Primas" entre 1995 e 2002.
No caso da Globo, as edições são "Tom Jones" (de Henry Fielding, trad. Octavio Mendes Cajado); "Lord Jim" (de Joseph Conrad, trad. Mario Quintana); "O Vermelho e o Negro" (de Stendhal, trad. Casemiro Fernandes & Souza Jr.); "Contos" (de Voltaire, trad. Mario Quintana) e "O Morro dos Ventos Uivantes" (de Emily Brontë, trad. de Oscar Mendes). Todos foram publicados pela Nova Cultural atribuindo a tradução a outros nomes.
Segundo Joaci Pereira Furtado, coordenador da Globo Livros, "Globo e Nova Cultural estão acertando acordo extrajudicial em que a primeira deverá ser indenizada por danos materiais e morais, além de a segunda retirar de circulação, imediatamente, todas as obras referidas acima. As duas editoras estão negociando valores".
Marco Túlio de Barros e Castro, do Weikersheimer & Castro, escritório que representa o crítico Luiz Costa Lima, diz que, no caso de "O Vermelho e o Negro", três providências estão sendo solicitadas à Nova Cultural. Além do pagamento de indenização e da suspensão da comercialização, será exigida a publicação de uma retratação pública na imprensa.
ABL
O plágio da tradução dos contos de Voltaire tinha sido apontado pela Folha em 15/12/07. Após a divulgação do caso, um grupo de tradutores, reunidos no site http://assinado-tradu tores.blogspot.com, organizou um abaixo-assinado que já conta com 421 nomes. O grupo conseguiu o apoio da Academia Brasileira de Letras. Cícero Sandroni, presidente da entidade, enviou carta à coordenação do grupo dizendo que a ABL vê com "grande preocupação" os casos noticiados.
Outro lado
A Nova Cultural afirma que já suspendeu a venda das 22 obras suspeitas e disse que está procurando as editoras e os tradutores afetados. Solicitada a informar quais editoras ou profissionais foram procurados, informou apenas que "este processo continua, caminha bem e será finalizado até o final do mês de agosto, pois é composto de várias etapas, ocasião em que a Nova Cultural voltará a se pronunciar sobre o assunto".
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