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22/04/2004 - 06h41

Artistas recortam o mundo para a Bienal

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FABIO CYPRIANO
da Folha de S.Paulo

Enquanto na Bienal de Arquitetura de Veneza a dupla Angela Detanico e Rafael Lain exibe uma nova representação para o caos urbano brasileiro, na 26ª Bienal Internacional de São Paulo, programada para ser aberta no dia 25 de setembro, é a própria configuração do mundo o tema do trabalho a ser apresentado, com a obra "O Mundo Alinhado".

Em três painéis, Lain e Angela secionam um mapa do mundo em várias linhas horizontais, como se fossem frases, e as reorganizam a partir de um princípio muito conhecido por qualquer pessoa que trabalha com um programa de redação de texto: centralizado, alinhado à esquerda e alinhado à direita.

"Transformamos o mundo em um texto para apontar o caráter de convenção que existe na representação", afirma Angela. Segundo o curador Alfons Hug, responsável pela 26ª Bienal, o trabalho foi escolhido pois se trata de "uma dupla promissora na escultura jovem com linguagem plástica convincente e rica em metáforas, com uma boa dose de humor".

No texto do catálogo preparado para a Bienal, a curadora e crítica de arte Lisette Lagnado analisa a dupla como "hackers que atuam dentro da legalidade da arte". "Nós vemos o hacker como alguém que quebra os códigos e lhes dá novos significados, e, de fato, é isso que fazemos em nossos trabalhos", diz Rafael Lain.

Currículo

Nascidos em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, o percurso de Angela e Lain é marcado pelo cruzamento de várias disciplinas. Lain, autodidata, trabalhou com design em grandes empresas até chegar à MTV, em 1996, onde ficou por oito meses. Saiu de lá para montar a própria empresa, junto com Angela, que havia feito mestrado em comunicação e semiótica na PUC de São Paulo.

O caminho da produção comercial, com catálogos, por exemplo, para a produção artística é visto como "natural" para a dupla, que vive junta desde 1991. Mas foi em 2001, no entanto, com a criação de uma tipografia com cor e som que a cena artística passou a fazer parte do cotidiano do casal.

"Procuramos não pensar muito sobre isso, ou dividir nosso trabalho em comercial e artístico", afirma Lain. Entretanto foi a temporada francesa no Palais de Tokyo que garantiu o impulso deles à produção artística, segundo Angela: "Paris foi um período de transição, o impacto foi grande, pois lá nós só trabalhamos em projetos nossos, acompanhados por curadores e discutindo com outros artistas".

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