Publicidade
Publicidade
23/04/2004
-
17h49
GAÍA PASSARELLI
do Guia da Folha
Você ainda faz parte da turma que pensa que "tecno é tudo igual"? Então guarde alguns nomes. Durante o Skol Beats 2004, o inglês Dave Clarke, o canadense Richie Hawtin, o italiano Mauro Picotto, o americano Josh Wink e, claro, os brasileiros Mau Mau, Murphy e Renato Cohen mostrarão por que o tecno é hoje um dos estilos musicais mais ricos e variados do mundo.
Autêntica música negra norte-americana, o tecno tem raízes na house feita em Chicago. Mas se a house era muito próxima da disco e do soul, o tecno nasceu para ser puramente eletrônico, trilha sonora da decadência industrial de Detroit, registrada por jovens dos subúrbios da cidade como Juan Atkins, Derrick May e Kevin Saunderson, entre outros.
Envolto em conceitos e cheio de dualidades, o tecno uniu os sintetizadores do electrofunk de Afrika Bambaataa ao inexplicável rock sintético alemão do Kraftwerk, e ganhou nome inspirado no livro "A Terceira Onda", de Alvin Toffler, onde tecno-rebeldes lutavam contra o domínio das máquinas em um futuro sombrio. Parece Detroit? Devastada pelo desemprego gerado pelo fechamento de diversas fábricas automotivas durante a década de 80, a antiga capital da gravadora Motown ofereceu inspiração para hinos essenciais como "Strings of Life", de Derrick May, e "No Ufos", de Model 500, um dos codinomes usados por Juan Atkins.
O que nos EUA sempre foi um fenômeno underground tomou de assalto a Inglaterra, a Alemanha e toda a Europa, para, em seguida, se tornar uma música global, sem vocais e sem fronteiras. Deu origem, nos anos 90, a uma infinidade de sub-gêneros, como o ambient e o acid tecno, e continua sendo constantemente reinventado hoje, enquanto se funde com outros estilos (tech-house, guetto-tech) ou ganha novas roupagens em outros países --o tecno da Suécia, por exemplo, apelidado aqui de "suecno", teve bastante força no final dos anos 90 com nomes como Cari Lekebusch, enquanto Fumia Tanaka e Ken Ishi, no Japão, deram uma sonoridade bastante específica ao estilo.
Sombrio e alienígena, ao mesmo tempo em que é dançante e humano, o tecno "de raiz" tem muito pouco a ver com o tech-trance atual de Mauro Picotto ou com o som eufórico feito por Josh Wink, mas ainda remete bastante às melodias compostas pelo francês Agoria, ao minimalismo cerebral de Richie Hawtin, ou, ainda, ao electro-tecno dos sets de Dave Clarke. Após o drum'n'bass de Marky e XRS conquistar a Inglaterra, o tecno também ganhou tempero brasileiro com nomes como Renato Cohen, autor do megahit "Pontapé", ou os DJs Mau Mau e Murphy, recém-chegados de bem-sucedidas turnês internacionais.
Especial
Programe-se antes e acompanhe o Skol Beats 2004
Som de Detroit se renova e dá origem a variantes
Publicidade
do Guia da Folha
Você ainda faz parte da turma que pensa que "tecno é tudo igual"? Então guarde alguns nomes. Durante o Skol Beats 2004, o inglês Dave Clarke, o canadense Richie Hawtin, o italiano Mauro Picotto, o americano Josh Wink e, claro, os brasileiros Mau Mau, Murphy e Renato Cohen mostrarão por que o tecno é hoje um dos estilos musicais mais ricos e variados do mundo.
Autêntica música negra norte-americana, o tecno tem raízes na house feita em Chicago. Mas se a house era muito próxima da disco e do soul, o tecno nasceu para ser puramente eletrônico, trilha sonora da decadência industrial de Detroit, registrada por jovens dos subúrbios da cidade como Juan Atkins, Derrick May e Kevin Saunderson, entre outros.
Envolto em conceitos e cheio de dualidades, o tecno uniu os sintetizadores do electrofunk de Afrika Bambaataa ao inexplicável rock sintético alemão do Kraftwerk, e ganhou nome inspirado no livro "A Terceira Onda", de Alvin Toffler, onde tecno-rebeldes lutavam contra o domínio das máquinas em um futuro sombrio. Parece Detroit? Devastada pelo desemprego gerado pelo fechamento de diversas fábricas automotivas durante a década de 80, a antiga capital da gravadora Motown ofereceu inspiração para hinos essenciais como "Strings of Life", de Derrick May, e "No Ufos", de Model 500, um dos codinomes usados por Juan Atkins.
O que nos EUA sempre foi um fenômeno underground tomou de assalto a Inglaterra, a Alemanha e toda a Europa, para, em seguida, se tornar uma música global, sem vocais e sem fronteiras. Deu origem, nos anos 90, a uma infinidade de sub-gêneros, como o ambient e o acid tecno, e continua sendo constantemente reinventado hoje, enquanto se funde com outros estilos (tech-house, guetto-tech) ou ganha novas roupagens em outros países --o tecno da Suécia, por exemplo, apelidado aqui de "suecno", teve bastante força no final dos anos 90 com nomes como Cari Lekebusch, enquanto Fumia Tanaka e Ken Ishi, no Japão, deram uma sonoridade bastante específica ao estilo.
Sombrio e alienígena, ao mesmo tempo em que é dançante e humano, o tecno "de raiz" tem muito pouco a ver com o tech-trance atual de Mauro Picotto ou com o som eufórico feito por Josh Wink, mas ainda remete bastante às melodias compostas pelo francês Agoria, ao minimalismo cerebral de Richie Hawtin, ou, ainda, ao electro-tecno dos sets de Dave Clarke. Após o drum'n'bass de Marky e XRS conquistar a Inglaterra, o tecno também ganhou tempero brasileiro com nomes como Renato Cohen, autor do megahit "Pontapé", ou os DJs Mau Mau e Murphy, recém-chegados de bem-sucedidas turnês internacionais.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alice Braga produzirá nova série brasileira original da Netflix
- Sem renovar contrato, Fox retira canais da operadora Sky
- Filósofo e crítico literário Tzvetan Todorov morre, aos 77, em Paris
- Quadrinhos
- 'A Richard's estava perdendo sua cara', diz Ricardo Ferreira, de volta à marca
+ Comentadas
- Além de Gaga, Rock in Rio confirma Ivete, Fergie e 5 Seconds of Summer
- Retrospectiva celebra os cem anos da mostra mais radical de Anita Malfatti
+ EnviadasÍndice