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21/05/2004 - 12h31

Programas de humor e religiosos serão vetados na Parada Gay de SP

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da Folha Online

A Associação da Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros) do Estado de São Paulo anunciou hoje que não vai credenciar programas de humor e religiosos para a cobertura da próxima edição do evento, que acontece no dia 13 de junho.

De acordo com o comunicado, o veto se estende para programas ou veículos que "freqüentemente tratam o assunto homossexualidade com preconceito, humor ou com interesse maior de ampliar audiência do que esclarecer a população."

De acordo com o comunicado, a associação considera que "há no Brasil um grande número de problemas oriundos do preconceito, que não atinge somente adultos, mas principalmente crianças e adolescentes".

Segundo a associação, "as crianças e os jovens com orientação homossexual são excluídas durante todo o convívio estudantil" e os pais, "bombardeados constantemente com informações preconceituosas" --que seriam veiculadas por parte da mídia--, estariam despreparados para lidar com o preconceito.

A associação ainda justificou o veto com o seguinte argumento: "Não podemos, portanto, aceitar que programas de imprensa que não têm responsabilidade social, que não têm respeito pelos direitos civis, que não se preocupam com o suicídio de crianças e jovens e nem com a evasão escolar, possam participar de um evento que é, antes de uma celebração, uma manifestação política".

Casseta e Rede TV!

No ano passado, a associação negou credenciais jornalísticas para o programa "Casseta & Planeta - Urgente!", da TV Globo, e para a Rede TV! cobrirem o evento.

No caso do programa da Globo, a entidade argumentou na época que não se tratava de um programa jornalístico e que a parada gay era um evento político. Além disso, considerou que o humorístico era homofóbico. O mesmo argumento foi usado contra a Rede TV!, que exibia "pegadinhas" que ridicularizavam gays.

Sem credenciais, o "Casseta & Planeta" e a Rede TV! não tiveram acesso aos 15 trios elétricos que animaram a parada e também não puderam entrevistar os organizadores do evento. No entanto, como se tratava de um ato público, na avenida Paulista, rua da Consolação e praça da República, eles fizeram a cobertura do chão.
 

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