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13/06/2004 - 03h08

Primeiro canal gay da TV paga ficou "escondido"

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da Folha de S.Paulo

O primeiro canal gay da TV paga brasileira está no ar desde 2001, mas pouca gente sabe disso. Distribuído pela Tecsat, operadora via satélite com cerca de 100 mil assinantes, o GLS TV só saiu do armário há duas semanas, quando a DirecTV anunciou o G Channel com o marketing de "primeiro canal gay" do Brasil.

A Sat América, empresa que empacota o GLS TV, contratou uma assessoria de imprensa para posicionar o canal como o pioneiro de fato na transmissão de filmes gays "hardcore".

Esse tipo de atitude, de esconder determinados produtos, é comum a todas as programadoras e operadoras de canais de sexo explícito, principalmente os dirigidos ao público homossexual.

Quem acessa o site da Globosat (www.globosat.com.br), maior programadora brasileira (dos canais GNT, Telecine e Multishow), não encontrará na página inicial nenhuma referência ao Sexy Hot, o canal de sexo (heterossexual) mais visto do país. Sim, o Sexy Hot é da Globosat, mas a programadora da Globo faz questão de não alardear isso.

A Globosat, por sinal, está há quase um ano trabalhando em um projeto de canal gay, para ser lançado em 2005.

Já foram feitos alguns estudos financeiros e de programação do canal. O projeto foi desenvolvido em sigilo até mesmo para o restrito mercado de TV paga. Apenas há duas semanas veio a público, em reportagem na Folha.

No início deste mês, a DirecTV teve que trabalhar sozinha na divulgação do G Channel. A empresa que programa o canal, a programadora argentina Claxson, não fez nenhuma divulgação. Seus executivos se recusaram a dar entrevistas falando do canal.

Crescimento

O G Channel e GLS TV são oferecidos em sistema "pay-per-view" (pague para ver). Trazem filmes pornográficos produzidos no Leste Europeu e nos Estados Unidos. Paga-se até R$ 29,90 por fim de semana para assiná-los.

O mercado de TV paga começa a despertar para conteúdos dirigidos ao público homossexual. A Globosat estima que o canais gays têm potencial de atingir 20% dos assinantes do país, algo em torno de 700 mil domicílios.

Esse público interessa às programadoras e operadoras porque, acreditam essas empresas, tem alto poder aquisitivo. Ou seja, podem gastar mais do que a mensalidade da assinatura com produtos extras, como os canais de filmes eróticos homossexuais.

A oferta de canais e programas gays à la carte deve aumentar no segundo semestre deste ano, quando as principais operadoras de cabo (Net e TVA) começam a digitalizar suas redes.

Com a digitalização, elas poderão oferecer até o triplo de canais que hoje tornam disponíveis. E darão prioridade a produtos que possam gerar receitas adicionais, como os "pay-per-view" de filmes gays.

Por enquanto, tudo o que as empresas de TV paga brasileiras vêem nos homossexuais são ávidos consumidores de sexo explícito. Nos Estados Unidos, isso está mudando. A Viacom, que detém a MTV, prepara-se para lançar em fevereiro o Logo, canal que será baseado em entretenimento para gays, não em "sexo ou sexualidade".

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