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21/06/2004 - 14h58

Para a estilista Mary Quant, moda de hoje não tem regra

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CLAIRE ROSEMBERG
da France Presse, em Paris

Mary Quant, a rainha da moda da "swinging London" dos anos 60 e que entrou para as páginas dos livros de história como a inventora da minissaia, garante que a moda de hoje não tem regras. "Eu acho que, neste momento da moda, o clima é de individualidade", afirmou ela em entrevista à France Presse.

"Nós não queremos regras para a moda, não queremos nada disso. Queremos peças e idéias que possamos usar e combinar do nosso próprio jeito em nosso dia-a-dia, enquanto indivíduos", explicou. "O desejo pelo individualismo ficou mais forte", continuou.

Em Paris para promover estilistas britânicos, Quant, hoje com 70 anos, ainda exibe um corte Vidal Sassoon, reminiscente da Londres dos anos 60, e continua chique e nada conformista do alto de seu salto plataforma, calças riscas-de-giz e suéter de marinheiro à la Gautier.

"Os anos 60", lembrou, "foram anos de revolução. Havia tantas idéias novas em cada área, teatro, pintura, fotografia, tudo estava mudando. E foi um período de muito otimismo".

Símbolo do "London look" daquela época, Quant conquistou o sucesso como estilista e empresária com apenas 30 anos. Com vaticínios como "o bom gosto é a morte, a vulgaridade é a vida", ela popularizou o uso de saias curtas, cores fortes e formas simples em criações que ela proclamou como "arrogantes, agressivas e sexy".

O que fez com que se destacasse na época foi a capacidade de lançar uma moda que refletia o humor de seu tempo. Ela também democratizou o vestido, fazendo nobres e plebéias usarem os mesmos vestidos descontraídos, e fez de Twiggy e Jean Shrimpton (modelos tornadas famosas pelo fotógrafo David Bailey), suas modelos favoritas.

Em 1966, com 32 anos, Quant foi receber a Ordem do Império Britânico das mãos da rainha vestindo uma minissaia.

"De alguma forma as moças de Londres tinham pernas belíssimas", declarou.

Estilista mais "hype" da cidade mais "hype" do mundo na época, ela tinha a mesma idade das mulheres que compravam e usavam suas criações. A moda, dizia, deveria refletir o que estava no ar.

O look Quant --mulheres de pernas longas vestindo minissaias, suéteres justos e botas de salto alto-- abriu todo um novo nova panorama na época.

Ex-estudante de arte, obcecada pela cor, Quant também introduziu o conceito de múltiplas cores para o rosto e em outra idéia revolucionária, concebeu a máscara à prova d'água para cílios.

Embora seu apogeu tenha passado, Quant continua criativa até hoje. Ela continua a trabalhar, desenhando e gerenciando as lojas Mary Quant Colour, que ainda existem em todo mundo.

Por que os anos 60 continuam atraentes hoje, com tanta influência e a volta de tantas peças 40 anos depois? "Eu acho que se deve ao otimismo, ao otimismo experimental que era tão bom", explicou.

"As pessoas querem de novo ter aquele espírito. As pessoas procuram otimismo e diversão porque a vida hoje em dia se tornou preocupante demais. Coisas terríveis acontecem, então o otimismo faz falta, bem como faz falta que as coisas sejam agradáveis", concluiu.

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