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11/07/2004
-
08h48
da Folha de S.Paulo, em Parati
Muitos espectadores e muitíssimos convidados superlotaram a Tenda dos Autores para ver, na noite de sábado, Chico Buarque e Paul Auster. Com dezenas de pessoas ocupando as escadas, o diretor artístico da Flip, Flávio Pinheiro, abriu a sessão pedindo calma. Quando os dois começaram a ler seus textos, não foi mais preciso pedir. O público ficou atento ao "jogo de pingue-pongue" (definição de Auster) entre os dois.
Auster leu os primeiros capítulos de "Budapeste", de Chico, e do seu "Noite do Oráculo". Chico leu outros capítulos. A troca de bolas ficou mais animada quando eles começaram a responder às perguntas do público e dos mediadores (o escritor Milton Hatoum e a presidente da Flip, Liz Calder).
Chico afirmou que costuma, ao ler entrevistas de escritores, pensar: "Que gente esquisita!". "Todos dizem que seus escritores preferidos são Kafka, Flaubert e Dostoiévski. Aí um diz: "Não leio meus contemporâneos". Se ele não lê, quem vai ler?", disse, defendendo que os pares sejam menos solitários. "É bom que escritores saiam da toca, brinquem, joguem bola, bebam no botequim."
Instado por uma pergunta, Chico também criticou a crítica. "O que existe no Brasil é a crítica dos jornais, que é de péssima qualidade. E isso vale para música, literatura, todas as artes", disse. E, ao falar sobre como acompanha as traduções de seus livros em inglês, francês, italiano e espanhol, foi modesto e sarcástico: "Eu falo mal essas línguas, quase tão mal quanto Fernando Henrique Cardoso".
Ao final, nova tensão do lado de fora. Pessoas ficaram até duas horas e meia numa fila em busca de um autógrafo de Chico, mas só 113 foram contemplados com senhas, o que gerou empurrões. "É o encontro da minha vida", festejou a aposentada Albeni Dreux, uma das felizardas.
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Auster leu os primeiros capítulos de "Budapeste", de Chico, e do seu "Noite do Oráculo". Chico leu outros capítulos. A troca de bolas ficou mais animada quando eles começaram a responder às perguntas do público e dos mediadores (o escritor Milton Hatoum e a presidente da Flip, Liz Calder).
Chico afirmou que costuma, ao ler entrevistas de escritores, pensar: "Que gente esquisita!". "Todos dizem que seus escritores preferidos são Kafka, Flaubert e Dostoiévski. Aí um diz: "Não leio meus contemporâneos". Se ele não lê, quem vai ler?", disse, defendendo que os pares sejam menos solitários. "É bom que escritores saiam da toca, brinquem, joguem bola, bebam no botequim."
Instado por uma pergunta, Chico também criticou a crítica. "O que existe no Brasil é a crítica dos jornais, que é de péssima qualidade. E isso vale para música, literatura, todas as artes", disse. E, ao falar sobre como acompanha as traduções de seus livros em inglês, francês, italiano e espanhol, foi modesto e sarcástico: "Eu falo mal essas línguas, quase tão mal quanto Fernando Henrique Cardoso".
Ao final, nova tensão do lado de fora. Pessoas ficaram até duas horas e meia numa fila em busca de um autógrafo de Chico, mas só 113 foram contemplados com senhas, o que gerou empurrões. "É o encontro da minha vida", festejou a aposentada Albeni Dreux, uma das felizardas.
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