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21/07/2004
-
07h02
IRINEU FRANCO PERPETUO
free-lance para a Folha
Hoje tem orquestra de 26 músicos, cenários, figurinos e cantores. Amanhã, apenas um piano, mas dedilhado por um dos maiores do mundo. Uma ópera rara e um recital do mineiro Nelson Freire ocupam o auditório Cláudio Santoro na semana final do 35º Festival de Inverno de Campos do Jordão, em São Paulo.
Compositor-tema do festival, o austríaco Joseph Haydn (1732-1809), mestre do classicismo vienense, entrou para a posteridade especialmente como autor de sinfonias e quartetos de cordas.
Contudo, também foi um prolífico compositor de óperas, especialmente no período em que esteve a serviço dos nobres da casa dos Eszterházy. De suas criações líricas, praticamente desconhecidas no Brasil, e quase nunca levadas a nossos palcos, o festival escolheu a "burletta" (tipo de comédia operística do final do século 18) em dois atos "L'Infedeltà Delusa" ("A Infidelidade Frustrada"), de 1773.
A novidade do libreto de Mario Coltellini foi abrir mão das divindades e temas clássicos que eram os habitantes mais freqüentes dos palcos de óperas setecentistas e dar lugar a camponeses, que se envolvem em uma série de imbróglios amorosos, com vários episódios de disfarce e o previsível final feliz.
Orquestra
A instrumentação é constituída de cordas, dois oboés, fagote, duas trompas e tímpano; ela fica a cargo da Orquestra Internacional do Festival, integrada por 13 professores convidados, que tocarão lado a lado com 13 alunos, sob a regência do maestro Roberto Minczuk, diretor artístico do festival.
No lugar do previamente anunciado Jorge Takla, o responsável pela direção cênica é Hugo Possolo, com grande experiência em comédia graças a seu sólido trabalho com a companhia dos Parlapatões, Patifes e Paspalhões. Os personagens são apenas cinco, interpretados pelos tenores Fernando Portari e Marcos Thadeu, pelas sopranos Rosana Lamosa e Edna d'Oliveira e pelo barítono Manuel Alvarez.
A música tem pouco menos do que duas horas de duração, com a habitual sofisticação haydniana. Entre os registros fonográficos da obra, sobressai o feito em 1981 por Antal Dorati, com a participação de um brasileiro, o refinado tenor catarinense Aldo Baldin (1945-1994).
Nelson Freire
O recital de amanhã do pianista mineiro Nelson Freire também estava previsto para conter uma obra de Haydn no caso, a "Sonata nº 7", em ré maior.
Mas o programa mudou, embora não em detrimento da dificuldade técnica. Afinal de contas, ele interpreta três grandes sonatas do século 19: "Les Adieux", de Beethoven; opus 2, de Brahms; e opus 35, de Chopin.
Para encerrar a apresentação, Freire escolheu uma seleção de peças do visionário compositor russo Aleksandr Skriábin (1872-1915). São elas o "Estudo em dó sustenido menor opus 2 nº 1" e dois poemas, o de opus 32 nº 1, em fá sustenido maior, e o "Poema Trágico", opus 34.
Quem não quiser subir a serra vai ter de esperar dois meses para ouvi-lo tocar em São Paulo. O Mozarteum Brasileiro anuncia para setembro o duo de Freire com a pianista argentina Martha Argerich, em programa que inclui Brahms, Schubert, Rachmaninov, Ravel e Lutoslawski.
Argerich tem uma participação marcante no documentário "Nelson Freire", do cineasta João Moreira Salles, exibido nos cinemas no ano passado.
Alguns sites da internet já fazem a venda antecipada do DVD do filme, com lançamento previsto para 27 de julho. "Nelson Freire" deve sair em formato de DVD duplo, incluindo extras, como a interpretação integral do pianista do "Concerto nº 2 para piano e orquestra", de Rachmaninov, com a Filarmônica de São Petersburgo.
L'INFEDELTÀ DELUSA, ópera de Joseph Haydn, com instrumentação da Orquestra Internacional do Festival, regida pelo maestro Roberto Minczuk
Quando: hoje, às 21h
Onde: Auditório Cláudio Santoro (av. Dr. Arrobas Martins, 1.880, Campos do Jordão, São Paulo, tel. 0/xx/ 12/ 3662-2334)
Quanto: R$ 60
RECITAL DE NELSON FREIRE - Seleção de peças de Aleksandr Skriábin
Quando: amanhã, às 21h
Onde: Auditório Cláudio Santoro
Quanto: R$ 60
Especial
Arquivo: veja o que já foi publicado sobre Nelson Freire
Arquivo: veja o que já foi publicado sobre Joseph Haydn
Na semana final, Festival de Campos destaca Haydn e Nelson Freire
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free-lance para a Folha
Hoje tem orquestra de 26 músicos, cenários, figurinos e cantores. Amanhã, apenas um piano, mas dedilhado por um dos maiores do mundo. Uma ópera rara e um recital do mineiro Nelson Freire ocupam o auditório Cláudio Santoro na semana final do 35º Festival de Inverno de Campos do Jordão, em São Paulo.
Compositor-tema do festival, o austríaco Joseph Haydn (1732-1809), mestre do classicismo vienense, entrou para a posteridade especialmente como autor de sinfonias e quartetos de cordas.
Contudo, também foi um prolífico compositor de óperas, especialmente no período em que esteve a serviço dos nobres da casa dos Eszterházy. De suas criações líricas, praticamente desconhecidas no Brasil, e quase nunca levadas a nossos palcos, o festival escolheu a "burletta" (tipo de comédia operística do final do século 18) em dois atos "L'Infedeltà Delusa" ("A Infidelidade Frustrada"), de 1773.
A novidade do libreto de Mario Coltellini foi abrir mão das divindades e temas clássicos que eram os habitantes mais freqüentes dos palcos de óperas setecentistas e dar lugar a camponeses, que se envolvem em uma série de imbróglios amorosos, com vários episódios de disfarce e o previsível final feliz.
Orquestra
A instrumentação é constituída de cordas, dois oboés, fagote, duas trompas e tímpano; ela fica a cargo da Orquestra Internacional do Festival, integrada por 13 professores convidados, que tocarão lado a lado com 13 alunos, sob a regência do maestro Roberto Minczuk, diretor artístico do festival.
No lugar do previamente anunciado Jorge Takla, o responsável pela direção cênica é Hugo Possolo, com grande experiência em comédia graças a seu sólido trabalho com a companhia dos Parlapatões, Patifes e Paspalhões. Os personagens são apenas cinco, interpretados pelos tenores Fernando Portari e Marcos Thadeu, pelas sopranos Rosana Lamosa e Edna d'Oliveira e pelo barítono Manuel Alvarez.
A música tem pouco menos do que duas horas de duração, com a habitual sofisticação haydniana. Entre os registros fonográficos da obra, sobressai o feito em 1981 por Antal Dorati, com a participação de um brasileiro, o refinado tenor catarinense Aldo Baldin (1945-1994).
Nelson Freire
O recital de amanhã do pianista mineiro Nelson Freire também estava previsto para conter uma obra de Haydn no caso, a "Sonata nº 7", em ré maior.
Mas o programa mudou, embora não em detrimento da dificuldade técnica. Afinal de contas, ele interpreta três grandes sonatas do século 19: "Les Adieux", de Beethoven; opus 2, de Brahms; e opus 35, de Chopin.
Para encerrar a apresentação, Freire escolheu uma seleção de peças do visionário compositor russo Aleksandr Skriábin (1872-1915). São elas o "Estudo em dó sustenido menor opus 2 nº 1" e dois poemas, o de opus 32 nº 1, em fá sustenido maior, e o "Poema Trágico", opus 34.
Quem não quiser subir a serra vai ter de esperar dois meses para ouvi-lo tocar em São Paulo. O Mozarteum Brasileiro anuncia para setembro o duo de Freire com a pianista argentina Martha Argerich, em programa que inclui Brahms, Schubert, Rachmaninov, Ravel e Lutoslawski.
Argerich tem uma participação marcante no documentário "Nelson Freire", do cineasta João Moreira Salles, exibido nos cinemas no ano passado.
Alguns sites da internet já fazem a venda antecipada do DVD do filme, com lançamento previsto para 27 de julho. "Nelson Freire" deve sair em formato de DVD duplo, incluindo extras, como a interpretação integral do pianista do "Concerto nº 2 para piano e orquestra", de Rachmaninov, com a Filarmônica de São Petersburgo.
L'INFEDELTÀ DELUSA, ópera de Joseph Haydn, com instrumentação da Orquestra Internacional do Festival, regida pelo maestro Roberto Minczuk
Quando: hoje, às 21h
Onde: Auditório Cláudio Santoro (av. Dr. Arrobas Martins, 1.880, Campos do Jordão, São Paulo, tel. 0/xx/ 12/ 3662-2334)
Quanto: R$ 60
RECITAL DE NELSON FREIRE - Seleção de peças de Aleksandr Skriábin
Quando: amanhã, às 21h
Onde: Auditório Cláudio Santoro
Quanto: R$ 60
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