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06/08/2004 - 06h54

"Garotas do Calendário" é baseado em história real

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SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo

A cinematografia britânica atual parece se apoiar num tripé imutável: comédias muito bem escritas ou baseadas em bons livros ("Quatro Casamentos e um Funeral", "Um Grande Garoto"), thrillers de ação subtarantinescos (toda a obra de Mr. Madonna e seus asseclas) e o chamado "fell good movie", cujo exemplo de maior sucesso é "Ou Tudo ou Nada", mas também "Billy Elliott" e tantos outros.

É nessa última vertente que se encaixa "Garotas do Calendário", que estréia hoje em São Paulo. Conta a história verídica de senhoras de meia-idade que em 1999 chocaram a cidadezinha de Rylstone, em North Yorkshire, ao resolverem posar nuas para o tradicional calendário da seção local do Women's Institute (Instituto das Mulheres), uma instituição de donas-de-casa tão britânica quanto o chá das cinco.

Chris (Helen Mirren) e Annie (Julie Walters) não agüentam mais a chatice que são os encontros semanais da organização --um dos últimos temas foi "a ervilha, essa desconhecida". Um dia, Annie descobre que seu marido, um jardineiro adorado pela comunidade, está com leucemia. Em pouco tempo, morre, não sem antes dizer que para ele as mulheres de meia-idade como a sua e seu grupo de amigas são como girassóis que desabrocharam.

Como homenagem ao amigo morto, elas resolvem vencer a timidez e fazer o tal calendário, para levantar fundos para a sala de espera dos acompanhantes de pacientes de câncer do hospital local. Vira um sucesso mundial, vendendo mais do que o de Britney Spears naquele ano e levando o grupo de mulheres para Hollywood, para dar entrevista ao Jay Leno e protagonizar comerciais.

O "fell good movie" (literalmente, "filme para se sentir bem") é original de Hollywood, mas encontrou um eco enorme no Reino Unido, com alguns diferenciais. Nos EUA, é invariavelmente o zé-ninguém que luta contra o opressor terrível (governo, grandes corporações...) e sai vencedor. Na terra de Tony Blair, ocorre o mesmo, mas com um toque marcante de bom humor. E, geralmente, melhores atores, caso de Helen Mirren e Julie Walters, duas hors-concours.

Aqui, Nigel Cole literalmente repete o argumento de seu relativo sucesso anterior, a comédia "Saving Grace", de 2000, em que também uma dona-de-casa, também de meia-idade e também de uma cidadezinha do interior da Inglaterra que se vê na miséria depois do suicídio do marido e, para sobreviver, começa a plantar e vender maconha. A diferença é que se tratava de uma ficção.

Como "Garotas do Calendário", não mudou a vida de ninguém, mas também não tirou pedaço.

Avaliação:

Garotas do Calendário (Calendar Girls)
Produção: Reino Unido, 2002
Direção: Nigel Cole
Com: Helen Mirren
Quando: a partir de hoje no Cinearte, Cineclube DirecTV e Frei Caneca Unibanco Arteplex

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