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09/08/2004
-
09h40
LEANDRO FORTINO
da Folha de S.Paulo
Educadoras ouvidas pela reportagem do Folhateen se dividem quanto à influência que o palavrão nas letras de música pode ter na educação e no linguajar dos jovens.
Para Silvana Marques de Freitas, 42, coordenadora do núcleo cultural e professora de música do colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo, "o palavrão na música é prejudicial para a linguagem do jovem, porque é o tipo de música que eles ouvem constantemente, e, como muitas vezes eles não lêem muito, essa forma de estar sempre em contato com a letra da música, que eles fuçam na internet, acaba entrando no palavreado normal deles".
Segundo Silvana, o palavrão é uma maneira muito fácil para o artista se expressar. "Uma pessoa que faz uma música tem de ter cuidado. Existem maneiras de falar o que se pensa sem ter de apelar. Há outros recursos da linguagem, que é muito rica. Temos exemplos da ditadura, em que os artistas falaram absurdos sem ter de dizer palavrões."
Cristina Mazzocchi, 50, coordenadora pedagógica do colégio São Luís, considera que os palavrões torcem o sentido do normal, pois se tornam banalizados pelos jovens. "Além disso, vulgariza o vocabulário deles, que já é bem pobre, pois usam os termos das músicas. Isso é pernicioso. Questiono o porquê de comprar esses discos e comparo com uma comida de má qualidade."
Já na opinião de Regina L. Giffoni Luz de Brito, 52, coordenadora do curso de pedagogia da PUC-SP, há questões mais sérias que o palavrão na educação do adolescente. "O jovem está tão preocupado com a própria sobrevivência, com a carreira dele, que essa questão passa a ser secundária. Tudo depende de como ele vai fazer o uso do palavrão. Se for usado em um jogo de futebol, quando o time faz um gol contra, é uma coisa; usar palavrão em um almoço de família ou ao pleitear um emprego, é outra."
Idméa Semeghini-Siqueira, 58, professora de metodologia do ensino de língua portuguesa da faculdade de Educação da USP, acha que o uso de palavrão, se faz parte do linguajar do jovem, fica esvaziado de sentido. "Fica como um cacoete. O significado é mais forte para os adultos, que não estão acostumados. Os palavrões são produtos dos jovens, faz parte dessa idade a formação de grupos que não querem que os adultos entendam o que eles estão dizendo, para que não possam interferir."
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Palavrão na música prejudica linguagem de jovens, dizem educadores
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da Folha de S.Paulo
Educadoras ouvidas pela reportagem do Folhateen se dividem quanto à influência que o palavrão nas letras de música pode ter na educação e no linguajar dos jovens.
Para Silvana Marques de Freitas, 42, coordenadora do núcleo cultural e professora de música do colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo, "o palavrão na música é prejudicial para a linguagem do jovem, porque é o tipo de música que eles ouvem constantemente, e, como muitas vezes eles não lêem muito, essa forma de estar sempre em contato com a letra da música, que eles fuçam na internet, acaba entrando no palavreado normal deles".
Segundo Silvana, o palavrão é uma maneira muito fácil para o artista se expressar. "Uma pessoa que faz uma música tem de ter cuidado. Existem maneiras de falar o que se pensa sem ter de apelar. Há outros recursos da linguagem, que é muito rica. Temos exemplos da ditadura, em que os artistas falaram absurdos sem ter de dizer palavrões."
Cristina Mazzocchi, 50, coordenadora pedagógica do colégio São Luís, considera que os palavrões torcem o sentido do normal, pois se tornam banalizados pelos jovens. "Além disso, vulgariza o vocabulário deles, que já é bem pobre, pois usam os termos das músicas. Isso é pernicioso. Questiono o porquê de comprar esses discos e comparo com uma comida de má qualidade."
Já na opinião de Regina L. Giffoni Luz de Brito, 52, coordenadora do curso de pedagogia da PUC-SP, há questões mais sérias que o palavrão na educação do adolescente. "O jovem está tão preocupado com a própria sobrevivência, com a carreira dele, que essa questão passa a ser secundária. Tudo depende de como ele vai fazer o uso do palavrão. Se for usado em um jogo de futebol, quando o time faz um gol contra, é uma coisa; usar palavrão em um almoço de família ou ao pleitear um emprego, é outra."
Idméa Semeghini-Siqueira, 58, professora de metodologia do ensino de língua portuguesa da faculdade de Educação da USP, acha que o uso de palavrão, se faz parte do linguajar do jovem, fica esvaziado de sentido. "Fica como um cacoete. O significado é mais forte para os adultos, que não estão acostumados. Os palavrões são produtos dos jovens, faz parte dessa idade a formação de grupos que não querem que os adultos entendam o que eles estão dizendo, para que não possam interferir."
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