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18/08/2004 - 08h01

Superprodução "Olga" ofusca estréia de longas em Gramado

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SILVANA ARANTES
enviada especial a Gramado

Na tela, um filme de tema denso e resultado frágil ("O Quinze", de Jurandir Oliveira). Fora dela, a caça por autógrafos de estrelas pouco identificadas com a sétima arte, como a ex-Tiazinha Suzana Alves. O 32º Festival de Gramado - Cinema Brasileiro e Latino largou na última segunda-feira, com a sua já típica proposta de harmonizar cinefilia e desfile de celebridades.

A noite esteve mais para celebridades. Um substancial auxílio para a badalação ocorreu com a exibição "hors-concours" de "Olga", maior aposta da Globo Filmes neste ano, que estréia nos cinemas do Brasil na próxima sexta-feira.

Gritos do público que circunda o Palácio dos Festivais (sede da mostra), câmeras e microfones da imprensa se voltaram para o diretor do longa, Jayme Monjardim, seu elenco --os protagonistas Camila Morgado (Olga) e Caco Ciocler (Luiz Carlos Prestes) mais Werner Schünemann e Murilo Rosa--, equipe técnica, o músico Marcus Viana e a diretora de arte Tiza de Oliveira, além da produtora Rita Buzzar, que levou dez anos para viabilizar a superprodução de R$ 10 milhões. Até o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), compareceu à sessão.

No debate de ontem de manhã, Monjardim rebateu indiretamente ressalvas que a crítica faz ao filme. Sobre a trilha, disse: "Sou um pouco abusivo em música. Isso faz parte do meu trabalho".

A respeito da caracterização do personagem real Filinto Muller, afirmou: "Se tivéssemos mais cenas [de Muller], isso se diluiria, mas, como são poucas, pode dar uma idéia de vilania".

A lotação de "Olga" contrastou com os numerosos lugares disponíveis da sessão seguinte --do cearense "O Quinze", primeiro da competição oficial de longas brasileiros, que corre paralela à disputa entre os latinos.

O diretor Jurandir Oliveira acusou as ausências de forma amável. "Queria agradecer a todos que estão aqui, porque não é fácil, depois de assistir a um filme com a força de 'Olga', ficar para ver outro." Em seguida, Oliveira assegurou ao público restante que seu longa baseado na obra literária homônima de Rachel de Queiroz (1910-2003) "é bom e tem só 96 minutos".

Malgrado a pouca extensão, "O Quinze" se arrasta ao não conseguir contornar o tom autopiedoso para com o homem submetido ao flagelo da seca nem evitar interpretações inconvincentes, caso de Karina Barum como Conceição, personagem que deveria transitar com mais complexidade entre a tirania e a piedade, e a de Juan Alba, que não dá suficiente relevo à personalidade do coronelzinho Vicente.

"Filhas do Vento"

A abertura sem empolgação transferiu para a próxima quinta a expectativa de ver na tela uma boa surpresa, que poderá ser a estréia na ficção do documentarista Joel Zito ("A Negação do Brasil") com "Filhas do Vento", realizado apenas com atores negros.

Para ontem, estava prevista a apresentação de "Araguaya - A Conspiração do Silêncio" (DF), de Ronaldo Duque, e do cubano "Suite Habana", de Fernando Perez, inaugurando a competição entre os longas latinos.

A jornalista Silvana Arantes viajou a convite da organização do Festival de Gramado

Especial
  • Veja fotos do longa-metragem "Olga", dirigido por Jayme Monjardim
  • Arquivo: veja o que já foi publicado sobre o filme "Olga"
  • Arquivo: veja o que já foi publicado sobre o Festival de Gramado
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