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21/08/2004
-
09h30
SILVANA ARANTES*
da Folha de S.Paulo, em Gramado
A 32ª edição do Festival de Gramado --que termina hoje com a cerimônia de premiação dos vencedores-- ficará conhecida como a que buscou ressaltar a produção fora do eixo Rio-São Paulo, mas quase quebra a própria espinha.
O equívoco não está na tentativa (em si elogiável) de dar visibilidade aos filmes alheios aos maiores centros de produção cinematográfica no país. O que comprometeu a proposta foi a escolha de seus representantes.
Apenas na quarta noite da disputa (anteontem) viu-se um filme brasileiro respeitável em todos os seus aspectos --"Filhas do Vento", de Joel Zito Araújo, inscrito pelo Distrito Federal.
A competição pelos troféus Kikito começou sem brilho, com um bem-intencionado, porém ingênuo "O Quinze", trazido do Ceará pelo diretor Jurandir Oliveira. Muito mais graves são as deficiências dos candidatos seguintes --o brasiliense "Araguaya -- A Conspiração do Silêncio", que torna risível episódio de enfrentamento da guerrilha civil brasileira com o regime militar, e o auto-intitulado "pseudo-documentário" catarinense "Procuradas", de José Frazão e Zeca Pires.
Na apresentação de seu longa, Frazão repisou a idéia de que a existência de filmes brasileiros é um valor em si, independentemente de qualidades intrínsecas.
"Um filme brasileiro pronto é um pequeno milagre", disse. No debate sobre seu título, o diretor reconheceu como "velha" a estratégia de "Procuradas" de impor-se pelo apelo erótico da nudez feminina. "Tenho 55 anos. Sou de uma geração que, se seu filme não estivesse no esquema, o distribuidor e o exibidor não passavam."
O último competidor nacional deste festival, "Vida de Menina", de Helena Solberg, produção fluminense filmada em Minas Gerais, seria exibido no fim da noite de ontem, depois da conclusão desta edição.
*A jornalista Silvana Arantes viajou a convite da organização do Festival de Gramado
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da Folha de S.Paulo, em Gramado
A 32ª edição do Festival de Gramado --que termina hoje com a cerimônia de premiação dos vencedores-- ficará conhecida como a que buscou ressaltar a produção fora do eixo Rio-São Paulo, mas quase quebra a própria espinha.
O equívoco não está na tentativa (em si elogiável) de dar visibilidade aos filmes alheios aos maiores centros de produção cinematográfica no país. O que comprometeu a proposta foi a escolha de seus representantes.
Apenas na quarta noite da disputa (anteontem) viu-se um filme brasileiro respeitável em todos os seus aspectos --"Filhas do Vento", de Joel Zito Araújo, inscrito pelo Distrito Federal.
A competição pelos troféus Kikito começou sem brilho, com um bem-intencionado, porém ingênuo "O Quinze", trazido do Ceará pelo diretor Jurandir Oliveira. Muito mais graves são as deficiências dos candidatos seguintes --o brasiliense "Araguaya -- A Conspiração do Silêncio", que torna risível episódio de enfrentamento da guerrilha civil brasileira com o regime militar, e o auto-intitulado "pseudo-documentário" catarinense "Procuradas", de José Frazão e Zeca Pires.
Na apresentação de seu longa, Frazão repisou a idéia de que a existência de filmes brasileiros é um valor em si, independentemente de qualidades intrínsecas.
"Um filme brasileiro pronto é um pequeno milagre", disse. No debate sobre seu título, o diretor reconheceu como "velha" a estratégia de "Procuradas" de impor-se pelo apelo erótico da nudez feminina. "Tenho 55 anos. Sou de uma geração que, se seu filme não estivesse no esquema, o distribuidor e o exibidor não passavam."
O último competidor nacional deste festival, "Vida de Menina", de Helena Solberg, produção fluminense filmada em Minas Gerais, seria exibido no fim da noite de ontem, depois da conclusão desta edição.
*A jornalista Silvana Arantes viajou a convite da organização do Festival de Gramado
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