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09/12/2004
-
12h27
RICARDO FELTRIN
Editor-chefe da Folha Online
João Carlos Martins deixou a grande surpresa para o final de seu Concerto de Natal só com obras de Bach, ontem à noite em São Paulo. Num teatro Cultura Artística lotado, pela primeira vez em seis anos Martins, 64, conseguiu usar as duas mãos
--os dez dedos-- para tocar piano publicamente. A última vez ocorrera em Londres, em 98. Escolheu duas minipeças de Bach (com citação a Charles Gounod), em delicada transcrição de Chris Brubeck (filho de David), além de um arranjo especial para o Hino Nacional.
Pianista brilhante, considerado um dos maiores intérpretes de Johann Sebastian Bach de todos os tempos (e de quem gravou a obra completa para teclado), Martins abandonou o piano os anos 90 após uma série de acidentes, problemas físicos e cirurgias que quase paralisaram totalmente os movimentos das duas mãos. Incapacitado para o teclado, passou a se dedicar à regência nos últimos anos. Sua história virou documentário em produção França-Alemanha, pelas mãos da diretora Irene Langemann: "A Paixão Segundo Martins" ("Martins-Passion, Die"/ 2003).
Ontem, após reger (sempre sem batuta) duas cantatas, duas suítes orquestrais e mais duas peças religiosas de Bach (1685-1750), aplaudido de pé, Martins pediu licença ao público para exibir o que chamou de "brincadeira".
"Quero dividir com vocês o que eu consigo tocar por brincadeira em casa", disse.
O pianista informou que conseguiria tocar por cerca de três minutos com as duas mãos. Para tanto, teve de se submeter a uma aplicação maciça de botox dias atrás, com anestesia geral.
Três minutos é, segundo ele, o tempo-limite em que as mãos responderiam à sua vontade. Depois disso, a dor e os músculos e nervos lesionados já não funcionariam. Apesar disso, deu ainda um "bis" --mas agora visivelmente sob dores-- do Hino Nacional.
Martins e sua Bachiana Chamber Orchestra fizeram uma das "brincadeiras" mais emocionantes que o Cultura Artística já presenciou. Para 2005, já estão sendo fechadas mais cinco apresentações no mesmo teatro. O pianista disse que não pode garantir se submeterá a novas aplicações de botox para executar novas "brincadeiras".
Especial
Leia o que já foi publicado sobre João Carlos Martins
Após seis anos, João Carlos Martins volta a tocar piano com as duas mãos
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Editor-chefe da Folha Online
João Carlos Martins deixou a grande surpresa para o final de seu Concerto de Natal só com obras de Bach, ontem à noite em São Paulo. Num teatro Cultura Artística lotado, pela primeira vez em seis anos Martins, 64, conseguiu usar as duas mãos
--os dez dedos-- para tocar piano publicamente. A última vez ocorrera em Londres, em 98. Escolheu duas minipeças de Bach (com citação a Charles Gounod), em delicada transcrição de Chris Brubeck (filho de David), além de um arranjo especial para o Hino Nacional.
Pianista brilhante, considerado um dos maiores intérpretes de Johann Sebastian Bach de todos os tempos (e de quem gravou a obra completa para teclado), Martins abandonou o piano os anos 90 após uma série de acidentes, problemas físicos e cirurgias que quase paralisaram totalmente os movimentos das duas mãos. Incapacitado para o teclado, passou a se dedicar à regência nos últimos anos. Sua história virou documentário em produção França-Alemanha, pelas mãos da diretora Irene Langemann: "A Paixão Segundo Martins" ("Martins-Passion, Die"/ 2003).
Luciana Cavalcanti/FI |
O pianista João Carlos Martins |
Ontem, após reger (sempre sem batuta) duas cantatas, duas suítes orquestrais e mais duas peças religiosas de Bach (1685-1750), aplaudido de pé, Martins pediu licença ao público para exibir o que chamou de "brincadeira".
"Quero dividir com vocês o que eu consigo tocar por brincadeira em casa", disse.
O pianista informou que conseguiria tocar por cerca de três minutos com as duas mãos. Para tanto, teve de se submeter a uma aplicação maciça de botox dias atrás, com anestesia geral.
Três minutos é, segundo ele, o tempo-limite em que as mãos responderiam à sua vontade. Depois disso, a dor e os músculos e nervos lesionados já não funcionariam. Apesar disso, deu ainda um "bis" --mas agora visivelmente sob dores-- do Hino Nacional.
Martins e sua Bachiana Chamber Orchestra fizeram uma das "brincadeiras" mais emocionantes que o Cultura Artística já presenciou. Para 2005, já estão sendo fechadas mais cinco apresentações no mesmo teatro. O pianista disse que não pode garantir se submeterá a novas aplicações de botox para executar novas "brincadeiras".
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