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08/10/2000
-
11h45
CLÁUDIA CROITOR e ERIKA SALLUM
da Folha de S. Paulo
Quando a Globo finalmente colocar no ar, na segunda-feira, a atração "Bambuluá com Angélica", estará se consolidando uma nova fase na programação infantil da televisão brasileira. Depois de quase duas décadas de hegemonia de Xuxa e seus clones e da mais recente onda de pokémons e cia., as emissoras tentam hoje seguir um novo caminho: o de fazer entretenimento com conteúdo.
Na nova aposta global, Angélica deixa de ser a principal atração, dando espaço a uma equipe mirim que, entre outras coisas, fará reportagens sobre ecologia e educação. E, em janeiro de 2001, a emissora lança uma nova versão do conceituado "Sítio do Pica-Pau Amarelo".
Para Angélica -que afirma ter saudade de ter um programa só seu-, "as coisas mudam". "Estamos na era do computador, não dá para ficar na mesmice. Tudo passa, esse formato já foi", diz.
Essa é também a opinião de Renato Fernandes, diretor do "Band Kids", da Bandeirantes. Com um currículo cheio de atrações como "Castelo Rá-Tim-Bum" (Cultura) e "Disney Club" (SBT), ele crê em um novo conceito de infantis: o entretenimento inteligente.
"Antes, as atrações para crianças não tinham preocupação em ser informativas, eram apenas brincadeiras. Com o sucesso que a TV Cultura teve com programas como "Rá-Tim-Bum", os canais comercias perceberam que dava, sim, para investir em conteúdo. Não falo de programas educativos, mas de atrações que tragam referências à cidadania."
O "Band Kids" estreou há poucos meses e é composto basicamente de desenhos japoneses, apresentados pela aspirante a heroína Kira, que conversa com amigos robôs sobre assuntos relativos à cidadania, entre outros temas. "Estamos apostando também em produtos segmentados -no caso, para quem é fã de desenho de aventura japonês. Sai mais barato e ajuda a criar uma audiência mirim para a Band", diz Fernandes.
Apesar de ser um remanescente da "era das loiras", o programa "Eliana & Alegria", da Record, já começou a entrar pelo caminho do entretenimento com conteúdo. Há algum tempo, a atração ganhou reportagens sobre temas diversos, quadros sobre ecologia etc.
"Não acho que a era das loiras esteja chegando ao fim. Mas acho que a TV tem de ter a função de entretenimento sem deixar de informar. É isso que estamos tentando fazer, deixamos de ser meros exibidores de desenhos", afirma José Amancio, diretor do "Eliana & Alegria".
Seguindo a mesma tendência está o "Bom Dia & Cia.", do SBT. O programa, que é apresentado pela também loira Jackeline Petkovic e é totalmente dedicado a desenhos, passou a incorporar um conteúdo educativo. "Baseados no sucesso do "Disney Club", decidimos tratar de temas educativos no programa, o que o torna mais interessante e cativa a audiência", explica Mauro Lissoni, diretor de programação do SBT.
Para a tarefa, foi designada parte da equipe de produção do "Disney Club", a mais bem-sucedida experiência da emissora em programas infantis nos últimos tempos. A atração, que também tem sua maior parte ocupada por desenhos, conta com cinco apresentadores, com idades de 11 a 17 anos, que comandam uma "TV pirata", defendendo os direitos das crianças e falando de cidadania e ecologia.
"As crianças de hoje querem mais do que só desenhos ou um adulto falando o que é certo ou errado. Então, procuramos dar algum conteúdo ao programa, educar, informar, mas de uma maneira natural e informal", explica Regina Soler, diretora do "Disney Club".
Leia mais notícias de Ilustrada na Folha Online
Programas infantis da TV tentam divertir, mas com conteúdo
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da Folha de S. Paulo
Quando a Globo finalmente colocar no ar, na segunda-feira, a atração "Bambuluá com Angélica", estará se consolidando uma nova fase na programação infantil da televisão brasileira. Depois de quase duas décadas de hegemonia de Xuxa e seus clones e da mais recente onda de pokémons e cia., as emissoras tentam hoje seguir um novo caminho: o de fazer entretenimento com conteúdo.
Na nova aposta global, Angélica deixa de ser a principal atração, dando espaço a uma equipe mirim que, entre outras coisas, fará reportagens sobre ecologia e educação. E, em janeiro de 2001, a emissora lança uma nova versão do conceituado "Sítio do Pica-Pau Amarelo".
Para Angélica -que afirma ter saudade de ter um programa só seu-, "as coisas mudam". "Estamos na era do computador, não dá para ficar na mesmice. Tudo passa, esse formato já foi", diz.
Essa é também a opinião de Renato Fernandes, diretor do "Band Kids", da Bandeirantes. Com um currículo cheio de atrações como "Castelo Rá-Tim-Bum" (Cultura) e "Disney Club" (SBT), ele crê em um novo conceito de infantis: o entretenimento inteligente.
"Antes, as atrações para crianças não tinham preocupação em ser informativas, eram apenas brincadeiras. Com o sucesso que a TV Cultura teve com programas como "Rá-Tim-Bum", os canais comercias perceberam que dava, sim, para investir em conteúdo. Não falo de programas educativos, mas de atrações que tragam referências à cidadania."
O "Band Kids" estreou há poucos meses e é composto basicamente de desenhos japoneses, apresentados pela aspirante a heroína Kira, que conversa com amigos robôs sobre assuntos relativos à cidadania, entre outros temas. "Estamos apostando também em produtos segmentados -no caso, para quem é fã de desenho de aventura japonês. Sai mais barato e ajuda a criar uma audiência mirim para a Band", diz Fernandes.
Apesar de ser um remanescente da "era das loiras", o programa "Eliana & Alegria", da Record, já começou a entrar pelo caminho do entretenimento com conteúdo. Há algum tempo, a atração ganhou reportagens sobre temas diversos, quadros sobre ecologia etc.
"Não acho que a era das loiras esteja chegando ao fim. Mas acho que a TV tem de ter a função de entretenimento sem deixar de informar. É isso que estamos tentando fazer, deixamos de ser meros exibidores de desenhos", afirma José Amancio, diretor do "Eliana & Alegria".
Seguindo a mesma tendência está o "Bom Dia & Cia.", do SBT. O programa, que é apresentado pela também loira Jackeline Petkovic e é totalmente dedicado a desenhos, passou a incorporar um conteúdo educativo. "Baseados no sucesso do "Disney Club", decidimos tratar de temas educativos no programa, o que o torna mais interessante e cativa a audiência", explica Mauro Lissoni, diretor de programação do SBT.
Para a tarefa, foi designada parte da equipe de produção do "Disney Club", a mais bem-sucedida experiência da emissora em programas infantis nos últimos tempos. A atração, que também tem sua maior parte ocupada por desenhos, conta com cinco apresentadores, com idades de 11 a 17 anos, que comandam uma "TV pirata", defendendo os direitos das crianças e falando de cidadania e ecologia.
"As crianças de hoje querem mais do que só desenhos ou um adulto falando o que é certo ou errado. Então, procuramos dar algum conteúdo ao programa, educar, informar, mas de uma maneira natural e informal", explica Regina Soler, diretora do "Disney Club".
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