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08/10/2000 - 17h24

Mostra do Redescobrimento inicia reduzida no Rio

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CRISTINA GRILLO
da Agência Folha, no Rio de Janeiro

A Mostra do Redescobrimento começa no Rio com menos obras do que as exibidas em São Paulo, ingressos mais caros e algumas indefinições.

Dois módulos serão abertos amanhã: Cangaço - Um Redescobrimento, no Espaço Cultural dos Correios, e Negro de Corpo e Alma, na Casa França-Brasil.

Dos seis módulos que estarão no Rio, apenas Cangaço terá mais obras do que em São Paulo.

Até sexta-feira, dois dos módulos ainda tinham indefinições. A principal era em relação ao manto tupinambá, atração do módulo Artes Indígenas, que será inaugurado na terça-feira no MAM.

O manto vermelho, feito com penas de guará, pertence ao Museu Nacional da Dinamarca e voltou ao Brasil pela primeira vez desde o século 17 (quando foi levado pelo holandês Maurício de Nassau) para participar da Mostra do Redescobrimento.

No dia 15 de setembro, o manto voltou para a Dinamarca. 'Esperávamos ficar com ele no Rio, mas o museu pediu de volta para fazer sua conservação.

Pedimos ao museu que reconsidere a decisão e nos empreste o manto para ser visto no Rio", disse à reportagem, anteontem à noite, o curador-geral da mostra, Nelson Aguilar.

Apesar do pouco tempo, Aguilar tem esperanças de que a peça esteja no Rio para a inauguração.

Outra indefinição diz respeito às peças que estarão em Imagens do Barroco, a partir do dia 30 no Museu Nacional de Belas-Artes.

A curadora da exposição em São Paulo, a museóloga Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira, foi substituída no início da semana pela diretora do Museu de Arte Sacra de São Paulo, Mari Moreno.

Ainda não tenho muitos detalhes. Só na próxima semana saberei se vou ter 200 ou 250 peças. Algumas obras que estiveram em São Paulo vieram da mostra de Paris (em novembro de 99) e acho justo que as instituições as queiram de volta agora", disse Mari.

Há ainda o fato de que algumas peças exibidas em São Paulo apresentaram problemas de desprendimento de policromia (termo técnico para rachaduras nas pinturas), por causa da variação na umidade do ar na capital paulista.

"Houve uma variação muito grande, e algumas peças se ressentiram, principalmente as de madeira. Mas no Rio há uma grande vantagem: o museu é climatizado", afirmou.

De acordo com Mari Moreno, duas peças que pertencem ao acervo do Museu de Arte Sacra tiveram pequenas rachaduras em suas pinturas e estarão fora da exposição no Rio. "Vou deixá-las descansando no museu."

Para Aguilar, a nova curadora trará ao Rio "uma nova visão sobre o barroco". "Ela está fazendo suspense porque a exposição será extraordinária, com um toque pessoal, tão ou mais extraordinária do que foi em São Paulo", afirmou o curador-geral.

Para visitar os seis museus que abrigarão os módulos da Mostra do Redescobrimento, o visitante pagará até R$ 29.

Por causa de diferenças entre os estatutos dos seis museus, não haverá a possibilidade de compra de um passe único que permita acesso a todas as instituições.

Em São Paulo, quando a mostra foi aberta, o ingresso mais caro custava R$ 10 (nos fins-de-semana, com direito a visitar um dos três pavilhões).

Havia a opção de compra de um passe de R$ 15 (preço nos fins-de-semana, para os três pavilhões, compreendendo os 13 módulos da exposição).

De acordo com a Associação Brasil + 500, responsável pela Mostra do Redescobrimento, foram gastos R$ 14 milhões para levar os seis módulos para o Rio.

Amanhã começam as exposições "Cangaço - Um Redescobrimento", com curadoria do historiador Frederico Pernambucano de Mello e cenografia de Marcelo Ferraz, e Negro de Corpo e Alma, com curadoria e cenografia de Emanoel Araújo, diretor da Pinacoteca de São Paulo.

Na terça, no Museu de Arte Moderna (Centro), é a vez do módulo Artes Indígenas.

A partir de 17 de outubro, a carta de Pero Vaz de Caminha estará exposta no Museu Histórico Nacional. Além do documento, serão apresentadas 22 peças inspiradas no texto, criadas por artistas brasileiros e portugueses.

No dia seguinte, no Paço Imperial, as obras criadas por internos de hospitais psiquiátricos a partir de um trabalho desenvolvido pela psiquiatra Nise da Silveira, como Arthur Bispo do Rosário e Fernando Diniz, serão apresentadas no módulo Imagens do Inconsciente.

O último módulo a ser apresentado no Rio é Imagens do Barroco, a partir do dia 30. A polêmica cenografia criada por Bia Lessa será repetida nos salões do MNBA.

 

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