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28/12/2004
-
10h48
DIEGO ASSIS
enviado especial ao Rio
Se os ventos soprarem a favor, uma nova e vistosa frota de navios deverá desembarcar no Brasil em 2005. Mas, no lugar de panejamentos coloridos e artigos religiosos, as embarcações estarão carregadas de desenhos animados.
A versão modernizada da frota de Cabral é "Aventuras Brasileiras", uma série de 104 filmes de seis a oito minutos, encomendada pelos produtores Marcelo França e Bruno Stroppiana ("Estorvo").
O projeto, com direção de César Coelho, um dos criadores do Anima Mundi, é voltado ao público infanto-juvenil e conta com apoio do Ministério da Educação e da Secretaria da Cultura do Estado do Rio. Idealizados para um período de quatro anos, também serão exibidos por TVs educativas.
"Nosso objetivo não é substituir os livros didáticos, mas despertar o interesse das crianças pelo conhecimento através de uma abordagem lúdica", afirma França, que já conseguiu a aprovação do projeto, com orçamento total de R$ 7,6 milhões, pelas leis Rouanet, do ICMS e do Audiovisual.
A série, que entra em pré-produção em 2005, é dividida em quatro atos: "Os Descobrimentos", "As Conquistas", "As Colonizações" e "As Independências".
Grande parte do material de apoio para a produção dos desenhos foi coletada por uma equipe coordenada pelo arquiteto Lúcio Costa, no final da década de 80.
A pesquisa, na verdade, era destinada à adaptação do livro "Casa-Grande e Senzala", de Gilberto Freyre, com roteiro de Joaquim Pedro de Andrade. Produzido por Marcelo França, o longa esbarrou na dissolução da Embrafilme, durante o governo Collor.
Com mais de 6.000 documentos em mãos, França resolveu mudar para a animação. "A animação é eterna. Você vê um desenho da Disney de 50 anos atrás, e os personagens nunca envelhecem. Daqui 20 anos, nossos filmes continuarão sendo novos."
Uma das intenções é aproveitar a diversidade de períodos históricos --a série cobre desde a chegada dos portugueses, em 1500, até a primeira invasão holandesa, no século 18- e a gama de cores regionais do país para criar uma linguagem atraente às crianças. "Podemos usar o estilo de xilogravuras dos cordéis, as pinturas portuguesas, as indígenas. A idéia é adaptar cada tema a uma técnica, trabalhando a descoberta em vários níveis", diz Coelho.
Segundo ele, o processo de produção de "Aventuras Brasileiras" deverá consumir quatro anos e contar com o trabalho de um grupo de 48 profissionais de animação. "Queremos que, em dois anos, o projeto já esteja se pagando. O formato de sete minutos é bem comercial", diz o diretor, que vê ali chance de estabelecer uma produtora para futuros projetos.
Mais que "redescobrir o Brasil", pretende reconquistar os antigos colonizadores. "França, Holanda, Portugal, Espanha. Todos esses países são protagonistas da história que vamos contar", destaca o produtor de "Aventuras Brasileiras", cujo projeto integrará a programação do Ano do Brasil na França, que acontece em 2005 nas terras de Napoleão Bonaparte.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre filmes de animação
Série de curtas em animação contará a história do Brasil
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enviado especial ao Rio
Se os ventos soprarem a favor, uma nova e vistosa frota de navios deverá desembarcar no Brasil em 2005. Mas, no lugar de panejamentos coloridos e artigos religiosos, as embarcações estarão carregadas de desenhos animados.
A versão modernizada da frota de Cabral é "Aventuras Brasileiras", uma série de 104 filmes de seis a oito minutos, encomendada pelos produtores Marcelo França e Bruno Stroppiana ("Estorvo").
O projeto, com direção de César Coelho, um dos criadores do Anima Mundi, é voltado ao público infanto-juvenil e conta com apoio do Ministério da Educação e da Secretaria da Cultura do Estado do Rio. Idealizados para um período de quatro anos, também serão exibidos por TVs educativas.
"Nosso objetivo não é substituir os livros didáticos, mas despertar o interesse das crianças pelo conhecimento através de uma abordagem lúdica", afirma França, que já conseguiu a aprovação do projeto, com orçamento total de R$ 7,6 milhões, pelas leis Rouanet, do ICMS e do Audiovisual.
A série, que entra em pré-produção em 2005, é dividida em quatro atos: "Os Descobrimentos", "As Conquistas", "As Colonizações" e "As Independências".
Grande parte do material de apoio para a produção dos desenhos foi coletada por uma equipe coordenada pelo arquiteto Lúcio Costa, no final da década de 80.
A pesquisa, na verdade, era destinada à adaptação do livro "Casa-Grande e Senzala", de Gilberto Freyre, com roteiro de Joaquim Pedro de Andrade. Produzido por Marcelo França, o longa esbarrou na dissolução da Embrafilme, durante o governo Collor.
Com mais de 6.000 documentos em mãos, França resolveu mudar para a animação. "A animação é eterna. Você vê um desenho da Disney de 50 anos atrás, e os personagens nunca envelhecem. Daqui 20 anos, nossos filmes continuarão sendo novos."
Uma das intenções é aproveitar a diversidade de períodos históricos --a série cobre desde a chegada dos portugueses, em 1500, até a primeira invasão holandesa, no século 18- e a gama de cores regionais do país para criar uma linguagem atraente às crianças. "Podemos usar o estilo de xilogravuras dos cordéis, as pinturas portuguesas, as indígenas. A idéia é adaptar cada tema a uma técnica, trabalhando a descoberta em vários níveis", diz Coelho.
Segundo ele, o processo de produção de "Aventuras Brasileiras" deverá consumir quatro anos e contar com o trabalho de um grupo de 48 profissionais de animação. "Queremos que, em dois anos, o projeto já esteja se pagando. O formato de sete minutos é bem comercial", diz o diretor, que vê ali chance de estabelecer uma produtora para futuros projetos.
Mais que "redescobrir o Brasil", pretende reconquistar os antigos colonizadores. "França, Holanda, Portugal, Espanha. Todos esses países são protagonistas da história que vamos contar", destaca o produtor de "Aventuras Brasileiras", cujo projeto integrará a programação do Ano do Brasil na França, que acontece em 2005 nas terras de Napoleão Bonaparte.
Especial
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