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23/02/2005 - 12h28

Biografias dominam a festa do Oscar deste ano

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da France Presse, em Los Angeles

Com "O Aviador", "Ray" e "Em Busca da Terra do Nunca" como os grandes favoritos ao Oscar, Hollywood confirma sua inclinação por filmes biográficos em um ano em que a safra do gênero foi uma das mais abundantes da história.

"O Aviador" conta a história do milionário Howard Hughes, "Ray" a do rei do soul Ray Charles e "Em Busca da Terra do Nunca" se baseia na vida de James M. Barrie, criador de "Peter Pan". Os três concorrem ao prêmio de melhor filme na cerimônia de entrega do Oscar, a ser realizada no próximo domingo em Los Angeles.

"É óbvio que Hollywood adora as biografias, elas costumam render boas histórias e sempre é mais fácil encontrar personagens interessantes baseados na vida real do que inventar novos", avaliou Marty Grove, colunista da edição online da revista Hollywood Reporter.

Na categoria melhor ator, Don Cheadle concorre com "Hotel Rwanda", no qual interpreta Paul Rusesabagina, o heróico gerente de um hotel que alojou e salvou da morte certa 1.200 tutsis durante o genocídio em Ruanda.

Cheadle disputa o prêmio com Johnny Depp por sua interpretação de James M. Barrie, com Leonardo di Caprio (Howard Hughes) e Jamie Foxx (Ray Charles). Quatro dos cinco atores indicados nesta categoria interpretam um personagem da vida real.

Fracassos

Os filmes biográficos ou "biopic", como é conhecido este gênero em inglês, dominam a corrida do Oscar este ano.

Apesar de vários deles --como "Uma Mente Brilhante", sobre o matemático John Forbes Nash ou "Ed Wood", sobre o fracassado diretor de cinema-- terem sido premiados, nem sempre investir neste filão é garantia de sucesso.

No ano passado também despontaram filmes como "Alexandre o Grande", de Oliver Stone, baseado na vida do homônimo rei macedônio, e "Kinsey - Vamos Falar de Sexo" sobre o guru sexual dos anos 50 Alfred Kinsey.

Apesar de contar com um elenco encabeçado por Colin Farrell, Angelina Jolie, Val Kilmer e Anthony Hopkins, o filme que conta a história do guerreiro macedônio que conquistou grande parte do mundo na era pré-cristã foi recebido com uma enxurrada de críticas.

O filme, que teve um custo de US$ 155 milhões de produção, somados a US$ 450 milhões de promoção, arrecadou apenas US$ 34 milhões. "Não basta apenas escolher um personagem interessante e fazer um filme sobre ele ou ela. Além disso é preciso somar um valor agregado", destacou Grove.

Mais de 50 anos depois de Alfred Kinsey publicar seu estudo, "Comportamento Sexual do Homem" (1948), o filme sobre o pesquisador revolucionário, interpretado por Liam Neeson, reacendeu a velha polêmica.

Desta vez, nem mesmo a polêmica --que rendeu bons resultados a "Fahrenheit 11 de Setembro" e "A Paixão de Cristo"-- serviu para promover o filme. Desde que estreou em novembro passado, a fita arrecadou pouco mais de US$ 9 milhões contra um custo de produção de US$ 11 milhões.

O filme conseguiu apenas uma indicação para a atriz Laura Linney na categoria melhor atriz coadjuvante por seu papel de esposa progressista. Concorre com Cate Blanchett, na interpretação magistral da diva Katharine Hepburn em "O Aviador", e com a britânica Sophie Okonedo, que se destacou como esposa de Paul Rusesabagina.

Sucesso

Na categoria melhor filme estrangeiro, destacam-se dois dramas baseados na vida real: o espanhol "Mar Adentro", sobre Ramón Sampedro, um tetraplégico interpretado por Javier Bardem que depois de passar 28 anos em cima de uma cama decide morrer, e o alemão "Downfall", sobre os últimos dias de Hitler em seu bunker, no final da II Guerra Mundial.

Para interpretar seus papéis com perfeição, a maioria dos atores precisou passar por dietas, transformações físicas e emocionais.

Jamie Foxx passou muito tempo com o cantor cego antes de sua morte, em junho do ano passado, aos 73 anos. Leonardo di Caprio leu todos os livros que pôde sobre o magnata multimilionário e mergulhou em antigos noticiários cinematográficos. Mas a chave para o sucesso, segundo os especialistas, é colocar algo próprio ao personagem.

"Você precisa de um pacote. Não se trata só de imitar este personagem, mas além disso a grande pergunta é: o que faço com este personagem?", explicou Grove.

"Não é só a história sobre uma pessoa determinada, mas também sobre o que fazer com essa história", acrescentou.

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