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25/02/2005
-
13h18
MARÍA LORENTE
da France Presse, em Los Angeles
O cineasta Martin Scorsese, um dos diretores mais renomados do cinema atual e considerado o mestre de várias gerações, pode ficar relegado, neste domingo, à lista dos grandes esquecidos de Hollywood.
Uma das grandes expectativas da entrega do Oscar, neste domingo, é saber se o diretor, de 62 anos e cinco vezes indicado na categoria de melhor diretor, finalmente levará a estatueta dourada para casa.
Tudo parece indicar que sim: seu último filme, "O Aviador", que conta a vida do excêntrico milionário Howard Hughes, tem 11 indicações, entre elas a de melhor filme, melhor diretor e melhor ator (Leonardo di Caprio).
Mas horas antes da maior festa de gala do cinema, a maioria dos especialistas garante que "Menina de Ouro", de Clint Eastwood, levará os melhores prêmios da Academia, inclusive melhor filme, melhor diretor, melhor atriz e melhor ator coadjuvante.
Se os prognósticos se confirmarem, o diretor de "Taxi Driver" (1976) verá a estatueta dourada escapar de suas mãos mais uma vez. "Este é um dos grandes paradoxos do cinema. Martin Scorsese é um dos melhores e mais respeitados diretores de cinema do mundo. Mas no fundo até isto tem suas desvantagens", declarou à AFP Robert Rosen, diretor da escola de cinema e televisão da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).
"Scorsese passou da direção de filmes considerados de espírito independente, com um tipo de linguagem e conteúdo violentos que os tornava inelegíveis para o Oscar, a épicos, filmes elegíveis. O problema é que incrivelmente muitos são nostálgicos de seus filmes anteriores e agora o castigam sem dar a ele o merecido prêmio", acrescentou Rosen, amigo pessoal do diretor.
Até agora, o veterano cineasta é um dos maiores esquecidos da Academia: apesar das cinco indicações a melhor diretor ("O Aviador", em 2005, "Touro Indomável", em 1981, "A Última Tentação de Cristo", em 1989, "Os Bons Companheiros", em 1991, e "Gangues de Nova York", em 2003) e dois de melhor roteiro adaptado ("Os Bons Companheiros" e "A Época da Inocência", em 1994), sempre saiu da cerimônia de mãos abanando.
"O fenômeno pôde ser visto na entrega do Globo de Ouro passada. O diretor foi o mais aplaudido, mais ovacionado e, no entanto... não levou o prêmio", disse Rosen.
"Os membros da Academia, assim como outros, pensam que o diretor está além dos prêmios, que ele é 'o diretor dos diretores'. Isto, que parece maravilhoso, é uma desvantagem na hora de fazê-lo merecedor de um prêmio", afirmou.
Para alguns analistas, o problema consiste em que a Academia vê o cineasta nova-iorquino como um "outsider". "Scorsese é um dos cineastas mais criativos e respeitados, mas é um 'outsider', não pertence ao 'clube exclusivo' da Academia", disse à AFP Marty Grove, colunista do site da Internet Hollywood Reporter.
"Scorsese é um dos diretores nova-iorquinos mais famosos, enquanto a maioria dos cineastas, inclusive Eastwood, pertence ao mundinho de Los Angeles", acrescentou. "Além disso, tende a trabalhar fora do sistema dos grandes estúdios e não é o tipo de diretor que socializa nas estréias e festas de Hollywood", destacou.
Para o cineasta, esta é uma das últimas oportunidades para levar um Oscar que não seja honorário, um prêmio que os "grandes esquecidos" da Academia costumam levar.
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da France Presse, em Los Angeles
O cineasta Martin Scorsese, um dos diretores mais renomados do cinema atual e considerado o mestre de várias gerações, pode ficar relegado, neste domingo, à lista dos grandes esquecidos de Hollywood.
Uma das grandes expectativas da entrega do Oscar, neste domingo, é saber se o diretor, de 62 anos e cinco vezes indicado na categoria de melhor diretor, finalmente levará a estatueta dourada para casa.
Tudo parece indicar que sim: seu último filme, "O Aviador", que conta a vida do excêntrico milionário Howard Hughes, tem 11 indicações, entre elas a de melhor filme, melhor diretor e melhor ator (Leonardo di Caprio).
Mas horas antes da maior festa de gala do cinema, a maioria dos especialistas garante que "Menina de Ouro", de Clint Eastwood, levará os melhores prêmios da Academia, inclusive melhor filme, melhor diretor, melhor atriz e melhor ator coadjuvante.
Se os prognósticos se confirmarem, o diretor de "Taxi Driver" (1976) verá a estatueta dourada escapar de suas mãos mais uma vez. "Este é um dos grandes paradoxos do cinema. Martin Scorsese é um dos melhores e mais respeitados diretores de cinema do mundo. Mas no fundo até isto tem suas desvantagens", declarou à AFP Robert Rosen, diretor da escola de cinema e televisão da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).
"Scorsese passou da direção de filmes considerados de espírito independente, com um tipo de linguagem e conteúdo violentos que os tornava inelegíveis para o Oscar, a épicos, filmes elegíveis. O problema é que incrivelmente muitos são nostálgicos de seus filmes anteriores e agora o castigam sem dar a ele o merecido prêmio", acrescentou Rosen, amigo pessoal do diretor.
Até agora, o veterano cineasta é um dos maiores esquecidos da Academia: apesar das cinco indicações a melhor diretor ("O Aviador", em 2005, "Touro Indomável", em 1981, "A Última Tentação de Cristo", em 1989, "Os Bons Companheiros", em 1991, e "Gangues de Nova York", em 2003) e dois de melhor roteiro adaptado ("Os Bons Companheiros" e "A Época da Inocência", em 1994), sempre saiu da cerimônia de mãos abanando.
"O fenômeno pôde ser visto na entrega do Globo de Ouro passada. O diretor foi o mais aplaudido, mais ovacionado e, no entanto... não levou o prêmio", disse Rosen.
"Os membros da Academia, assim como outros, pensam que o diretor está além dos prêmios, que ele é 'o diretor dos diretores'. Isto, que parece maravilhoso, é uma desvantagem na hora de fazê-lo merecedor de um prêmio", afirmou.
Para alguns analistas, o problema consiste em que a Academia vê o cineasta nova-iorquino como um "outsider". "Scorsese é um dos cineastas mais criativos e respeitados, mas é um 'outsider', não pertence ao 'clube exclusivo' da Academia", disse à AFP Marty Grove, colunista do site da Internet Hollywood Reporter.
"Scorsese é um dos diretores nova-iorquinos mais famosos, enquanto a maioria dos cineastas, inclusive Eastwood, pertence ao mundinho de Los Angeles", acrescentou. "Além disso, tende a trabalhar fora do sistema dos grandes estúdios e não é o tipo de diretor que socializa nas estréias e festas de Hollywood", destacou.
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