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12/04/2005
-
10h29
CONRADO CORSALETTE
da Folha de S.Paulo
Escolhido como o novo secretário de Cultura da gestão José Serra (PSDB) em São Paulo, o professor da USP e cineasta Carlos Augusto Calil, 53, disse ontem que uma de suas prioridades na pasta é manter e desenvolver atividades culturais nos CEUs (Centros Educacionais Unificados), uma das principais bandeiras da administração Marta Suplicy (PT) na cidade.
Eleitor da ex-prefeita, ele ocupa desde 2001, primeiro ano do governo Marta, a direção do Centro Cultural São Paulo. "Os CEUs são uma experiência única de confluência de questões de cultura com questões de educação, e isso é crucial", disse Calil, pouco depois de deixar o gabinete de Serra, com quem se reuniu pela tarde.
Calil substitui Emanoel Araújo, primeira baixa da gestão tucana. Araújo, que também apoiou Marta, demitiu-se no fim de semana após se desentender com Serra.
O novo secretário, que dirigiu a Embrafilme (1979 a 1986) e a Cinemateca Brasileira (1987 a 1992), se define como um gestor "operacional". Bem diferente do perfil de Araújo, que, segundo Calil, é um homem de "grandes paixões".
Com estilo "mais administrativo", ele disse que dará seqüência aos projetos de Araújo --a quem elogiou-- e que seguirá a orientação de Serra de criar novos museus, como o da Criança e do Futebol, e de recuperar bens públicos, como a biblioteca Mário de Andrade e o teatro Municipal.
É aí, afirmou o novo secretário, que a gestão Serra deve se diferenciar da de Marta. "É preciso equilibrar ações de expansão [CEUs e novos equipamentos culturais] com ações de consolidação [recuperação de equipamentos]."
Ele também defendeu a idéia do prefeito tucano de instalar museus nos prédios municipais do parque do Ibirapuera onde hoje funcionam órgãos públicos --projeto criticado por Araújo.
"Emanoel Araújo teve muita dificuldade de compreender a situação que ele encontrou na secretaria, que era um pouco desorganizada", disse Calil. "Vou retomar [os projetos] e reorganizar a secretaria para, depois, tocar para frente, porque acho que é hora de começar a fazer o programa do ano", afirmou o novo secretário, para quem um dos maiores problemas será lidar com verbas contingenciadas pela administração.
Calil não polemizou sobre a carta de demissão de Araújo, que relata dificuldades na secretaria e afirma que a pasta era tratada como uma "pocilga" (curral de porcos, lugar imundo). Bem-humorado, lembrou que fará aniversário em um mês. "Estou entrando em meu inferno astral", disse.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Carlos Augusto Calil
Novo secretário de Cultura de SP defende CEUs como pólos culturais
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da Folha de S.Paulo
Escolhido como o novo secretário de Cultura da gestão José Serra (PSDB) em São Paulo, o professor da USP e cineasta Carlos Augusto Calil, 53, disse ontem que uma de suas prioridades na pasta é manter e desenvolver atividades culturais nos CEUs (Centros Educacionais Unificados), uma das principais bandeiras da administração Marta Suplicy (PT) na cidade.
Eleitor da ex-prefeita, ele ocupa desde 2001, primeiro ano do governo Marta, a direção do Centro Cultural São Paulo. "Os CEUs são uma experiência única de confluência de questões de cultura com questões de educação, e isso é crucial", disse Calil, pouco depois de deixar o gabinete de Serra, com quem se reuniu pela tarde.
Calil substitui Emanoel Araújo, primeira baixa da gestão tucana. Araújo, que também apoiou Marta, demitiu-se no fim de semana após se desentender com Serra.
O novo secretário, que dirigiu a Embrafilme (1979 a 1986) e a Cinemateca Brasileira (1987 a 1992), se define como um gestor "operacional". Bem diferente do perfil de Araújo, que, segundo Calil, é um homem de "grandes paixões".
Com estilo "mais administrativo", ele disse que dará seqüência aos projetos de Araújo --a quem elogiou-- e que seguirá a orientação de Serra de criar novos museus, como o da Criança e do Futebol, e de recuperar bens públicos, como a biblioteca Mário de Andrade e o teatro Municipal.
É aí, afirmou o novo secretário, que a gestão Serra deve se diferenciar da de Marta. "É preciso equilibrar ações de expansão [CEUs e novos equipamentos culturais] com ações de consolidação [recuperação de equipamentos]."
Ele também defendeu a idéia do prefeito tucano de instalar museus nos prédios municipais do parque do Ibirapuera onde hoje funcionam órgãos públicos --projeto criticado por Araújo.
"Emanoel Araújo teve muita dificuldade de compreender a situação que ele encontrou na secretaria, que era um pouco desorganizada", disse Calil. "Vou retomar [os projetos] e reorganizar a secretaria para, depois, tocar para frente, porque acho que é hora de começar a fazer o programa do ano", afirmou o novo secretário, para quem um dos maiores problemas será lidar com verbas contingenciadas pela administração.
Calil não polemizou sobre a carta de demissão de Araújo, que relata dificuldades na secretaria e afirma que a pasta era tratada como uma "pocilga" (curral de porcos, lugar imundo). Bem-humorado, lembrou que fará aniversário em um mês. "Estou entrando em meu inferno astral", disse.
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