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04/05/2005
-
09h29
SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo, da Califórnia
Leia trechos da entrevista que Ridley Scott, 67, deu à Folha.
Folha de S.Paulo - Por que fazer um filme como "Cruzada" justo agora?
Ridley Scott - Sempre quis fazer um filme de cavaleiro ou de caubói. São dois personagens iconográficos que sempre me impressionaram como cineasta. Para não desperdiçar meu tempo com um filme sobre um cavaleiro qualquer, Bill [o roteirista estreante William Monahan] me sugeriu que nós situássemos a ação nas Cruzadas, especialmente entre a segunda e a terceira, um momento historicamente rico.
Folha de S.Paulo - Mas o sr. concorda que há uma controvérsia em relação a esse tema, especialmente depois do 11 de Setembro?
Scott - Claro, mas há controvérsias em relação a qualquer tema histórico. Você quer me dizer que a Guerra do Iraque é religiosa, por exemplo? Pode ser que envolva facções religiosas, mas não é religiosa. Pensar que eu fiz este filme deliberadamente como um paralelo do nosso tempo...
Folha de S.Paulo - Mas como ignorar que o próprio Bush chamou primeiro "a guerra ao terror" de "cruzada" e que os principais antagonistas são de novo cristãos e islâmicos?
Scott - Sim, e depois ele se desculpou pelo termo, assim como o papa João Paulo 2º se desculparia pelas Cruzadas.
Folha de S.Paulo - O que que quero dizer é que, talvez, do ponto de vista da Casa Branca, a Guerra do Iraque não seja religiosa, mas a "guerra ao terror" sim...
Scott - Mas este filme não é sobre a guerra ao terror! É mais sobre manter a paz do que sobre fazer a guerra, é o oposto, fala de compreensão entre as pessoas.
Folha de S.Paulo - O sr. certamente ouviu falar do filme "A Paixão de Cristo" e o sucesso de bilheteria que ele fez.
Scott - Sim.
Folha de S.Paulo - Não o influenciou o fato de que talvez este mesmo público possa estar sedento para ver um outro título em que os cristãos são retratados de maneira positiva, como acontece em "Cruzada"?
Scott - Não.
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da Folha de S.Paulo, da Califórnia
Leia trechos da entrevista que Ridley Scott, 67, deu à Folha.
Folha de S.Paulo - Por que fazer um filme como "Cruzada" justo agora?
Ridley Scott - Sempre quis fazer um filme de cavaleiro ou de caubói. São dois personagens iconográficos que sempre me impressionaram como cineasta. Para não desperdiçar meu tempo com um filme sobre um cavaleiro qualquer, Bill [o roteirista estreante William Monahan] me sugeriu que nós situássemos a ação nas Cruzadas, especialmente entre a segunda e a terceira, um momento historicamente rico.
Folha de S.Paulo - Mas o sr. concorda que há uma controvérsia em relação a esse tema, especialmente depois do 11 de Setembro?
Scott - Claro, mas há controvérsias em relação a qualquer tema histórico. Você quer me dizer que a Guerra do Iraque é religiosa, por exemplo? Pode ser que envolva facções religiosas, mas não é religiosa. Pensar que eu fiz este filme deliberadamente como um paralelo do nosso tempo...
Folha de S.Paulo - Mas como ignorar que o próprio Bush chamou primeiro "a guerra ao terror" de "cruzada" e que os principais antagonistas são de novo cristãos e islâmicos?
Scott - Sim, e depois ele se desculpou pelo termo, assim como o papa João Paulo 2º se desculparia pelas Cruzadas.
Folha de S.Paulo - O que que quero dizer é que, talvez, do ponto de vista da Casa Branca, a Guerra do Iraque não seja religiosa, mas a "guerra ao terror" sim...
Scott - Mas este filme não é sobre a guerra ao terror! É mais sobre manter a paz do que sobre fazer a guerra, é o oposto, fala de compreensão entre as pessoas.
Folha de S.Paulo - O sr. certamente ouviu falar do filme "A Paixão de Cristo" e o sucesso de bilheteria que ele fez.
Scott - Sim.
Folha de S.Paulo - Não o influenciou o fato de que talvez este mesmo público possa estar sedento para ver um outro título em que os cristãos são retratados de maneira positiva, como acontece em "Cruzada"?
Scott - Não.
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