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17/05/2005 - 17h59

Nova geração de cineastas brasileiros estréia sob aplausos em Cannes

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MARIA CARMONA
da France Presse, em Cannes

Com "Cidade Baixa", de Sérgio Machado, e "Cinema, Aspirinas e Urubus", de Marcelo Gomes, apresentados na mostra "Um Certo Olhar", uma nova geração de cineastas brasileiros estréia no Festival de Cannes.

Assim como "Cidade Baixa", exibido ontem, "Cinema, Aspirinas e Urubus", apresentado nesta terça-feira na presença do ministro da Cultura, Gilberto Gil, foi ovacionado pelo público.

Os dois filmes são obras de estréias dps diretores e, por este motivo, concorrem à disputada Câmera de Ouro, prêmio do Festival de Cannes destinado a contemplar o filme de estréia de um diretor em qualquer de suas seções.

Os filmes de Machado e Gomes mostram cenários e personagens totalmente diferentes. O primeiro se passa na Bahia e tem o seu colorido e ritmo sensuais. O segundo, filmado no sertão nordestino, é um 'road-movie' que destaca a aridez sóbria com tons terra predominantes na região.

No entanto, os dois têm um elemento em comum: a precisão do retrato dos personagens e o fato de a paisagem --urbana no primeiro, desértica no segundo-- aparecer, no fundo, como outro autêntico personagem. Além disso, os dois filmes têm como roteirista Karim Ainouz, descoberto em Cannes em 2002, com "Madame Satã", do qual Gomes foi co-roteirista.

Serão eles integrantes de uma geração ascendente de cineastas brasileiros? "Tomara", respondeu Sérgio Machado, acrescentando que, pelo menos Gomes, Ainouz e ele são amigos e contam ainda com a amizade e o apoio de Walter Salles, que produziu o filme.

Tramas

"Cinema, Aspirinas e Urubus", protagonizado pelo alemão Peter Ketnath (Johann) e pelo brasileiro João Miguel (Ranulpho), fala do encontro e da peregrinação, cidade a cidade, de dois homens: um alemão, que fugiu do seu país em guerra e vive como caixeiro viajante vendendo aspirinas, as quais oferece com a projeção de um filme nas aldeias por onde passa, e um sertanejo, que tenta fugir da seca.

O filme se passa em 1942. O Brasil entra na Segunda Guerra Mundial, o que faz com que os alemães residentes no país passem a ser considerados cidadãos de um país inimigo.

Em "Cidade Baixa", Lázaro Ramos, Wagner Moura e Alice Braga vivem um triângulo amoroso entre dois amigos de infância e uma prostituta que eles encontram por acaso e que passa a fazer parte de suas vidas. O filme remete a "Jules et Jim", de François Truffaut, com o tempero da violência e da pobreza dos bairros da cidade baixa de Salvador, onde se passa a trama.

Marcado pela paixão, o filme tem uma sensualidade, uma atmosfera baiana e uma humanidade comovente que fazem pensar em Jorge Amado. "Quis tratar a vida de uma parte da juventude brasileira, que vive na pobreza, sem perspectivas, mas que apesar de tudo tenta sobreviver, ser feliz", disse Sérgio Machado.

"O meu é um triângulo amoroso particular, porque tradicionalmente um triângulo amoroso significa engano, traição e leva a um desenlace trágico. Neste caso é uma história de amor e paixão, mas não de traições, apenas de sentimentos e de vontade de viver", acrescentou o diretor.

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