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23/05/2005 - 14h51

Anos 80 dominam 9ª Parada do Orgulho Gay de São Paulo

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CAMILA MARQUES
da Folha Online

A marca da Semana do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros), cujo ponto alto é a parada gay na avenida Paulista no próximo domingo, é a defesa da diversidade. No entanto, este ano o evento é assumidamente marcado pelos anos 80. Isso porque a Trash 80's, uma festa que se transformou em casa noturna de sucesso em São Paulo, é a parceira oficial da Associação do Orgulho GLBT na organização do maior evento de rua do Estado.

"Foi um casamento perfeito", afirma Eneas Neto, um dos dois DJs criadores da Trash 80's. "Participamos da parada há três anos. No primeiro aparecemos pouco, no segundo tivemos um trio [elétrico] e neste queríamos fazer algo maior. Foi então que a Associação nos procurou e surgiu naturalmente a idéia de uma super festa de abertura para, ao mesmo tempo, comemorar o nosso terceiro aniversário", explica o DJ Tonyy, sócio de Eneas.

A festa oficial da parada, como vem sendo chamada a festa de aniversário da Trash, ocorre na quinta-feira (26), a partir das 21h, no Tom Brasil Nações Unidas. A programação seguirá o perfil do que já acontece nos palcos das duas unidades da Trash (Vila Olímpia e Centro), com DJs tocando sucessos dos anos 80 --de Dominó a Menudos, passando por Trem da Alegria e Rosana--, "performancers" imitando personagens da época, shows com drag queens e a dupla Massita & Uras, além de três convidados especiais: Sidney Magal, Gretchen e Rosana.

"Acho que tudo, inclusive a música, sempre volta à moda, em ciclos. Agora é moda ouvir os anos 80. Mas também há outras coisas, como saudade de um público que, nos anos 70 e 80, era criança e se divertia imitando ídolos", diz Sidney Magal.

A cantora Gretchen concorda, mas vai além e afirma que, além a cativação de um público infantil anos atrás, também conta o fato de ela e Magal terem sido pioneiros no que fazem. "Ele [Magal] foi o primeiro homem a cantar e dançar, assim como eu. E não tínhamos vergonha das críticas, dos comentários. Fazíamos o que era brega, e agora é chamado de Trash", diz ela.

No entanto, não é apenas a "crianças crescidas" que se deve o sucesso da Trash 80's e da "moda dos anos 80". "Sinceramente, acho que o pior que era feito na década de 80 é melhor do que é feito hoje. Lá tínhamos o que era brega, mas era diversão, sem maldade ou apelação. E hoje? Ouvimos a música da boquinha na garrafa", diz Eneas.

Ídolos gay"

Para Gretchen, foi essa posição de assumir determinadas características que a tornou, assim como Magal, ídolo do público gay. "Eu mostrei que é possível rebolar e não ser vulgar, casar, ter filhos. Quebrei um tabu de que a mulher não podia casar duas, três vezes", afirma. "Fora isso, acho que nasci uma bicha que nasceu mulher. Adoro a alegria, a empolgação."

"Eu sempre respeitei, acima de tudo. Rebolava, dançava, ganhava rótulos, mas nunca liguei, porque o que me importava era meu trabalho", diz Magal por sua vez. "Acho que isso ajudou o público gay a se identificar. Eles se espelharam em um artista que não tem preconceitos".

Durante entrevista coletiva à imprensa nesta segunda-feira, Magal não cansou de falar o quanto admira o movimento GLBT. "Quando era mais novo, quase transei com amigos meus". Ao explicar o porquê do quase, confessou que foi por conta de tabus da época. "Mas me arrependi", disse.

Especial
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