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01/06/2005 - 09h05

Diretor desiste de filmar em Nova York para fazer "A Selva"

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CAMILA MARQUES
da Folha Online

Quando decidiu se dedicar ao longa "A Selva", em 2001, o diretor português Leonel Vieira, 34, disse que fez uma escolha do coração.

"Havia recebido um convite para gravar um filme em Nova York e outro sobre a China. Não me entusiasmei", contou o cineasta.

Divulgação
"A Selva" é o 5º longa do português Leonel Vieira
"A Selva" é o 5º longa do português Leonel Vieira
Durante reunião com os produtores, porém, sem querer Vieira descobriu que eles também tinham comprado os direitos autorais da mais famosa obra do escritor Ferreira de Castro.

"Propus filmar o livro, e eles aceitaram na hora. Um mês depois eu fiz minha primeira visita à Amazônia."

Lançado em Portugal em 2002 e na seqüência na Espanha --no Brasil, foi apresentado em Gramado no ano passado--, "A Selva" chegou a ser indicado ao prêmio Goya, considerado o Oscar espanhol. Em Portugal, foi o filme em língua portuguesa mais visto no ano de lançamento, com público de 85 mil pessoas.

"Veio por último ao Brasil por simples estratégia de marketing. É um mercado em que o planejamento para o lançamento precisa ser mais detalhado", explicou o diretor Leonel Vieira, 34.

A fita, já exibida em canal aberto na televisão portuguesa, também foi vendido para Irlanda e Inglaterra. Sobre a expectativa para o lançamento aqui, Vieira é enfático. "Como dizem os futebolistas, prognósticos só depois do jogo", brincou.

O número de salas (60) na estréia brasileira é uma façanha para um filme de Portugal, onde a produção cinematográfica é tradicionalmente composta pelo que se chama de "cinema de autor", ou seja, de filmes assumidamente não-comerciais e herméticos.

"Um Filme Falado" (2003), de Manoel de Oliveira, 95, por exemplo, estreou no mês passado em apenas uma sala em São Paulo.

"Não acho o cinema de autor um problema, mas me incomoda o estigma que os outros diretores, que querer unir o bom conteúdo ao apelo comercial, recebem", diz Vieira.

"Estamos [o cinema português] em Cannes, em Berlim, em Veneza, mas não no Oscar. Passar em uma sala no Brasil ou em cinco nos Estados Unidos é fácil, eu quero mais. No mercado, não temos espaço, coisa que o Brasil tem conseguido", diz o diretor.

Para ele, o cinema praticado hoje no Brasil é um exemplo de que a qualidade e a comercialização podem andar juntas.

Mesmo dizendo que é quase impossível escolher os preferidos, Vieira elege "Amarelo Manga", do diretor pernambucano Cláudio Assis, e "Cidade de Deus", de Fernando Meirelles.

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