Publicidade
Publicidade
15/06/2005
-
09h20
da Folha Online
com France Presse e EFE
A escritora Nélida Piñon venceu nesta quarta-feira o Prêmio Príncipe de Astúrias das Letras 2005, reconhecimento que jamais havia sido atribuído a um brasileiro. A autora chegou às últimas votações do júri ao lado dos escritores norte-americanos Paul Auster e Philip Roth e do israelense Amos Oz.
Ao anunciar sua decisão em Oviedo (Astúrias, norte), o júri presidido por Víctor García de la Concha, diretor da Real Academia Espanhola da Língua (RAE), afirmou que Piñon, também jornalista, tem sido "aclamada pela crítica como a voz mais destacada da literatura brasileira e transportou ao âmbito universal a complexa realidade da Ibero-América".
Sua obra, publicada em mais de 20 países e traduzida para dez idiomas, possui uma "prosa rica em registros, que incorpora com extraordinário brilhantismo as distintas tradições e raízes culturais do continente latino-americano", explica o júri em sua decisão.
Piñon, que já recebeu vários prêmios literários e homenagens universitárias, foi eleita entre 31 candidaturas procedentes do Canadá, Estados Unidos, Holanda, Hungria, Índia, Israel, Kuwait, México, Noruega, Peru, Portugal, República Dominicana, Reino Unido, Suécia e Espanha.
Carreira
Nélida Piñon nasceu em 1937 e é carioca de Vila Isabel. A escritora se formou em jornalismo pela PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) e ampliou seus estudos na Universidade de Colúmbia, Estados Unidos, país no qual atuou como professora universitária. Ela foi a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras, onde hoje ocupa a cadeira de número 30.
Piñon é doutora honoris causa em universidades da França, Canadá e Espanha. Em 2003, ela recebeu o Prêmio Internacional Menéndez Pelayo e em 1995, o Prêmio Internacional de Literatura Juan Rulfo, concedido então pela primeira vez a uma mulher e a um autor de língua portuguesa.
Sua primeira consagração literária aconteceu em 1961, com o romance "Guia-mapa de Gabriel Arcanjo". Depois escreveu obras destacadas como "Tempo das frutas" (1966), "Fundador" (1969), "A Casa da Paixão" (1972), "Sala de Armas" (1973), "Tebas do meu coração" (1974), "A força do destino" (1977), "A República dos sonhos" (1984), "O Presumível Coração da América" (2002) e "Vozes do Deserto" (2004), entre outros.
Firme defensora dos direitos humanos, especialmente os da mulher, a "New York Review of Books" a considerou a melhor escritora brasileira e a revista "World Literature Today" dedicou a ela seu primeiro número de 2005.
Prêmio
Candidaturas de 16 países foram apresentadas ao Prêmio Príncipe de Astúrias das Letras 2005, ano em que é comemorado o 25º aniversário dos prêmios.
O júri é integrado por García de la Concha, pelo diretor-geral do Livro, Rogelio Blanco, e pelos escritores J.J. Armas Marcelo, Pedro Casals, Antonio Colinas e Fernando Sánchez Dragó, além de outras 14 pessoas.
Esse é o quarto dos Prêmios Príncipe de Astúrias. Nas últimas semanas, foram anunciados os vencedores nas categorias Cooperação Internacional (Simone Veil, ex-presidente do Parlamento Europeu), Comunicação e Humanidades (Grandes Institutos Culturais Europeus) e Ciências Sociais (Giovanni Sartori, cientista político italiano).
Nas próximas semanas, serão determinados os agraciados com os prêmios de Pesquisa Científica e Técnica e Artes. Os Prêmios de Concordia e Esportes serão concedidos em setembro.
Já foram reconhecidos como o Prêmio das Letras autores como Mario Vargas Llosa, Günter Grass, Camilo José Cela, Arturo Uslar Pietri, Alvaro Mutis, Claudio Rodríguez, Carmen Martín Gaite, Miguel Delibes, Ángel González, Juan Rulfo, Carlos Fontes, Augusto Monterroso, Doris Lessing e Arthur Miller. Em 2003, o prêmio foi dividido por Fátima Mernisi e Susan Sontang. No ano passado, foi agraciado o italiano Claudio Magris.
Até hoje, nenhum autor brasileiro ganhou o prêmio das Letras, mas o país já foi homenageado em outras categorias. O prêmio de Cooperação Internacional foi entregue ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 2000 e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2003. A seleção brasileira de futebol ganhou o prêmio de Esportes em 2002, e o Grupo Globo foi reconhecido com o de comunicação e Humanidades em 1986.
O arquiteto Oscar Niemeyer ganhou o Prêmio Príncipe de Astúrias das artes em 1989 e o fotógrafo Sebastião Salgado, em 1998. Em 1994, o Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua foi agraciado com o prêmio da Concórdia.
Leia mais
Nélida Piñon agradece àqueles que a ensinaram seu ofício
Gil diz que prêmio a Nélida Piñon reconhece literatura brasileira
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Nélida Piñon
Leia o que já foi publicado sobre o Prêmio Príncipe de Astúrias
Nélida Piñon recebe o Prêmio Príncipe de Astúrias das Letras
Publicidade
com France Presse e EFE
A escritora Nélida Piñon venceu nesta quarta-feira o Prêmio Príncipe de Astúrias das Letras 2005, reconhecimento que jamais havia sido atribuído a um brasileiro. A autora chegou às últimas votações do júri ao lado dos escritores norte-americanos Paul Auster e Philip Roth e do israelense Amos Oz.
Folha Imagem |
Nélida Piñon é primeira brasileira a levar o prêmio |
Sua obra, publicada em mais de 20 países e traduzida para dez idiomas, possui uma "prosa rica em registros, que incorpora com extraordinário brilhantismo as distintas tradições e raízes culturais do continente latino-americano", explica o júri em sua decisão.
Piñon, que já recebeu vários prêmios literários e homenagens universitárias, foi eleita entre 31 candidaturas procedentes do Canadá, Estados Unidos, Holanda, Hungria, Índia, Israel, Kuwait, México, Noruega, Peru, Portugal, República Dominicana, Reino Unido, Suécia e Espanha.
Carreira
Nélida Piñon nasceu em 1937 e é carioca de Vila Isabel. A escritora se formou em jornalismo pela PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) e ampliou seus estudos na Universidade de Colúmbia, Estados Unidos, país no qual atuou como professora universitária. Ela foi a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras, onde hoje ocupa a cadeira de número 30.
Piñon é doutora honoris causa em universidades da França, Canadá e Espanha. Em 2003, ela recebeu o Prêmio Internacional Menéndez Pelayo e em 1995, o Prêmio Internacional de Literatura Juan Rulfo, concedido então pela primeira vez a uma mulher e a um autor de língua portuguesa.
Sua primeira consagração literária aconteceu em 1961, com o romance "Guia-mapa de Gabriel Arcanjo". Depois escreveu obras destacadas como "Tempo das frutas" (1966), "Fundador" (1969), "A Casa da Paixão" (1972), "Sala de Armas" (1973), "Tebas do meu coração" (1974), "A força do destino" (1977), "A República dos sonhos" (1984), "O Presumível Coração da América" (2002) e "Vozes do Deserto" (2004), entre outros.
Firme defensora dos direitos humanos, especialmente os da mulher, a "New York Review of Books" a considerou a melhor escritora brasileira e a revista "World Literature Today" dedicou a ela seu primeiro número de 2005.
Prêmio
Candidaturas de 16 países foram apresentadas ao Prêmio Príncipe de Astúrias das Letras 2005, ano em que é comemorado o 25º aniversário dos prêmios.
O júri é integrado por García de la Concha, pelo diretor-geral do Livro, Rogelio Blanco, e pelos escritores J.J. Armas Marcelo, Pedro Casals, Antonio Colinas e Fernando Sánchez Dragó, além de outras 14 pessoas.
Esse é o quarto dos Prêmios Príncipe de Astúrias. Nas últimas semanas, foram anunciados os vencedores nas categorias Cooperação Internacional (Simone Veil, ex-presidente do Parlamento Europeu), Comunicação e Humanidades (Grandes Institutos Culturais Europeus) e Ciências Sociais (Giovanni Sartori, cientista político italiano).
Nas próximas semanas, serão determinados os agraciados com os prêmios de Pesquisa Científica e Técnica e Artes. Os Prêmios de Concordia e Esportes serão concedidos em setembro.
Já foram reconhecidos como o Prêmio das Letras autores como Mario Vargas Llosa, Günter Grass, Camilo José Cela, Arturo Uslar Pietri, Alvaro Mutis, Claudio Rodríguez, Carmen Martín Gaite, Miguel Delibes, Ángel González, Juan Rulfo, Carlos Fontes, Augusto Monterroso, Doris Lessing e Arthur Miller. Em 2003, o prêmio foi dividido por Fátima Mernisi e Susan Sontang. No ano passado, foi agraciado o italiano Claudio Magris.
Até hoje, nenhum autor brasileiro ganhou o prêmio das Letras, mas o país já foi homenageado em outras categorias. O prêmio de Cooperação Internacional foi entregue ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 2000 e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2003. A seleção brasileira de futebol ganhou o prêmio de Esportes em 2002, e o Grupo Globo foi reconhecido com o de comunicação e Humanidades em 1986.
O arquiteto Oscar Niemeyer ganhou o Prêmio Príncipe de Astúrias das artes em 1989 e o fotógrafo Sebastião Salgado, em 1998. Em 1994, o Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua foi agraciado com o prêmio da Concórdia.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alice Braga produzirá nova série brasileira original da Netflix
- Sem renovar contrato, Fox retira canais da operadora Sky
- Filósofo e crítico literário Tzvetan Todorov morre, aos 77, em Paris
- Quadrinhos
- 'A Richard's estava perdendo sua cara', diz Ricardo Ferreira, de volta à marca
+ Comentadas
- Além de Gaga, Rock in Rio confirma Ivete, Fergie e 5 Seconds of Summer
- Retrospectiva celebra os cem anos da mostra mais radical de Anita Malfatti
+ EnviadasÍndice