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09/07/2005 - 09h36

Editora tenta proteger novo livro de Harry Potter da pirataria

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da Folha de S. Paulo

Em tempos de pirataria, um bruxo precisa saber se defender. Ainda mais se sua história estiver impressa em dezenas de milhões de livros distribuídos pelo mundo e se sua criadora exigir que essas dezenas de milhões de exemplares saiam das caixas só no primeiro minuto do próximo sábado.

Para garantir o sigilo total cobrado pela escritora britânica J.K. Rowling (ou Jo Rowling, como ela tem preferido ser chamada ultimamente), as editoras Bloomsbury e Scholastic, que imprimem respectivamente as versões britânica e americana da série literária Harry Potter, viram-se obrigadas a fazer mágicas dignas de Dumbledore --o hábil diretor da escola de magia que Harry freqüenta.

Só a Scholastic imprimiu 10,8 milhões de cópias da primeira edição de "Harry Potter and the Half-Blood Prince", o sexto volume da série. A Bloomsbury não informa quantos exemplares rodou --a última vez que o fez foi com o quarto livro da série, "Harry Potter e o Cálice de Fogo", que teve tiragem inicial de 1 milhão de exemplares, cem vezes maior do que seu antecessor.

A edição em português deve ser lançada só no final deste ano, segundo a editora Rocco, responsável pela versão brasileira.

"Precisamos receber o livro ainda, o que só vai acontecer no sábado", disse a assessora Cintia Borges.

"Todo ano é assim, faz parte do esquema de segurança deles. Não sabemos de nada, a tradutora [Lia Wyler] fica desesperada." Segundo Borges, não é possível nem dizer ainda qual será o título do livro em português. "Pode ser tanto "o príncipe mestiço" como o "príncipe bastardo", precisamos ler para saber o contexto."

O frenesi com o segredo em torno do livro cresceu após uma onda de boatos, no início do ano, de que o texto havia vazado na internet --o que era mentira. Piorou no mês passado, quando dois homens foram presos no Reino Unido tentando vender a um repórter duas cópias roubadas da editora.

Agora, das livrarias que já receberam o precioso carregamento, as editoras exigem cuidados redobrados de segurança, sob pena de não receberem cópias antecipadas do próximo e derradeiro volume da série.

As lojas nos EUA estão bem mais cautelosas do que as do Brasil, que receberam milhares de cópias em inglês na semana passada e já aceitam encomendas.

Enquanto a livraria on-line Amazon.com criou áreas restritas em seus depósitos para armazenar os livros, onde os funcionários só podem entrar com crachás especiais, a brasileira Americanas.com mantém seus exemplares no mesmo depósito que as demais mercadorias, em Barueri.

"Já há um bom esquema de segurança lá, nunca tivemos problemas", disse uma assessora.

O Submarino designou uma área específica, separada das demais mercadorias, mas não revela se a segurança foi intensificada. Nenhuma das duas lojas on-line diz quantos exemplares comprou nem quantos já foram vendidos.

A Livraria Cultura, que adquiriu 5.000 exemplares e já tem cerca de 2.500 reservados, exibe os livros encaixotados na loja do Conjunto Nacional desde a última terça. Há vigilância, mas nenhum esquema reforçado como o visto no exterior. Já a burocracia aumentou.

"Tivemos de assinar vários papéis que das outras vezes não precisamos, e o contrato foi muito mais rigoroso, exigindo que as caixas só fossem abertas à 0h01 do dia 16 pelo horário brasileiro", disse a assessora Sonia Goldfeder. Da última vez, a livraria seguiu o fuso horário britânico e começou as vendas na noite anterior, às 20h da véspera.

A Scholastic diz apenas que "trabalha de perto" com seus revendedores e que criou um plano especial de segurança para a distribuição, no qual estão incluídos 600 caminhões apenas nos EUA. "Mas, por questões estratégicas, não podemos revelar detalhes", disse por telefone Kris Moran, porta-voz da editora.

A única coisa que ela não esconde é o otimismo com o lançamento. "Do quinto volume, vendemos 60 milhões de cópias, 5 milhões apenas nas primeiras 24 horas. Desta vez, esperamos vender muito mais."

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