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21/07/2005 - 19h27

Análise: Música negra volta a dominar topo da parada dos EUA

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JULIANO DE SOUZA
Colaboração para a Folha Online

Os artistas negros continuam dando as cartas no mercado fonográfico. É o que mostra o balanço semanal da parada norte-americana. O cantor de rhytm'n blues R. Kelly foi o destaque com o lançamento de seu novo álbum "TP.3 Reloaded", que estreou direto no primeiro ligar.

Ed Betz-28.out.2004/AP
O cantor americano R. Kelly
O cantor americano R. Kelly
Com essa estréia em grande estilo, o cantor mostrou recuperação na carreira musical, após sofrer vários processos de acusação de pedofilia [já vimos esse filme antes, não?]. O músico aguarda julgamento.

No início de sua carreira, o cantor costumava adotar um padrão "Babyface" [outro músico muito popular entre os americanos] de mostrar seu, digamos, talento. Canções fáceis e de grande apelo comercial figuravam no seu repertório monótono e requentado.

Vale lembrar que o músico emplacou músicas como compositor na voz de outros artistas, como "You are not alone", de 1995 gravada por Michael Jackson [nossa, que coincidência!]. Essa música estreou direto no primeiro lugar da parada de singles e conseguiu ter a proeza de não sepultar de vez a carreira de Michael, alavancando as vendas do álbum "History: Past Present and Future, Book 1".

Mas a fama de bom moço que canta músicas açucaradas e românticas deixou R.Kelly um pouco entediado. Após vir à tona o processo acusando-o de pedofilia, o músico decidiu apostar numa estratégia de marketing diferente de adotar uma imagem semelhante aos que os rappers costumam usar.

Pelo jeito, seu "novo" estilo deu certo. O cantor, que outrora ficou conhecido pela música "I Believe, I Can Fly", agora exalta a vida fácil, as mulheres descartáveis e a parceria musical com seus "manos" rappers.

Uma da contribuições do "novo" R.Kelly está na participação na música e no clipe "Wonderful", do rapper Ja Rule. O clipe é bem veiculado na MTV e em programas específicos na TV paga, e a música tem boa repercussão nas rádios em São Paulo.

Pelo jeito, os americanos aprovaram o modo bad boy de ser de R. Kelly, mas como os americanos oscilam demais em sua opiniões, resta saber se ele --nosso ex-Don Juan da música negra norte-americana-- permanecerá firme e forte no topo até a próxima semana.

Outras artista que se deu bem e ficou com a vice-presidência dos álbuns mais vendidos foi a rapper preferida de 7 entre 10 descolados brasileiros, Missy Elliot com seu álbum "The Cookbook".

Missy costuma dar acertos se cercando de produtores competentes (Timbaland) e boas parcerias (a cantora e dublê de dançarina do ventre Beyoncé gravou junto com Missy a música "Nothing outh there for me", do disco "Under Construction" de 2002).

Além disso, possui fãs de peso no mainstream musical: Janet Jackson, 50 Cent, Mariah Carey e Madonna são alguns ilustres que têm admiração e respeito pelo trabalho da artista. Além da vice-liderança dos álbuns mais vendidos, seu single de trabalho chamado "Lose Control" está na sexta posição de músicas mais executadas nos EUA.

Seja por uma vertente mais criativa --como a de Missy-- ou mais pretensiosa --caso de R.Kelly-- a música negra foi o grande destaque na preferência dos americanos. A questão agora é saber se eles vão conseguiro manter as boas vendagens de seus discos e repercussão positiva de suas músicas no gosto instável dos americanos.

O jornalista Juliano de Souza, 29, é animador cultural e atualmente trabalha no Sesc Vila Mariana, em São Paulo

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