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01/08/2005
-
09h44
LAURA MATTOS
da Folha de S.Paulo
Janete Clair (1925-1983), uma das principais novelistas da Globo, tem seu nome agora disputado por Record e Bandeirantes. E a Globo perdeu por duas vezes a oportunidade de evitar que obras da escritora pudessem ser utilizadas por outros veículos.
Autora de 18 novelas da Globo ("Irmãos Coragem", "Pecado Capital", "Pai Herói" e outros sucessos), Clair tem 34 histórias que não pertencem à emissora.
Em 1996, o dramaturgo Dias Gomes, viúvo de Clair, assinou com a Globo um contrato de venda de todas as novelas escritas por ela para o canal (até então, o direito autoral pertencia aos novelistas, e Clair chegou a vender tramas globais a outros países).
Na ocasião, Dias Gomes ofereceu também à Globo as 31 novelas escritas para o rádio --muitas das quais obtiveram grande audiência entre as décadas de 40 e 50--, duas para a TV Tupi ("O Acusador", 1964, e "Paixão Proibida", 1967) e uma para a TV Rio ("Acorrentados", 1969).
O departamento artístico concordou com a compra, mas o financeiro fez uma proposta muito abaixo do que a família acreditava que valesse o pacote.
Após a morte de Dias Gomes, em 1999, os originais de Clair passaram de seu escritório para a casa de um dos filhos do casal. Há dois anos, os herdeiros voltaram a procurar a Globo para vender os títulos. A emissora disse que poderia guardar os papéis e comprar o direito autoral por motivos afetivos, mas que não tinha interesse de readaptar nenhuma história antiga. Novamente a família não concordou com a proposta nem com o valor oferecido.
Agora nas mãos de um agente, as 34 histórias de Janete Clair foram oferecidas a outras emissoras e despertaram o interesse de Record e Bandeirantes. As redes voltaram recentemente a investir em teledramaturgia, e Clair seria uma grife importante na busca por anunciantes e audiência.
Uma das novelas que chamou a atenção dos possíveis compradores é "Véu de Noiva". Apesar de ter sido exibida pela Globo em 1969/70, pode ser regravada por outro canal pois foi originalmente escrita para o rádio.
Os papéis datilografados por Clair, já em estado de degradação, estão sendo recuperados pelo núcleo de telenovelas da Universidade de São Paulo. Pesquisadores irão digitalizar os textos e conservar adequadamente os originais para os herdeiros.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Janete Clair
TVs disputam obra de Janete Clair
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da Folha de S.Paulo
Janete Clair (1925-1983), uma das principais novelistas da Globo, tem seu nome agora disputado por Record e Bandeirantes. E a Globo perdeu por duas vezes a oportunidade de evitar que obras da escritora pudessem ser utilizadas por outros veículos.
Autora de 18 novelas da Globo ("Irmãos Coragem", "Pecado Capital", "Pai Herói" e outros sucessos), Clair tem 34 histórias que não pertencem à emissora.
Em 1996, o dramaturgo Dias Gomes, viúvo de Clair, assinou com a Globo um contrato de venda de todas as novelas escritas por ela para o canal (até então, o direito autoral pertencia aos novelistas, e Clair chegou a vender tramas globais a outros países).
Na ocasião, Dias Gomes ofereceu também à Globo as 31 novelas escritas para o rádio --muitas das quais obtiveram grande audiência entre as décadas de 40 e 50--, duas para a TV Tupi ("O Acusador", 1964, e "Paixão Proibida", 1967) e uma para a TV Rio ("Acorrentados", 1969).
O departamento artístico concordou com a compra, mas o financeiro fez uma proposta muito abaixo do que a família acreditava que valesse o pacote.
Após a morte de Dias Gomes, em 1999, os originais de Clair passaram de seu escritório para a casa de um dos filhos do casal. Há dois anos, os herdeiros voltaram a procurar a Globo para vender os títulos. A emissora disse que poderia guardar os papéis e comprar o direito autoral por motivos afetivos, mas que não tinha interesse de readaptar nenhuma história antiga. Novamente a família não concordou com a proposta nem com o valor oferecido.
Agora nas mãos de um agente, as 34 histórias de Janete Clair foram oferecidas a outras emissoras e despertaram o interesse de Record e Bandeirantes. As redes voltaram recentemente a investir em teledramaturgia, e Clair seria uma grife importante na busca por anunciantes e audiência.
Uma das novelas que chamou a atenção dos possíveis compradores é "Véu de Noiva". Apesar de ter sido exibida pela Globo em 1969/70, pode ser regravada por outro canal pois foi originalmente escrita para o rádio.
Os papéis datilografados por Clair, já em estado de degradação, estão sendo recuperados pelo núcleo de telenovelas da Universidade de São Paulo. Pesquisadores irão digitalizar os textos e conservar adequadamente os originais para os herdeiros.
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