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05/08/2005 - 09h35

Nelson Sargento e Candeia ganham homenagem em São Paulo

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LUIZ FERNANDO VIANNA
da Folha de S.Paulo, no Rio

Para Nelson Mattos, "o samba agoniza mas não morre". Segundo cantava Antônio Candeia Filho, "se o dia nasce, renasce o samba/ se o dia morre, revive o samba". Ao menos simbolicamente, o que acontece hoje à noite, em São Paulo, indica que os versos dos dois estão certos.

Nelson Sargento, nome artístico de Mattos, completou 81 anos no último dia 25 e será homenageado na casa Traço de União. Artista de sete instrumentos, exporá suas pinturas, lançará o livro "Pensamentos" e, é claro, cantará clássicos como "Agoniza Mas Não Morre" e "Primavera".

Candeia (1935-1978), que faria 70 anos no próximo dia 17, terá suas músicas interpretadas no Sesc Pompéia por Paulinho da Viola, Luiz Carlos da Vila, Wilson Moreira, Teresa Cristina e Quinteto em Branco e Preto. Amanhã e no domingo há bis do show, e hoje e amanhã acontece uma roda de samba dedicada a Candeia na choperia do local --os ingressos no Sesc estão esgotados.

"Eu tenho habeas corpus com são Pedro até 2020. Não estou com pressa", brinca Sargento, que, sempre ao lado da companheira/produtora Evonete Belizário, tem planos para os seus próximos 15 anos de vida.

Um projeto se realizará já em 2005. Um ano depois da data redonda, a gravadora Rob Digital lançará a caixa "Nelson Sargento 80 Anos", que reúne seus discos "Sonho de um Sambista", "Encanto da Paisagem", "Flores em Vida" e "Só Cartola" --este feito com Elton Medeiros.

"Homenagem não precisa de data redonda ou quadrada. A gente vai lá e aceita", afirma, pronto para ter seus 81 anos saudados hoje à noite.

Mas ele também quer homenagear. Sargento sonha reunir em um DVD os amigos de samba que ainda estão por aí e relembrar os que já se foram --gente ainda pouco reconhecida como o mangueirense Padeirinho, o portelense Walter Rosa, o salgueirense Noel Rosa de Oliveira e o imperiano Mestre Fuleiro.

"Felizmente, nos últimos anos estive muito na imprensa", diz ele, que está recebendo as "flores em vida", algo que, segundo o samba de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito ("Quando Eu me Chamar Saudade"), é difícil um sambista conseguir.

Versátil, Sargento virou até ator, nos filmes "O Primeiro Dia", de Walter Salles e Daniela Thomas, e "Orfeu", de Cacá Diegues. Foi o astro do documentário "Nelson Sargento", de Estevão Ciavatta, e atuou em um clipe e em um especial de Chico Buarque.

As aparições nas telas são resultado de um carisma que a voz às vezes enrolada não arrefece e, principalmente, do seu talento.

Na Mangueira, onde viveu por 42 anos, conquistou o respeito dos mais velhos, como Cartola e Carlos Cachaça, ganhou quatro disputas de samba-enredo na Estação Primeira e exaltou escola e comunidade em músicas e telas.

Agora, além de não parar de pintar nem de compor --nos últimos meses, em parceria com Agenor de Oliveira-, ele está incrementando o lado escritor. Lançou poemas, pretende escrever contos e compilou frases no livro "Pensamentos" (ed. Olho do Tempo).

"Aprendi muita coisa com a vida. Mas não posso provar. A vida não dá diploma", ensina no livro.

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