Publicidade
Publicidade
18/08/2005
-
11h59
MARY PERSIA
da Folha Online
Depois de um bom filme, nem sempre vem outra boa produção. O que esperar então do novo trabalho do diretor de "Cidade de Deus" (2002), aclamado e premiado no Brasil e no exterior? "O Jardineiro Fiel", que estréia no dia 26 de agosto nos Estados Unidos e em 14 de outubro no Brasil, já tem recebido boas críticas na imprensa internacional.
A primeira exibição oficial do novo filme de Fernando Meirelles aconteceu na semana passada, em Nova York. No Brasil, a produção terá pré-estréia em 5 de outubro, durante o Festival do Rio 2005. Antes, será exibido na mostra competitiva do Festival de Veneza (31 de agosto a 10 de setembro).
"O Jardineiro Fiel", misto de drama, suspense e romance, leva para as telas a ficção escrita pelo britânico John Le Carré e adaptada por Jeffrey Caine ("007 Contra GoldenEye"). As filmagens começaram em maio de 2004 e foram feitas em Berlim (Alemanha), Londres (Inglaterra) Naoróbi (Quênia) e Winnipeg (Canadá). A peregrinação foi necessária para contar a história de um assassinato, o esforço para solucionar o crime e a descoberta de uma conspiração.
Numa área remota do norte do Quênia, a ativista Tessa Quayle (Rachel Weisz, de "Constantine" e "O Retorno da Múmia") é encontrada morta, em um crime que parece ser passional --seu amante, um médico, teria fugido do lugar. Ao saber do assassinato, seu marido, o moderado diplomata Justin Quayle (Ralph Fiennes, de "A Lista de Schindler" e "Spider - Desafie Sua Mente"), tenta desvendar o crime.
O filme foi visto por críticos internacionais como uma feliz exceção às adaptações deficientes dos romances de Le Carré. Parte do mérito seria do "ponto-de-vista de terceiro mundo" do diretor. Já se disse também que se pode notar o "realismo" de "Cidade de Deus" em "O Jardineiro Fiel", a despeito de todas as inúmeras diferenças entre as produções --que se esbarram, curiosamente, na duração ("Cidade" tem duas horas e dez minutos, apenas um minuto a mais do que "O Jardineiro").
Sabe-se que, diferentemente de "Água Negra", em que Walter Salles figura como diretor contratado --portanto, com poder limitado sobre o produto final--, há a mão de Meirelles do começo ao fim. O roteiro, por exemplo, teve a ordem de várias passagens invertida na hora da montagem, em Londres, ressaltando ainda mais os flash-backs da narrativa não-linear.
Meirelles também teria aberto mão de uma atriz ganhadora de Oscar, ao contrário da participação de Jennifer Connelly no filme de Salles. Ele teria dispensado Nicole Kidman, alegando que ela seria muito velha para interpretar Tessa. Naomi Watts seria sua escolha, mas a atriz estava envolvida com a refilmagem de "King Kong". Kate Winslet também teria sido cotada para o papel.
Como a diferença de idade entre as atrizes é pequena --Nicole tem 38 anos e Rachel, 34-- e a maquiagem opera milagres nas telas, fica a dúvida se a questão era de fato essa ou se dizia respeito ao peso da visibilidade de Nicole. O que se diz na crítica especializada é que não houve interesse em "desvirtuar" a reputação do filme entregando a protagonista a uma ganhadora do Oscar (Fiennes foi duas vezes indicado, mas nunca levou), correndo o risco de virar "o filme de Nicole".
Já por trás das câmeras, a relação com o Oscar não foi problema. A fotografia é do uruguaio César Charlone, indicado ao Oscar (por "Cidade de Deus") assim como o produtor Simon Channing Williams (por "Segredos e Mentiras") e Claire Simpson (pela edição de "Platoon"). A trilha sonora ficou a cargo do espanhol Alberto Iglesias, querido de Pedro Almodóvar (é responsável pela música de "Tudo Sobre Minha Mãe", "Fale com Ela" e "Má Educação", entre outros).
Meirelles, 49, que se disse grato, mas cansado de explicar emoções em inglês, já anunciou que seu próximo filme será falando em sua língua nativa. Uma das possibilidades é "Intolerância 2", cujo roteiro, de Bráulio Mantovani, já está pronto.
Especial
Veja galeria de fotos do filme "O Jardineiro Fiel"
Leia o que já foi publicado sobre Fernando Meirelles
Após "Cidade de Deus", Fernando Meirelles faz sucesso com novo filme
Publicidade
da Folha Online
Depois de um bom filme, nem sempre vem outra boa produção. O que esperar então do novo trabalho do diretor de "Cidade de Deus" (2002), aclamado e premiado no Brasil e no exterior? "O Jardineiro Fiel", que estréia no dia 26 de agosto nos Estados Unidos e em 14 de outubro no Brasil, já tem recebido boas críticas na imprensa internacional.
Divulgação |
"O Jardineiro Fiel" estréia em outubro no país |
"O Jardineiro Fiel", misto de drama, suspense e romance, leva para as telas a ficção escrita pelo britânico John Le Carré e adaptada por Jeffrey Caine ("007 Contra GoldenEye"). As filmagens começaram em maio de 2004 e foram feitas em Berlim (Alemanha), Londres (Inglaterra) Naoróbi (Quênia) e Winnipeg (Canadá). A peregrinação foi necessária para contar a história de um assassinato, o esforço para solucionar o crime e a descoberta de uma conspiração.
Numa área remota do norte do Quênia, a ativista Tessa Quayle (Rachel Weisz, de "Constantine" e "O Retorno da Múmia") é encontrada morta, em um crime que parece ser passional --seu amante, um médico, teria fugido do lugar. Ao saber do assassinato, seu marido, o moderado diplomata Justin Quayle (Ralph Fiennes, de "A Lista de Schindler" e "Spider - Desafie Sua Mente"), tenta desvendar o crime.
Divulgação |
Fernando Meirelles estará no Festival do Rio |
Sabe-se que, diferentemente de "Água Negra", em que Walter Salles figura como diretor contratado --portanto, com poder limitado sobre o produto final--, há a mão de Meirelles do começo ao fim. O roteiro, por exemplo, teve a ordem de várias passagens invertida na hora da montagem, em Londres, ressaltando ainda mais os flash-backs da narrativa não-linear.
Meirelles também teria aberto mão de uma atriz ganhadora de Oscar, ao contrário da participação de Jennifer Connelly no filme de Salles. Ele teria dispensado Nicole Kidman, alegando que ela seria muito velha para interpretar Tessa. Naomi Watts seria sua escolha, mas a atriz estava envolvida com a refilmagem de "King Kong". Kate Winslet também teria sido cotada para o papel.
Divulgação |
Filme recebeu boas críticas no exterior |
Já por trás das câmeras, a relação com o Oscar não foi problema. A fotografia é do uruguaio César Charlone, indicado ao Oscar (por "Cidade de Deus") assim como o produtor Simon Channing Williams (por "Segredos e Mentiras") e Claire Simpson (pela edição de "Platoon"). A trilha sonora ficou a cargo do espanhol Alberto Iglesias, querido de Pedro Almodóvar (é responsável pela música de "Tudo Sobre Minha Mãe", "Fale com Ela" e "Má Educação", entre outros).
Meirelles, 49, que se disse grato, mas cansado de explicar emoções em inglês, já anunciou que seu próximo filme será falando em sua língua nativa. Uma das possibilidades é "Intolerância 2", cujo roteiro, de Bráulio Mantovani, já está pronto.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alice Braga produzirá nova série brasileira original da Netflix
- Sem renovar contrato, Fox retira canais da operadora Sky
- Filósofo e crítico literário Tzvetan Todorov morre, aos 77, em Paris
- Quadrinhos
- 'A Richard's estava perdendo sua cara', diz Ricardo Ferreira, de volta à marca
+ Comentadas
- Além de Gaga, Rock in Rio confirma Ivete, Fergie e 5 Seconds of Summer
- Retrospectiva celebra os cem anos da mostra mais radical de Anita Malfatti
+ EnviadasÍndice