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12/09/2005 - 09h00

Romance "O Historiador" entra na lista dos mais vendidos

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ALEXANDRE MATIAS
da Folha de S. Paulo

Uma pessoa comum encontra algo incomum que a leva em uma jornada fantástica, em que ela será constantemente confrontada com seus próprios medos e angústias, até transpô-los e alcançar uma espécie de redenção. Sim, é uma fórmula --mas não foi o marketing que a inventou. Joseph Campbell que o diga.

É mais provável que tenha sido o contrário, que a história tenha inventado o marketing para que pudesse ser contada para mais e mais pessoas. Sejam as odisséias de Ulisses, o país das maravilhas de Alice, a Terramédia de Tolkien etc. A saga é um formato testado e aprovado muito antes do próprio mercado de histórias.

Mas, depois que essas histórias encontraram em rios de dinheiro o melhor caminho para serem multiplicadas, saíram das palavras impressas e passaram para as imagens em movimento. Com o século 20, o cinema assumiu o papel do papel, e a luz tornou-se o narrador. Todas as histórias foram para a tela. Seduzidos pelas imagens, tornamo-nos mais objetivos e impressionáveis, menos sutis e críticos. O texto tornou-se um acessório para o cinema.

Mas três filmes parecem ter prenunciado o esgotamento desse formato. "2001", "Guerra nas Estrelas" e "Matrix" saúdam a transferência de mãos do poder hollywoodiano ao mesmo tempo em que gera outro veículo -o livro como subproduto. Graças à odisséia de Kubrick, as pessoas leram ainda mais Arthur C. Clarke; a saga de George Lucas gerou inúmeros livros, enquanto a dos irmãos Wachowski nos linkava a Baudrillard, Ballard e K. Dick. Um arco ainda menor, de megaproduções baseadas em megassucessos literários ("O Senhor dos Anéis", "Harry Potter") consagrava um movimento proporcional à nova decadência dos estúdios: as pessoas voltaram a ler. "O Código Da Vinci" e seus sucessores diretos são só o começo dessa história.

Elizabeth Kostova dá continuidade --virando a página com seu "O Historiador". O sucesso desses livros não é a Igreja Católica, mistérios do passado ou a ligação com Jesus Cristo, e sim o fato de apresentarem, ao mesmo tempo, descrições artísticas, arquitetônicas, históricas, ritualísticas etc. de assuntos que estão longe do nosso dia-a-dia. Kostova deixa o cristianismo de lado e vai para o outro lado, a escuridão. E vai bem.

Como na tradicional saga, uma adolescente descobre pistas que a levam para um mundo de dor e sofrimento, à medida em que a autora nos apresenta a história de Vlad, o Empalador, cruel genocida da Idade Média que inspirou Bram Stoker a escrever "Drácula". Por trás de sua história, a protagonista se depara com a sociedade de preservação da maldade, uma linhagem secular que atravessa os séculos até nossos dias. Deixe Maria Madalena e a Mona Lisa de lado --as sombras assumem a direção.

E Kostova flui bem. Tanto pela história quanto geograficamente -somos apresentado à história do Leste Europeu, com impérios otomano, bizantino e União Soviética ressurgindo dos mortos à medida em que a história, contada em três tempos diferentes, se desenrola. Mais Dan Brown que Anne Rice, "O Historiador" é outro tijolo na pavimentação da estrada de volta à leitura. A história é a mesma --o que importa é o que acontece no caminho.

Veja abaixo a lista completa dos livros mais vendidos

Ficção

1 - "Memória de Minhas Putas Tristes" - Gabriel García Márquez (ed. Record, R$ 24,90, 128 págs.)
2 - "Fortaleza Digital" - Dan Brown (ed. Sextante, R$ 29,90, 336 págs.)
3 - "Assassinatos na Academia Brasileira de Letras" - Jô Soares (ed. Companhia das Letras, R$ 35, 256 págs.)
4 - "O Código Da Vinci" - Dan Brown (ed. Sextante, R$ 39,90, 480 págs.)
5 - "Anjos e Demônios" - Dan Brown (ed. Sextante, R$ 39,90, 464 págs.)
6 - "As Cinco Pessoas que Você Encontra no Céu" - Mitch Albom (ed. Sextante, R$ 19,90, 192 págs)
7 - "Casório?!" - Marian Keys (ed. Bertrand Brasil, R$ 55, 644 págs.)
8 - "Jonathan Strange e Mr. Norrel" - Susanna Clarke (ed. Companhia das Letras, R$ 55, 820 págs.)
9 - "A Cura de Schopenhauer - Irvind D. Yalom (ed. Ediouro, R$ 49,90, 336 págs.)
10 - "O Historiador" - Elizabeth Kostova (ed. Suma, R$ 44,90, 544 págs.)


Não-ficção

1 - "Dossiê Brasília - Os Segredos do Presidente - Geneton Moraes Neto (ed. Globo, R$ 29, 272 págs.)
2 - "Amor É Prosa, Sexo É Poesia" - Arnaldo Jabor (ed. Objetiva, R$ 29,90,199 págs.)
3 - "Plim-Plim" - Paulo Henrique Amorim e Maria Helena Passos (ed. Conrad, R$ 35, 232 págs.)
4 - "Almanaque Anos 80" - Luiz André Alzer e Mariana Claudino (ed. Ediouro, R$ 49, 304 págs.)
5 - "Esquadrão da Moda" - Susannah Constantini e Trinny Woodall (ed. Globo, R$ 38, 144 págs.)
6 - "102 Minutos" - Kevin Flynn e Jim Dwyer (ed. Zahar, R$ 34,50, 332 págs.)
7 - "Ainda Lembro" - Jean Wyllys (ed. Globo, R$ 14,90, 112 págs.)
8 - "Perdas & Ganhos" - Lya Luft (ed. Record, R$ 21,90, 128 págs.)
9 - "O Chef Sem Mistérios" - Jamie Oliver (ed. Globo, R$ 68, 256 págs.)
10 - "Hitler V.1" - Joachim Fest (ed. Nova Fronteira, R$ 52, 528 págs)

Auto-ajuda e esotéricos

1 - "O Monge e o Executivo" - James Hunter (ed. Sextante, R$ 19,90, 144 págs.)
2 - "Jesus, o Maior Psicólogo que Já Existiu" - Mark Baker (ed. Sextante, R$ 19,90, 192 págs.)
3 - "Nunca Desista de seus Sonhos" - Augusto Jorge Cury (ed. Sextante, R$ 19,90, 160 págs.)
4 - "Freakonomics" - Stephen J. Dubner (ed. Campus - R$ 45, 266 págs.)
5 - "Pais Brilhantes, Professores Fascinantes" - Augusto Jorge Cury (ed. Sextante, R$ 19,90, 174 págs.)
6 - "Por Que os Homens Fazem Sexo e as Mulheres Fazem Amor" - Allan Pease (ed. Sextante, R$ 19,90, 204 págs.)
7 - "Não Leve a Vida Tão a Sério" - Hugh Prather (ed. Sextante, R$ 19,90, 160 págs.)
8 - "Você é Insubstituível" - Augusto Jorge Cury (ed. Sextante, R$ 9,90, 112 págs.)
9 - "Um Amor de Verdade" - Zibia Gasparetto (ed. Vida E Consciência, R$ 27, 416 págs.)
10 - "Dez Leis para ser Feliz" - Augusto Jorge Cury (ed. Sextante, R$ 9,90, 128 págs.)

A lista é feita com base na soma do número de exemplares vendidos entre 12/7 e 18/7, divulgado pelas seguintes livrarias: Siciliano (todo o país), Saraiva (todo o país), Laselva (todo o país), Sodiler (Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Maceió, Natal), Cultura (São Paulo, Porto Alegre e Recife), Fnac (São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília), Livraria da Vila (São Paulo), Nobel (São Paulo), e Livrarias Curitiba (Curitiba, Londrina, Florianópolis, Joinville, Porto Alegre)

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