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14/09/2005 - 09h52

Deborah Colker e Beatriz Milhazes serão destaques na Copa-2006

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EDUARDO SIMÕES
da Folha de S.Paulo

Na Copa-2006, Robinho, Ronaldo e Ronaldinho terão uma mãozinha de Beatriz Milhazes e Deborah Colker no ataque. A artista plástica e a coreógrafa foram escaladas como as principais representantes da torcida verde-e-amarela na programação cultural paralela que acontece na Alemanha antes e durante os jogos. Programação alvissareira, que desde 2004, quando fechada, dava como certa a presença do país no Mundial, só oficializada com os 5 x 0 sobre o Chile, no último dia 4.

A equipe brasileira terá um páreo duro na Alemanha: são 48 projetos de todo o mundo. Favoritos, como Robert Wilson, que apresentará "Soccersongs", uma ópera sobre o futebol; revelações, como "Adelante, Muchachas", documentário sobre o futebol feminino de Honduras, e "Garuma", peça de teatro sobre a ascensão e queda de um astro do futebol brasileiro; e um encontro de craques da literatura, de Nick Hornby a Günter Grass, falando sobre o jogo e as letras.

Maraca

Milhazes foi a única sul-americana convidada para fazer um dos 14 cartazes oficiais da Copa. O título: "Maracanã". Um dos mais famosos estádios de futebol do mundo também deve batizar o espetáculo de dança criado por Colker, que estréia no dia 25 de janeiro na Alemanha, com 16 bailarinos no palco, oito brasileiros, oito alemães. "Tomara que seja pé-quente", diz a flamenguista Colker, torcendo para que 2006 seja o ano do Brasil na Alemanha, dentro e fora do campeonato.

Colker está desde domingo em Hamburgo fazendo a seleção dos bailarinos alemães que participarão do espetáculo. No entanto, "Maracanã" --ou ainda "Drible", um dos nomes que Colker tem em mente, por conta da compreensão internacional-- está sendo gestado no Rio. A coreógrafa já tem um roteiro para 29 minutos de espetáculo, que deverá ter duração final de 45. Com direito a prorrogação, segundo ela.

Na equipe técnica, Colker trabalha com Gringo Cardia nos cenários e Alexandre Herchcovitch nos figurinos, repetindo parceria de "Nó", que estréia em São Paulo na próxima semana. A trilha sonora, uma mistura de samba e funk carioca, com uma pitada eletrônica para agradar aos anfitriões, ficará a cargo da dupla de produtores musicais Berna Ceppas e Alexandre Kassin.

Em seu palco transformado em campo, Colker terá 11 bailarinos como jogadores, outro como juiz etc. A coreógrafa, que chegou a pensar em representar a relação do time com a torcida, resolveu concentrar-se no jogo, no momento em que a bola rola.

"O que me interessa é a disputa, a destreza, o suingue, a tática. Mas minha preocupação é não cair na simples mímica do futebol", ressalta a coreógrafa. "Tento me inspirar na dinâmica dos movimentos, mas com a sofisticação do olhar do bailarino."

Bailado sobre verde

O "Maracanã" de Beatriz Milhazes é um dos 14 cartazes oficiais da Copa. A criação da artista tinha que conter uma relação com o futebol, sem perder a identidade com o seu trabalho. Milhazes diz que foi uma obra demorada: em primeiro lugar teve que consultar seu pai sobre futebol. E ainda fazer uma pequena pesquisa sobre bandeiras. Terminou no ano passado e, em maio, foi a Berlim para assinar o original.

"Eu me apeguei à bola de futebol tradicional [gomos pretos e brancos] e com ela criei um eixo central para a composição. Em torno dela desenhei cinco anéis, cada um representando um país, em seu continente. Desse eixo, formas de arabescos compõem um tipo de 'dança' sobre a superfície do papel. Uma espécie de 'bailado sobre o verde'."

Além de Milhazes e Colker, outros brasileiros estão concentrados para a Copa: os capixabas Roberto Seba e Gustavo Moraes, que apresentarão na mostra "Shoot Goals! Shoot Movies!" o curta "Como Se Fosse Ontem".

"O filme apresenta não só a paixão que o brasileiro tem pelo futebol mas também como isso influi na nossa cultura. Num mesmo campo, meninos e meninas de todas as idades e cores jogando futebol, de igual para igual, que é algo extremamente comum para nós", afirma Seba.

O futebol de rua ainda é tema do "Streetfootballworld Festival", que entre os dias 1º e 8 de julho leva a Berlim 24 times de todo o mundo, ligados a projetos sociais como o "Ocas", de São Paulo, além de artistas que traduzem para o cinema, fotografia e música a arte das peladas e das pedaladas.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Deborah Colker
  • Leia o que já foi publicado sobre Beatriz Milhazes
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