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10/10/2005
-
13h51
da Folha Online
A segunda temporada da microssérie "Hoje É Dia de Maria" estréia nesta terça, por volta das 23h, e será exibida até dia 15 de outubro, sempre no mesmo horário. Mais uma vez, através do lúdico caminho percorrido por Maria, os autores Luís Alberto de Abreu e Luiz Fernando Carvalho rechearam a trama de críticas sociais para refletir artisticamente as dores do país e do mundo.
Corrupção entre os poderosos, exploração do trabalho infantil, desigualdade social e miséria, subjugação da condição feminina, opressão do consumo, descarte do ser humano e falência dos sonhos serão alguns dos temas abordados delicadamente pela série.
A guerra também se fará presente como um grito de clemência à paz. Coerente com o universo fantástico de "Hoje É Dia de Maria", a guerra inicia quando o Gigante acorda e esmaga a cidade com seus pés imensos. Os soldados não sabem quem é o inimigo, mas continuam perdidos nas trincheiras lutando. As pistolas são assumidamente de brinquedo --coloridas e de atirar água.
"Uma de minhas preocupações quando faço televisão é trabalhar com um conteúdo mais educacional, sem me perder da noção da fabulação e do espetáculo. Os Asmodeus, mesmo dentro de uma linguagem ingênua e circense, habitam este lado da história", explica Fernando Carvalho.
Trama
Para contar os novos desafios de Maria, a narrativa musical foi escolhida por ser mais contundente do que a prosa. Ao todo, são cerca de 50 canções compostas originalmente pelo maestro Tim Rescala, que também criou as músicas incidentais.
A história começa com Maria (mais uma vez Carolina Olieira) sendo levada pelo mar. Ao sabor das marés, a pequena é jogada na areia de uma praia desconhecida. Assustada, Maria se põe a caminhar e pede ajuda a uma mulher (Rosa Marya Colin) que lava roupa na beira de um rio. Sorridente, ela conforta a menina e a encoraja a continuar seu caminho, pois não há força que enfraqueça o que está por vir.
Encontrando pelo caminho uma série de personagens que a fazem refletir, Maria chegá à cidade. O encantamento com as luzes se esvai quando a menina percebe que está sozinha no caos urbano. Sozinha, Maria adormece sob uma marquise e acorda cutucada por uma bengala --ela irá ser enganada pelas promessas do homem.
Cenário
Tudo transcorre numa cidade construída em papel, com cerca de oito metros de altura. A delicadeza dos recortes dos prédios e da volumetria obtida com a sobreposição dos pôsteres bidimensionais contrasta com a agressividade expressionista das imagens.
Dentro da cidade, chama ainda atenção o mar: 20 telas presas a estruturas com alavancas manuais giratórias fazem o movimento das ondas. A pintura, toda feita à mão, é a mesma do ciclorama de 170m de comprimento e 10m de altura que recobre internamente o domo (tipo de bolha onde a história é filmada).
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A segunda temporada da microssérie "Hoje É Dia de Maria" estréia nesta terça, por volta das 23h, e será exibida até dia 15 de outubro, sempre no mesmo horário. Mais uma vez, através do lúdico caminho percorrido por Maria, os autores Luís Alberto de Abreu e Luiz Fernando Carvalho rechearam a trama de críticas sociais para refletir artisticamente as dores do país e do mundo.
Corrupção entre os poderosos, exploração do trabalho infantil, desigualdade social e miséria, subjugação da condição feminina, opressão do consumo, descarte do ser humano e falência dos sonhos serão alguns dos temas abordados delicadamente pela série.
A guerra também se fará presente como um grito de clemência à paz. Coerente com o universo fantástico de "Hoje É Dia de Maria", a guerra inicia quando o Gigante acorda e esmaga a cidade com seus pés imensos. Os soldados não sabem quem é o inimigo, mas continuam perdidos nas trincheiras lutando. As pistolas são assumidamente de brinquedo --coloridas e de atirar água.
"Uma de minhas preocupações quando faço televisão é trabalhar com um conteúdo mais educacional, sem me perder da noção da fabulação e do espetáculo. Os Asmodeus, mesmo dentro de uma linguagem ingênua e circense, habitam este lado da história", explica Fernando Carvalho.
Trama
Para contar os novos desafios de Maria, a narrativa musical foi escolhida por ser mais contundente do que a prosa. Ao todo, são cerca de 50 canções compostas originalmente pelo maestro Tim Rescala, que também criou as músicas incidentais.
A história começa com Maria (mais uma vez Carolina Olieira) sendo levada pelo mar. Ao sabor das marés, a pequena é jogada na areia de uma praia desconhecida. Assustada, Maria se põe a caminhar e pede ajuda a uma mulher (Rosa Marya Colin) que lava roupa na beira de um rio. Sorridente, ela conforta a menina e a encoraja a continuar seu caminho, pois não há força que enfraqueça o que está por vir.
Encontrando pelo caminho uma série de personagens que a fazem refletir, Maria chegá à cidade. O encantamento com as luzes se esvai quando a menina percebe que está sozinha no caos urbano. Sozinha, Maria adormece sob uma marquise e acorda cutucada por uma bengala --ela irá ser enganada pelas promessas do homem.
Cenário
Tudo transcorre numa cidade construída em papel, com cerca de oito metros de altura. A delicadeza dos recortes dos prédios e da volumetria obtida com a sobreposição dos pôsteres bidimensionais contrasta com a agressividade expressionista das imagens.
Dentro da cidade, chama ainda atenção o mar: 20 telas presas a estruturas com alavancas manuais giratórias fazem o movimento das ondas. A pintura, toda feita à mão, é a mesma do ciclorama de 170m de comprimento e 10m de altura que recobre internamente o domo (tipo de bolha onde a história é filmada).
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