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04/11/2005
-
09h07
SÉRGIO RIZZO
do Guia da Folha
O pedaço de Salvador que domina a cena em "Cidade Baixa", que estréia nesta sexta-feira, lembra muito o recorte de Recife em "Amarelo Manga". Costuma-se chamar a esse ambiente, com algum preconceito, de "submundo" --como se houvesse, acima dele, o "mundo" e suas regras supostamente superiores de convívio. Em ambos os filmes, esse microcosmo social se distingue pelas precárias estratégias de sobrevivência dos que vivem ali, mas também pela pulsão sexual. A partir do momento em que a segunda interfere nas primeiras, brinca-se com pólvora.
A de "Cidade Baixa" é disposta sobre o chão logo de início, quando se forma subitamente um triângulo entre uma prostituta (Alice Braga, de "Cidade de Deus") e dois amigos que trabalham fazendo viagens de barco (Wagner Moura, de "Deus é Brasileiro", e Lázaro Ramos, de "O Homem que Copiava"). O destino dos três é a região de Salvador a que se refere o título, metáfora pronta, tanto de sentido social quanto de sexual, que os personagens se encarregam de ilustrar com seus movimentos tortuosos movidos pela necessidade e pelo desejo.
Não há sociologia barata na estratégia do diretor e roteirista Sérgio Machado ("Onde a Terra Acaba") e do co-roteirista Karim Aïnouz, que escreveram também "Madame Satã", com Lázaro Ramos no papel-título (e dirigido por Aïnouz). A trama começa com os três personagens em movimento e os abandona da mesma forma, sem explicações prévias sobre origens, evitando a armadilha do determinismo social, e sem a pretensão, ao final, de lhes arredondar a trajetória. A vida continua.
Nessa jornada de imersão, cabe aos atores a tarefa de manter acesa a chama de interesse por um drama que, sem ter nada de muito novo, vive do desafio de mobilizar o espectador menos pela razão e mais pela sensibilidade.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o ator Wagner Moura
Leia o que já foi publicado sobre o ator Lázaro Ramos
"Cidade Baixa" usa Salvador como palco
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do Guia da Folha
O pedaço de Salvador que domina a cena em "Cidade Baixa", que estréia nesta sexta-feira, lembra muito o recorte de Recife em "Amarelo Manga". Costuma-se chamar a esse ambiente, com algum preconceito, de "submundo" --como se houvesse, acima dele, o "mundo" e suas regras supostamente superiores de convívio. Em ambos os filmes, esse microcosmo social se distingue pelas precárias estratégias de sobrevivência dos que vivem ali, mas também pela pulsão sexual. A partir do momento em que a segunda interfere nas primeiras, brinca-se com pólvora.
A de "Cidade Baixa" é disposta sobre o chão logo de início, quando se forma subitamente um triângulo entre uma prostituta (Alice Braga, de "Cidade de Deus") e dois amigos que trabalham fazendo viagens de barco (Wagner Moura, de "Deus é Brasileiro", e Lázaro Ramos, de "O Homem que Copiava"). O destino dos três é a região de Salvador a que se refere o título, metáfora pronta, tanto de sentido social quanto de sexual, que os personagens se encarregam de ilustrar com seus movimentos tortuosos movidos pela necessidade e pelo desejo.
Não há sociologia barata na estratégia do diretor e roteirista Sérgio Machado ("Onde a Terra Acaba") e do co-roteirista Karim Aïnouz, que escreveram também "Madame Satã", com Lázaro Ramos no papel-título (e dirigido por Aïnouz). A trama começa com os três personagens em movimento e os abandona da mesma forma, sem explicações prévias sobre origens, evitando a armadilha do determinismo social, e sem a pretensão, ao final, de lhes arredondar a trajetória. A vida continua.
Nessa jornada de imersão, cabe aos atores a tarefa de manter acesa a chama de interesse por um drama que, sem ter nada de muito novo, vive do desafio de mobilizar o espectador menos pela razão e mais pela sensibilidade.
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