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14/11/2005 - 10h04

Coleção traz quadrinhos em estilo pornô

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MARCO AURÉLIO CANÔNICO
da Folha de S.Paulo

O espinafre do velho marinheiro Popeye, quem diria, dá força descomunal a outras partes do corpo, além de braços e pernas, agindo como um precursor do Viagra. Esta é apenas uma das curiosidades --e ironias-- presentes na coletânea "Quadrinhos Sujos" (Opera Graphica, R$ 39), que faz um apanhado das famosas Tijuana-Bibles (Bíblias de Tijuana), histórias em quadrinhos eróticas produzidas de forma artesanal e vendidas ilegalmente, nos EUA, entre 1930 e 1950.

São quatro pequenos volumes, com 96 páginas cada um, reunidos em uma caixa que resgata as histórias dessas HQs, predecessoras do movimento underground dos quadrinhos da década de 1960 (que lançou Robert Crumb, entre outros) e dos famosos "catecismos" de Carlos Zéfiro, que apresentaram o sexo explícito para os jovens brasileiros a partir de 1950.

Com uma média de oito páginas para cada história, as Tijuana-Bibles chocavam não apenas por seu conteúdo explícito, mas por utilizarem como personagens figuras célebres dos quadrinhos (como Mickey, Super-Homem e Dick Tracy), do cinema (Cary Grant, Ingrid Bergman, Carmen Miranda etc.) e mesmo personalidades históricas (como Hitler, Mussolini e Mahatma Ghandi).

A coleção é organizada pelo especialista Gonçalo Junior, que assina os excelentes textos introdutórios, esmiuçando não apenas a história das Tijuana-Bibles, mas dos quadrinhos eróticos em geral, além de traçar um panorama da sociedade em que foram produzidos. Resta saber se os leitores --a coletânea só pode ser vendida a maiores de 18 anos-- vão se interessar também pelo texto.

Outra dúvida diz respeito ao direito autoral sobre os personagens. Originalmente publicadas de forma clandestina, não haveria um temor de eventuais protestos (e processos) das editoras, agora que a publicação sai por uma editora conhecida, com divulgação? Gonçalo Junior afirma que o risco foi calculado. "Como a coleção tem um propósito muito mais antropológico e de resgate histórico, decidimos correr o risco", explica.

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