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18/11/2005 - 19h12

Sem rumo, "Bang Bang" derrapa no ibope

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da Folha Online

O ibope da novela "Bang Bang" derrapou neste mês em meio ao avanço da concorrência no horário, às críticas sobre a atuação dos protagonistas e a falta de rumo da história.

Na estréia "Bang Bang" registrou um ibope de 36 pontos. Neste mês, o pior desempenho foi de 22,3 pontos no último dia 12. Ontem, recuperou um pouco cravando 28,4 pontos --mesmo assim abaixo do patamar de 30 pontos.

A novela, que explora a estética de faroeste, parece repetir as dificuldades enfrentadas por "América" --a trama anterior das oito trocou de diretor no começo e enfrentou rejeição de alguns críticos.

Fernanda Lima

A performance da atriz Fernanda Lima em "Bang Bang", que vive Diana Bullock, vem sendo bastante criticada, a exemplo do que ocorreu com Deborah Secco, protagonista de "América".

Mas a atuação da ex-VJ da MTV não é a única causa da queda da audiência. O folhetim das sete perdeu seu criador, o autor Mario Prata, que deixou a obra para tratar uma doença, logo após a estréia.

Há também uma forte concorrente no mesmo horário, a contemporânea "Prova de Amor", da Record, que, no segundo lugar na audiência, tem roubado alguns telespectadores da emissora carioca.

No momento a estratégia da Globo para recuperar a produção "western" foi destacar o tom folhetinesco e incrementar o romance entre os mocinhos da história --Diana e Ben Silver (Bruno Garcia). O efeito das mudanças ainda não repercutiu muito nos números.

Proposta inovadora

Para a professora Maria de Lourdes Motter, do Núcleo de Pesquisa de Telenovela, da ECA (Escola de Comunicação e Artes), da Universidade de São Paulo, a novela começou com uma proposta inovadora para o horário.

"Achei muito interessante o jogo de espaço e tempo que se fazia com o século 19 e 21. Tinha um tom bem humorado de crítica social, como a brincadeira dos cavalos que seriam cuidados por alguém na rua em troca de uma caixinha. Além da cozinheira da Bahia em um ambiente totalmente diferente e os pistoleiros que viraram seguranças", diz.

A professora ainda ressalta como pontos positivos a combinação da interpretação dos atores com recursos de animação. Por outro lado, não vê com bons olhos as últimas mudanças.

"Como personagens tão durões se transformam de um dia para outro em um casal meloso? O rumo deles mudou de uma hora para outra sem explicações?", questiona.

As piadas com referências dos anos 60, os nomes difíceis dos personagens o o ritmo lento da história foram apontados como problemas pelos telespectadores em uma pesquisa feita pela emissora.

Será difícil trocar os nomes de batismo. Qual seria a justificativa? O ritmo já está sendo acelerado, mas as novas piadas tornaram-se bobas e subestimam a inteligência de quem assiste à trama.

Minissérie

Um autor de novelas, que preferiu não se identificar, disse à Folha Online que as brincadeiras da trama estão em um nível pior do que o "Zorra Total", humorístico da Globo exibido nas noites de sábado. Para ele, atores de peso que estão no elenco da trama passaram despercebidos até agora, uma falha grave.

Este mesmo autor afirma que é preciso dar mais destaque para os personagens de Marisa Orth, Joana Fomm, Ney Latorraca e Mauro Mendonça.

"Eles deveriam ser os protagonistas. Ursula Lane, a moralista vivida por Marisa, me lembra a Perpétua de 'Tieta', mas é ainda pior. Acho que a trama deve continuar investindo no lado cômico", conclui.

Uma outra hipótese que tem comprometido o sucesso da obra pode ser o fato de que "Bang Bang" não nasceu para ser uma telenovela, mas um minissérie.

A Rede Globo não confirma a especulação. Mas escritores ouvidos pela reportagem disseram que a história de Prata é curta e não precisa ser acompanhada capítulo a capítulo, características de minissérie.

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