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09/12/2005
-
10h05
JOÃO SANDRINI
da Folha Online
Momentos de efervescência política no Brasil sempre acabam nas telas de cinema. Às vezes o acontecimento é mostrado de forma real, como no documentário "Entreatos", em que o diretor João Moreira Salles exibe os bastidores da eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Outras vezes história e ficção se misturam e surgem filmes como "O que é Isso, Companheiro?" (de Bruno Barreto) ou "Olga" (de Jayme Monjardim).
Em "Bens Confiscados", o novo filme do veterano diretor gaúcho Carlos Reichenbach ("Garotas do ABC", "Alma Corsária" e "Dois Córregos"), no entanto, a corrupção em Brasília serve apenas de pano de fundo para o drama pessoal de Serena (Betty Faria, que também produziu o longa-metragem).
O filme, que estréia hoje em São Paulo e Rio de Janeiro, foi exibido no 15º Cine Ceará em junho, num dia em que a política nacional foi chacoalhada pela denúncia de que o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, teria pago mesadas a congressistas da base aliada ao governo Lula.
O roteiro, no entanto, parece ter sido inspirado em outro escândalo, o que envolveu a troca de acusações entre o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta (1997-2000) e sua ex-mulher, Nicéa Camargo.
No filme, o senador Américo Baldini (que permanece foragido e não aparece na tela) é denunciado por corrupção e tráfico de influência pela mulher Valquíria (Beth Goulart), que quer se vingar das traições do marido. A partir do suicídio de uma de suas amantes, o senador manda esconder da imprensa seu filho bastardo, Luís Roberto (Renan Gioelli), e a outra amante, Serena, em uma praia no extremo sul do Brasil.
Se o filme tem o trunfo de ser bastante atual --desde o início do governo Lula, nunca se falou tanto em corrupção, denúncia e até de impeachment-- a narrativa se perde com a atuação bastante apagada do personagem principal, Renan Gioelli, e também dos demais personagens.
Reichenbach, no entanto, defende a escolha para o papel principal do estreante Gioelli -- que depois atuou em "Meu Tio Matou um Cara", de Jorge Furtado. "O menino foi escolhido entre mais de 150 candidatos. Tinha 17 anos na época [da filmagem] e foi assustador para ele contracenar com Betty Faria como seria para qualquer outro. Mas o garoto conseguiu passar não só a fragilidade que a gente queria mas também a arrogância e o autoritarismo do pai senador", disse.
Beijo gay
No filme, a VJ da MTV Marina Person beija outra mulher. Ela encarna Michele, integrante de um grupo de pedagogas que se instala na pousada de uma praia do extremo sul do Brasil. No mesmo local também está hospedado o protagonista do filme, o adolescente Luís Roberto (Renan Gioelli), por quem Michele sente imediata atração.
Ela e a amiga Suzana (Fernanda Carvalho Leite) começam então a provocar Luís Roberto até conseguirem levá-lo em uma noite para debaixo de um píer deserto. É lá que Michele dá um longo beijo em Suzana e depois exibe os seios da amiga para o olhar assustado de Luís Roberto.
Reichenbach afirma ter uma velha relação de amizade com a VJ e que foi ela mesma que pediu para atuar em seu filme. O diretor também conta que foi aluno de pai de Marina, o cineasta Luiz Sérgio Person (1936-76).
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Carlos Reichenbach
"Bens Confiscados" tem corrupção e beijo gay
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da Folha Online
Momentos de efervescência política no Brasil sempre acabam nas telas de cinema. Às vezes o acontecimento é mostrado de forma real, como no documentário "Entreatos", em que o diretor João Moreira Salles exibe os bastidores da eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Outras vezes história e ficção se misturam e surgem filmes como "O que é Isso, Companheiro?" (de Bruno Barreto) ou "Olga" (de Jayme Monjardim).
Em "Bens Confiscados", o novo filme do veterano diretor gaúcho Carlos Reichenbach ("Garotas do ABC", "Alma Corsária" e "Dois Córregos"), no entanto, a corrupção em Brasília serve apenas de pano de fundo para o drama pessoal de Serena (Betty Faria, que também produziu o longa-metragem).
O filme, que estréia hoje em São Paulo e Rio de Janeiro, foi exibido no 15º Cine Ceará em junho, num dia em que a política nacional foi chacoalhada pela denúncia de que o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, teria pago mesadas a congressistas da base aliada ao governo Lula.
O roteiro, no entanto, parece ter sido inspirado em outro escândalo, o que envolveu a troca de acusações entre o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta (1997-2000) e sua ex-mulher, Nicéa Camargo.
Divulgação |
Marina Person (à dir) beija Fernanda Carvalho em filme |
Se o filme tem o trunfo de ser bastante atual --desde o início do governo Lula, nunca se falou tanto em corrupção, denúncia e até de impeachment-- a narrativa se perde com a atuação bastante apagada do personagem principal, Renan Gioelli, e também dos demais personagens.
Reichenbach, no entanto, defende a escolha para o papel principal do estreante Gioelli -- que depois atuou em "Meu Tio Matou um Cara", de Jorge Furtado. "O menino foi escolhido entre mais de 150 candidatos. Tinha 17 anos na época [da filmagem] e foi assustador para ele contracenar com Betty Faria como seria para qualquer outro. Mas o garoto conseguiu passar não só a fragilidade que a gente queria mas também a arrogância e o autoritarismo do pai senador", disse.
Beijo gay
No filme, a VJ da MTV Marina Person beija outra mulher. Ela encarna Michele, integrante de um grupo de pedagogas que se instala na pousada de uma praia do extremo sul do Brasil. No mesmo local também está hospedado o protagonista do filme, o adolescente Luís Roberto (Renan Gioelli), por quem Michele sente imediata atração.
Ela e a amiga Suzana (Fernanda Carvalho Leite) começam então a provocar Luís Roberto até conseguirem levá-lo em uma noite para debaixo de um píer deserto. É lá que Michele dá um longo beijo em Suzana e depois exibe os seios da amiga para o olhar assustado de Luís Roberto.
Reichenbach afirma ter uma velha relação de amizade com a VJ e que foi ela mesma que pediu para atuar em seu filme. O diretor também conta que foi aluno de pai de Marina, o cineasta Luiz Sérgio Person (1936-76).
Especial
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