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11/12/2005 - 09h52

Niemeyer faz 98, e Brasília vira estrela da TV

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LAURA MATTOS
da Folha de S.Paulo

Oscar Niemeyer pretende "sumir" na próxima quinta-feira. Não quer saber de comemoração do aniversário de 98 anos. "A vida não é tão boa para a gente estar comemorando, é difícil", atesta o mais importante arquiteto do Brasil, que trabalha de domingo a domingo, das 9h às 20h.

Não, ele não se acha merecedor de festa "só" pelo fato de continuar à frente de vários projetos no país e no exterior às vésperas de seu centenário. E mais: "Não gosto de falar a idade, não. É chato".

Mas um presente, concorda, aceitaria de bom grado: a demolição de parte da marquise do Ibirapuera para a construção de uma praça entre a Oca e o auditório, conjunto de sua autoria. "Estou contando com o Serra. Ele me prometeu que iria examinar."

E vamos encerrar de vez essa conversa de longevidade: "A gente vai se adaptando. Não tenho problema de saúde, a coisa vai andando. Vou completando minha passagem. Cada um de nós escreve uma historinha, e eu tenho uma página, mas não tem nada de especial". Só ele acredita nisso.

Como se a brilhante carreira de 70 anos já não bastasse, Niemeyer continua a acumular projetos e mais projetos. Atualmente, entre outros, debruça-se na criação de um complexo aquático para a Alemanha, em uma encomenda ainda sigilosa do Principado de Astúrias, na Espanha, na nova sede do TSE, em Brasília, no Memorial Érico Veríssimo, em Cruz Alta (RS) e em uma torre com restaurante e mirante, em Natal (RN). "É, tenho trabalhado muito."

Brasília, a grande obra do arquiteto, terá sua construção abordada em duas produções televisivas: na Globo, a minissérie "JK", de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira, que estréia em 3 de janeiro, e na Record, a novela "Cidadão Brasileiro", de Lauro César Muniz, exibida a partir de março.

A série narrará a vida de Juscelino Kubitschek, passando pela construção da capital. O terreno vazio, o lamaçal, as obras, o alojamento dos candangos e o Catetinho serão reproduzidos no Projac, no Rio. Haverá ainda computação gráfica e imagens atuais.

Para a parte arquitetônica, os autores contaram com a consultoria de Rodrigo Amaral, filho de Maria Adelaide, formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Segundo ele, a minissérie não reconstruirá a cidade do ponto de vista técnico. "Vamos reconstruir Brasília através da emoção dos que a construíram. Queremos mostrar o lado humano da construção, desde o candango que veio da seca do Nordeste até o engenheiro que largou tudo em outra cidade e se mudou para lá", diz Rodrigo.

O protagonista será interpretado por Wagner Moura (primeira fase) e José Wilker (segunda).

Já "Cidadão Brasileiro", da Record, passa por Brasília em razão da trajetória do personagem-título. Antonio Maciel (Gabriel Braga Nunes) é contratado por uma empreiteira para a construção. O autor pretende "enfocar a gigantesca obra de Brasília através da ótica de um homem do povo, um pioneiro como tantos outros, que viram na nova capital uma oportunidade de ascensão econômica".

As obras da capital serão reproduzidas numa fazenda em Bragança Paulista, no interior. A Record não economizou em sua primeira novela das oito da retomada da teledramaturgia. Além do autor-grife, contratou Lucélia Santos e outros ex-globais. Serão R$ 50 milhões de investimento, o maior do canal nessa área.

Niemeyer, claro, é fonte de pesquisa e inspiração das duas produções. Diante disso, a convite da Folha, Maria Adelaide e Muniz elaboraram perguntas ao arquiteto, que as respondeu. Leia as entrevistas VIP nos textos abaixo.

Leia mais
  • "Teremos outro JK?", indaga Maria Adelaide
  • "O que o sr. condena na capital de hoje?", pergunta Lauro César Muniz

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Oscar Niemeyer

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