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13/12/2005 - 10h27

Livro e TV lembram Nelson Rodrigues

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da Folha de S.Paulo

"Você imagina: um menino de 13 anos, vivendo com cadáveres, no necrotério, nas casas de família com assassinos, cobrindo pactos de morte, que naquela época era muito comum. Meu Deus, isso com 13 anos! Como é que esse menino vai raciocinar sobre a vida", pergunta o cineasta Joffre Rodrigues, primogênito de Nelson Rodrigues.

O dramaturgo morto há quase 25 anos, em 21 de dezembro de 1980, dizia que "três meses de reportagem policial dão a experiência de um Balzac".

Foi por aí que se safou: pelas palavras. Ele que, aos 15, viu uma mulher entrar na redação, irritada com uma matéria sobre desquite, e matar o irmão Roberto a tiros, para citar uma das fatalidades recorrentes na família Rodrigues. Deixou de ser repórter para virar personagem do crime, como diz Nelson Rodrigues Filho.

Uma concisa, mas representativa cinebiografia do autor de "Vestido de Noiva" estréia hoje no Canal Brasil, dentro da série "Retratos Brasileiros".

O canal aproveita para homenageá-lo com um panorama alentado de suas peças ou crônicas adaptadas para o cinema. Serão exibidos dois curtas e 11 longas-metragens. Entre os filmes, estão "Boca de Ouro" (1962), de Nelson Pereira dos Santos; "Toda Nudez Será Castigada" (1973) e "O Casamento" (1975), ambos de Arnaldo Jabor; "A Falecida" (1965), de Leon Hirszman; e "A Dama do Lotação" (1978), de Neville D'Almeida.

No "Retratos", imagens dessas e outras produções são entrecortadas por depoimentos como o de D'Almeida, que rememora a bem-humorada criação do roteiro em parceria com Nelson.

Também falam sobre o dramaturgo personalidades que conviveram com ele, como o crítico Sábato Magaldi, o encenador Luiz Arthur Nunes e os jornalistas Zuenir Ventura e Wilson Figueiredo.

Entre os registros documentais, há uma fala do ator e encenador polonês Zbigniew Ziembinski (1908-78) sobre o impacto da primeira leitura da peça "Vestido de Noiva", que montou em 1943, um marco do moderno teatro brasileiro.

Ziembinski destaca a busca de formas originais, "um texto legitimamente brasileiro".

Livro

A internação de Nelson Rodrigues num sanatório, durante a juventude, para tratar de tuberculose, inspirou a professora Adriana Armony em seu romance de estréia, "A Fome de Nelson" (ed. Record, 112 págs., R$ 24,90). Trata-se de uma referência àquela fase da vida em que o dramaturgo devorou clássicos da literatura, Dostoiévski à frente.

Armony analisa como a temporada passada entre os moribundos da carne influenciou a construção dos personagens de Nelson: os moribundos de alma, figuras-chave nas tramas.

Retratos Brasileiros: Nelson Rodrigues
Quando: hoje, às 20h, no Canal Brasil; de amanhã a 30/12, sempre às 20h, serão exibidos filmes adaptados de sua obra

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