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23/01/2006
-
17h24
DIÓGENES MUNIZ
da Folha Online
A partir desta quinta-feira (26), quem for à Oca, no parque do Ibirapuera, poderá ver de perto algumas das maiores criaturas que já habitaram o planeta.
A exposição "Dinos na Oca e Outros Animais Pré-Históricos" trará mais de 400 peças, entre ossos, réplicas, fósseis e reproduções de animais, na maior mostra já realizada sobre o tema no país.
Em entrevista à Folha Online, Luiz Eduardo Anelli, professor-doutor da USP, paleontólogo e responsável pela curadoria do evento, falou sobre a importância da mostra para a paleontologia brasileira.
Folha Online - Por que os dinossauros despertam tanto fascínio?
Luiz Eduardo Anelli - O público tem fascínio não só pelos dinossauros, mas também pela pré-história. Para nós, tanto um quanto o outro estão dentro de uma escala desumana. São desumanos no tamanho e são desumanos no tempo. Temos também a imagem de crueldade que é associada a esses animais e funciona como grande chamativo, principalmente para as crianças.
Folha Online - Qual a importância dessa exposição para São Paulo?
Anelli - Há uma importância educativa muito grande, já que cerca de 80 mil crianças de escolas públicas vão receber transporte e entrada gratuita. Além disso, elas e outros visitantes estarão face a face com o inacreditável. Teremos réplicas, mas ao contrário de outros museus, boa parte da exposição é de originais. É a maior reunião de fósseis brasileiros.
Folha Online - Qual é o atual estágio da paleontologia brasileira, em especial o estudo de répteis pré-históricos?
Anelli - A paleontologia brasileira de vertebrados anda muito bem. Nós temos um dos dez sítios paleontológicos mais importantes do planeta localizado na Chapada do Araripe, no sul do Ceará. É uma área riquíssima em pterossauros [répteis voadores, de ordem diferente da dos dinossauros]. As novas descobertas brasileiras atraíram os olhos do mundo para o Brasil.
Folha Online - A exposição vai refletir esse bom momento?
Anelli - Sem dúvida. O conjunto brasileiro, que estará no 1º andar do espaço expositivo, é magnífico. Nós vamos reunir no mesmo lugar algo inédito: a maior coleção de pegadas de dinossauros e mamíferos do Brasil, com aproximadamente 140 milhões de ano. É uma exposição imperdível, cujo material [mais de 400 peças, muitas inéditas] dificilmente será reunido novamente por aqui.
Folha Online - O que acha sobre a descrença na existência dos dinossauros por questões religiosas?
Anelli - Muitas pessoas também não acreditam na evolução por causas religiosas. Para mim, não crer na evolução biológica é uma inconsistência na vida humana tão grande quanto não crer na existência de Deus. Mas é compreensível. Na primeira vez em que me deparei com um Tiranossauro Rex, numa exposição, tive a mesma reação que essas pessoas: "não acredito".
Folha Online - A indústria cinematográfica ajudou bastante na difusão e popularização dos dinossauros. O que acha disso?
Anelli - Acredito que mesmo antes de Hollywood os dinossauros já cativavam o imaginário das crianças. O que Hollywood fez foi dar movimento aos dinossauros, dar cor a eles, torná-los mais reais. As coisas mudaram desde então. Sabemos, por exemplo, que a famosa cena em que um Tiranossauro Rex persegue um jipe [no filme Parque dos Dinossauros, de Steven Spielberg] não é algo possível de acontecer.
Folha Online - O sr. tem um dinossauro favorito?
Anelli - Nunca fui uma daquelas crianças fascinadas por dinossauros. Mas se fosse escolher algum deles, hoje, escolheria o Suchominus, um "pescador" que estará na exposição. Trata-se de um "imitador de crocodilo", portador de uma das maiores garras que um dinossauro já teve.
Serviço
Onde: pq. Ibirapuera - pavilhão da Oca (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, região sul, tel. 4003-2245)
Quando: Terça a domingo: 9h às 21h. Abertura 26/1. Até 30/4.
Quanto: R$ 20 (p/ estudantes: R$ 10) e R$ 50 (ingr. família: dois adultos e duas crianças até 12 anos). Ingressos comprados de terça a sexta, das 10h às 17h, têm desconto de 20%. Os bilhetes podem ser adquiridos pela internet ou por telefone pela Ingresso Fácil (www.ingressofacil.com.br, tel. 2162-7250). Aceita cartão de crédito Mastercard. Estacionamento grátis
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da Folha Online
A partir desta quinta-feira (26), quem for à Oca, no parque do Ibirapuera, poderá ver de perto algumas das maiores criaturas que já habitaram o planeta.
Divulgação |
Tamanho de dino da mostra é comparado ao de um homem |
Em entrevista à Folha Online, Luiz Eduardo Anelli, professor-doutor da USP, paleontólogo e responsável pela curadoria do evento, falou sobre a importância da mostra para a paleontologia brasileira.
Folha Online - Por que os dinossauros despertam tanto fascínio?
Luiz Eduardo Anelli - O público tem fascínio não só pelos dinossauros, mas também pela pré-história. Para nós, tanto um quanto o outro estão dentro de uma escala desumana. São desumanos no tamanho e são desumanos no tempo. Temos também a imagem de crueldade que é associada a esses animais e funciona como grande chamativo, principalmente para as crianças.
Divulgação |
Veja galeria de imagens sobre a exposição dos dinos |
Anelli - Há uma importância educativa muito grande, já que cerca de 80 mil crianças de escolas públicas vão receber transporte e entrada gratuita. Além disso, elas e outros visitantes estarão face a face com o inacreditável. Teremos réplicas, mas ao contrário de outros museus, boa parte da exposição é de originais. É a maior reunião de fósseis brasileiros.
Folha Online - Qual é o atual estágio da paleontologia brasileira, em especial o estudo de répteis pré-históricos?
Anelli - A paleontologia brasileira de vertebrados anda muito bem. Nós temos um dos dez sítios paleontológicos mais importantes do planeta localizado na Chapada do Araripe, no sul do Ceará. É uma área riquíssima em pterossauros [répteis voadores, de ordem diferente da dos dinossauros]. As novas descobertas brasileiras atraíram os olhos do mundo para o Brasil.
Folha Online - A exposição vai refletir esse bom momento?
Anelli - Sem dúvida. O conjunto brasileiro, que estará no 1º andar do espaço expositivo, é magnífico. Nós vamos reunir no mesmo lugar algo inédito: a maior coleção de pegadas de dinossauros e mamíferos do Brasil, com aproximadamente 140 milhões de ano. É uma exposição imperdível, cujo material [mais de 400 peças, muitas inéditas] dificilmente será reunido novamente por aqui.
Folha Online - O que acha sobre a descrença na existência dos dinossauros por questões religiosas?
Anelli - Muitas pessoas também não acreditam na evolução por causas religiosas. Para mim, não crer na evolução biológica é uma inconsistência na vida humana tão grande quanto não crer na existência de Deus. Mas é compreensível. Na primeira vez em que me deparei com um Tiranossauro Rex, numa exposição, tive a mesma reação que essas pessoas: "não acredito".
Folha Online - A indústria cinematográfica ajudou bastante na difusão e popularização dos dinossauros. O que acha disso?
Anelli - Acredito que mesmo antes de Hollywood os dinossauros já cativavam o imaginário das crianças. O que Hollywood fez foi dar movimento aos dinossauros, dar cor a eles, torná-los mais reais. As coisas mudaram desde então. Sabemos, por exemplo, que a famosa cena em que um Tiranossauro Rex persegue um jipe [no filme Parque dos Dinossauros, de Steven Spielberg] não é algo possível de acontecer.
Folha Online - O sr. tem um dinossauro favorito?
Anelli - Nunca fui uma daquelas crianças fascinadas por dinossauros. Mas se fosse escolher algum deles, hoje, escolheria o Suchominus, um "pescador" que estará na exposição. Trata-se de um "imitador de crocodilo", portador de uma das maiores garras que um dinossauro já teve.
Serviço
Onde: pq. Ibirapuera - pavilhão da Oca (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, região sul, tel. 4003-2245)
Quando: Terça a domingo: 9h às 21h. Abertura 26/1. Até 30/4.
Quanto: R$ 20 (p/ estudantes: R$ 10) e R$ 50 (ingr. família: dois adultos e duas crianças até 12 anos). Ingressos comprados de terça a sexta, das 10h às 17h, têm desconto de 20%. Os bilhetes podem ser adquiridos pela internet ou por telefone pela Ingresso Fácil (www.ingressofacil.com.br, tel. 2162-7250). Aceita cartão de crédito Mastercard. Estacionamento grátis
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