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26/01/2006
-
22h30
Colaboração para a Folha Online
A Europa do início do século 18 tentava tomar fôlego após as lutas sangrentas dos anos anteriores. Neste cenário, Salzburgo, terra de Mozart, se mostrava como uma pequena cidade de província, com 10 mil habitantes, que tinha a sorte de localizar-se numa das rotas em que cruzavam trajetos germânicos e italianos. Com suas famílias nobres, seus grandes burgueses, seus pequenos funcionários e seus artesãos, Salzburgo vivia totalmente centrada em torno do príncipe-arcebispo e de sua corte.
Um bom músico como Leopold, pai de Mozart, e outro que beirava a genialidade, como Michael Haydn (irmão de Joseph), lá não passavam de empregados domésticos. Com Wolfgang, a história se repetiu e ele também se sentiu desprezado na própria casa, sob as severas ordens do arcebispo Hieronymus Colloredo. Daí a preferência do compositor em passar longo tempo longe de suas raízes.
Tirania à parte, é preciso reconhecer que os príncipes-arcebispos que atuaram em Salzburg contribuíram para a promoção da cultura européia, especialmente na música com a renomada Salzburg Court Orchestra. Por meio do trabalho deles e de seus brilhantes subalternos, Salzburg tornou-se uma formidável cidade musical.
Neste período, Amadeus já era bastante conhecido e respeitado. Sua obra é considerada por alguns como a mais clássica de todo o século 18. "Todas as formas musicais existentes foram utilizadas e transformadas por Mozart, dando um novo sentido a elas. O compositor produziu uma obra imensa, fruto de contínuo trabalho. Durante sua vida, fez preciosos contatos. Em Londres, conheceu Johann Christian Bach, último filho de Johann Sebastian Bach. O cantor Farinelli que o incentivou na arte do canto. O padre Martini que o recebeu como seu igual. Sua alegria de viver, entremeada com muitos sofrimentos, espelhou em sua obra a própria essência do ser humano, no estilo da estética do Iluminismo", opina o maestro Walter Lourenção, apresentador de programas de música clássica na Rádio Cultura FM.
E essência, a obra de Mozart tem de sobra, afinal, dois séculos após o aparecimento do compositor, o mundo ainda fica boquiaberto com seu talento, assim como os reis, rainhas, príncipes e plebeus que um dia ficaram diante do pequeno gênio. Já que não pudemos vê-lo nas cortes européias, o diretor Millos Forman, no ano de 1984, presenteou os fãs do gênero com o premiado filme "Amadeus". Certamente, uma das histórias mais alugadas nas locadoras do século 20.
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A Europa do início do século 18 tentava tomar fôlego após as lutas sangrentas dos anos anteriores. Neste cenário, Salzburgo, terra de Mozart, se mostrava como uma pequena cidade de província, com 10 mil habitantes, que tinha a sorte de localizar-se numa das rotas em que cruzavam trajetos germânicos e italianos. Com suas famílias nobres, seus grandes burgueses, seus pequenos funcionários e seus artesãos, Salzburgo vivia totalmente centrada em torno do príncipe-arcebispo e de sua corte.
Um bom músico como Leopold, pai de Mozart, e outro que beirava a genialidade, como Michael Haydn (irmão de Joseph), lá não passavam de empregados domésticos. Com Wolfgang, a história se repetiu e ele também se sentiu desprezado na própria casa, sob as severas ordens do arcebispo Hieronymus Colloredo. Daí a preferência do compositor em passar longo tempo longe de suas raízes.
Tirania à parte, é preciso reconhecer que os príncipes-arcebispos que atuaram em Salzburg contribuíram para a promoção da cultura européia, especialmente na música com a renomada Salzburg Court Orchestra. Por meio do trabalho deles e de seus brilhantes subalternos, Salzburg tornou-se uma formidável cidade musical.
Neste período, Amadeus já era bastante conhecido e respeitado. Sua obra é considerada por alguns como a mais clássica de todo o século 18. "Todas as formas musicais existentes foram utilizadas e transformadas por Mozart, dando um novo sentido a elas. O compositor produziu uma obra imensa, fruto de contínuo trabalho. Durante sua vida, fez preciosos contatos. Em Londres, conheceu Johann Christian Bach, último filho de Johann Sebastian Bach. O cantor Farinelli que o incentivou na arte do canto. O padre Martini que o recebeu como seu igual. Sua alegria de viver, entremeada com muitos sofrimentos, espelhou em sua obra a própria essência do ser humano, no estilo da estética do Iluminismo", opina o maestro Walter Lourenção, apresentador de programas de música clássica na Rádio Cultura FM.
E essência, a obra de Mozart tem de sobra, afinal, dois séculos após o aparecimento do compositor, o mundo ainda fica boquiaberto com seu talento, assim como os reis, rainhas, príncipes e plebeus que um dia ficaram diante do pequeno gênio. Já que não pudemos vê-lo nas cortes européias, o diretor Millos Forman, no ano de 1984, presenteou os fãs do gênero com o premiado filme "Amadeus". Certamente, uma das histórias mais alugadas nas locadoras do século 20.
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