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29/01/2006 - 11h00

Record estréia "clone" do "Jornal Nacional"

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LAURA MATTOS
da Folha de S.Paulo

O objetivo do novo "Jornal da Record", que entra no ar amanhã em torno de 20h30: dar ao telespectador a impressão de assistir ao "Jornal Nacional", de William Bonner e Fátima Bernardes. Afinal, a Record copiou o jornalístico da Globo em tudo o que pôde, mas não conseguiu o casal 20 para sua bancada.

A apresentação do "JR" ficará a cargo dos ex-globais Celso Freitas e Adriana Araújo. Eles substituem Boris Casoy, que não concordou com o projeto de "clonagem" e saiu da emissora no fim de 2005.

Divulgação
Divulgação
Mas não são só apresentadores que vão dar cara de Globo para o "Jornal da Record". O novo cenário é uma cópia do "JN", apesar de a emissora falar oficialmente que a "inspiração" veio de telejornais norte-americanos. Até a Redação ao fundo, que virou marca do "Jornal Nacional", estará no "JR". São poucas as mudanças, como a cor da bancada e a posição dos apresentadores. Dá até para brincar de procurar as diferenças.

A "clonagem" inclui também a equipe de reportagem. Em São Paulo, apenas um repórter do antigo "JR" será mantido, Celso Teixeira. Todos os outros foram garimpados na Globo, como Lúcio Sturm, Silvestre Serrano e a veterana Abigail Costa, entre outros.

E não é só na tela que o "JR" tem ar global. Com o valor do alto salário de Boris Casoy, foi possível contratar também produtores e editores de telejornais da Globo.

Douglas Tavolaro, 28, diretor de jornalismo da emissora, nega o projeto de clonagem. "A idéia não é fazer um clone do "Jornal Nacional". A gente quer ter um caminho próprio, com a cara da Record." Mas, em seguida, orgulha-se: "Montamos um time de jornalistas de primeira, todos da Globo. Entre produtores e editores, tiramos oito profissionais deles".

Segundo Tavolaro, a Record fez "um ataque a Pearl Harbor [bombardeio do Japão nos EUA, em 1941]" para tentar contratar globais. "Convidamos vários de uma vez para dar menos tempo para a Globo cobrir as propostas."

O "JR" terá correspondentes em Tóquio, Jerusalém e em alguma capital africana, a ser definida, além de Londres e Nova York.

Igreja

Homem de confiança da Igreja Universal, que controla a Record, o jovem Tavolaro ganhou poder com a saída de Boris Casoy. Antes, o "Jornal da Record" era uma "ilha" na emissora, não subordinado à direção de jornalismo.

O novo diretor não quer mais um telejornal opinativo, como era com Casoy. Segundo ele, a intenção é ganhar "agilidade". "Com todas as mudanças do jornalismo da Record, a proposta editorial do antigo "JR" acabou destoando. Estava um pouco aquém dos outros telejornais, que são mais dinâmicos e modernos."

As reportagens serão mais curtas e o "clone" do "JN" dificilmente começará com notícias densas e complicadas para o Hommer (personagem um tanto alienado dos Simpsons, usado por William Bonner nos bastidores para definir o telespectador médio).

O plano é aproveitar a boa fase de "Prova de Amor", que antecede o "JR" na programação. A novela das sete tem registrado médias perto de 20 pontos (já empatou com o "JN"), mas o "JR" derruba para, no máximo, sete pontos. A partir de amanhã, com a repaginação, a Record quer subir a média para mais de dez, o que também facilitaria a estréia de "Cidadão Brasileiro", em março. Afinal, "clone" da Globo que se preze não pode deixar de ter uma novela das oito forte.
 

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