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29/01/2006 - 11h57

Famosos disputam convite VIP para U2 e Stones

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LAURA MATTOS
THIAGO NEY
da Folha de S.Paulo

Enquanto você lê esta reportagem, dezenas de celebridades e pseudocelebridades tentam ligar para os organizadores dos shows dos Rolling Stones e U2 para implorar por convites das áreas VIPs. E muitos deles vão ouvir um sonoro "não" como resposta.

Várias figuras conhecidas do público ficam de fora das listas de privilegiados, apesar de a apresentação dos Stones contar com 4.000 lugares para convidados (camarote Claro/Motorola) e de cada um dos dois shows do U2, com 1.400 (700 no espaço Claro/ Siemens e 700 no do Pão de Açúcar). Só para o show dos Stones, a lista de espera dos famosos tinha 400 nomes até a última quinta.

Tanta briga tem razões óbvias. No caso dos Stones, os VIPs não terão de enfrentar o aperto entre as cerca de 2 milhões de pessoas esperadas para o evento gratuito, na praia de Copacabana, no Rio, em 18 de fevereiro. E estarão bem em frente ao palco, enquanto a maioria dos não-VIPs (sigla de "very important person", pessoa muito importante) vai enxergar Mick Jagger do tamanho de um Playmobil. Isso se enxergar.

Já os agraciados das áreas VIPs do U2 (20 e 21/ 2, no estádio do Morumbi), fora a visão privilegiada e a distância da muvuca, ficaram livres das filas desorganizadas para comprar ingresso e de desembolsar pelo menos R$ 200 pelo convite. Isso sem falar da comida e bebida gratuitas e acesso mais fácil a banheiros. Como dizia o célebre colunista social carioca Ibrahim Sued, "sorry, periferia"...

E vamos ao que interessa: quem está dentro e quem está fora dessa lista de privilegiados? Não são premiadas só celebridades. Tem também a cota de "corporativos", ou seja, parceiros e clientes importantes dos patrocinadores.

Há os políticos, que, no caso dos Stones, serão convidados pela Prefeitura do Rio de Janeiro, também financiadora da vinda dos roqueiros. Para as celebridades, "sobraram" 1.200, ou melhor, 600 pares, já que VIP sempre tem pelo menos um acompanhante.

Em cada um dos shows do U2, serão cem vagas para os famosos e 600 para "corporativos" no camarote Claro/Siemens, além de 700 convidados do Pão de Açúcar (parceiros do supermercado, amigos da família Diniz, dona da empresa, e de Alexandre Accioly, produtor do espetáculo).

Alicinha Cavalcanti, promotora responsável pelas áreas da operadora de telefonia, faz um mix de VIPs: artistas de televisão, cinema, teatro, socialites, turma da moda, escritores, atletas. E jogadores de futebol? "Neste ano [de Copa do Mundo], eles são bem-vindos", responde ela, que anda com pelo menos três celulares.

Há algumas regras. Quem atua na novela que está no ar agora costuma ser mais valorizado do que o elenco que já saiu do ar. Ator de "Belíssima" é melhor que de "América". Mas isso não vale para a "caída" "Bang Bang".
Alicinha afirma ter 16 mil nomes em seu mailing (lista). "E todos eles, do Faustão ao "Zé da Couve", me deram o contato de próprio punho", explica.

Excluídos

A lista de VIPs tem de ser aprovada pela Claro. Alguns ela inclui e a empresa veta, como o telebarraqueiro João Kléber e a ex-loira do Tchan Carla Perez. Ser ex-qualquer coisa, aliás, queima o filme. Ex-mulher, ex-participante de "reality show". Quem reúne dois "ex" no currículo, então... Carola Oliveira, lembra? A ex-Chiquinho Scarpa e ex-"Casa dos Artistas" não entra em lista de Alicinha. "Nem quando era casada com ele", sentencia a promoter.

Ela é famosa por ter pulso firme com as celebridades. "Sem convite, não entra." Nem a Fernanda Montenegro? "A Fernanda eu coloco para dentro." Mas ela, como todos os VIPs, têm de vestir a camiseta da Claro. "É uma troca justa. Eles dão visibilidade à empresa, que gastou dinheiro para bancar os shows. Tem gente que não gosta, como o Roberto Justus. No convite dele tem uma observação: "Tem que vestir a camiseta"."

A maior parte dos famosos só pode levar um acompanhante. Mas há exceções. O casal Alexandre Borges e Júlia Lemmertz conseguiu convite para a filha. Christiane Torloni, que faz aniversário no dia do show, ganhou de presente quatro ingressos, além do dela e do marido. E Luciana Gimenez, espécie de primeira-dama da apresentação no Brasil, além do namorado, levará a mãe, o irmão e, claro, o filho Lucas, herdeiro do astro Mick Jagger.

Lista negra

Promoter há 22 anos, Alicinha possui uma "lista negra" de "personas non gratas". "Há pessoas que dão problema. Tenho uma lista com mais de 50. Tem gente do time social, com nome, com educação, mas que bebe e perde a compostura. Gente que destrata funcionário, que incomoda."

Tem também os da "geladeira", como a ex-modelo Cláudia Liz. "É minha amiga, mas coloquei um tempo no freezer. São pessoas que não responderam a convites ou que foram convidadas, não apareceram nem deram satisfação."

O credenciamento para os VIPs dos Stones será na churrascaria Porcão, no Rio, e envolve um forte esquema antipirataria. "Terá crachá, cartão com código de barra, pulseira e camiseta. E cada fornecedor é de uma cidade diferente", conta Alicinha. "As pulseiras vêm de Londres e ficarão escondidas comigo num cofre do Copacabana Palace. E há um "quinto elemento" de identificação que não revelo nem sob tortura."

Para a área do Pão de Açúcar, no show do U2, as regras não são menos rígidas. "Não damos opção para o convidado. Se ele for chamado para a apresentação do dia 20, terá que ir no dia 20. Senão eu ficaria louca", diz a promoter Ana Maria Carvalho Pinto.

"Mas, claro, tentamos agrupar os amigos, as panelinhas, num mesmo dia." Resumindo, a vida dos VIPs não é tão mole assim, mas é bem mais fácil do que a sua.

Especial
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