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03/03/2006 - 18h20

Alemanha veta filme inspirado em canibal

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da Efe, em Berlim

O Tribunal Territorial de Frankfurt proibiu a estréia na Alemanha do filme "Butterfly", de Martin Weisz, por levar em conta os direitos pessoais de Armin Meiwes, o chamado "canibal de Rotemburgo", inspiração do filme.

O Tribunal Territorial de Frankfurt considerou que os direitos de Armin são mais importantes do que a liberdade de expressão dos meios de comunicação arte e cinema, segundo informou hoje em comunicado.

"Embora o 'canibal de Rotemburgo' real, Armin Meiwes, com seu feito sem precedentes, tenha gerado uma grande atenção midiática, isso não significa que deva permitir que o transformem em tema de um filme de terror", argumentou o juiz.

Rodado em inglês, o filme é protagonizado por Thomas Kretschmann, no papel do canibal Oliver Hartwin, por Thomas Huber, representando a vítima Simon Grombeck, e pela atriz Keri Russell, que faz a estudante de psicologia criminal Katie Armstrong.

O advogado de Meiwes, Harald Ermel, tinha interposto um requerimento ante o juizado ao considerar que o filme, que devia estrear em 9 de março com o título Rohtenburg, fere os direitos pessoais de seu cliente. O produtor do filme, Marco Weber, sustentou que o filme só foi inspirado, e não baseado, no caso.

No entanto, embora no filme os nomes dos protagonistas tenham sido mudados, a história é praticamente uma cópia do caso real.

Crime

O "canibal de Rotemburgo" ganhou hoje esta batalha judicial, embora ainda esteja pendente da sentença de seu julgamento, que provavelmente não sairá até maio. Armin Meiwes, acusado de assassinato, foi julgado em 12 de janeiro na Audiência Provincial de Frankfurt, depois que o Supremo Tribunal Federal ordenou a reabertura do processo, porque a promotoria tinha apresentado uma apelação.

Em janeiro de 2004, Armin foi condenado a oito anos e meio de prisão por homicídio pela Audiência Provincial de Kassel, após confessar ter matado o berlinense Bernd Jürgen Brandes, de 43 anos, que viajou de Berlim à pequena cidade de Rotemburgo do Fulda para ser morto e devorado pelo canibal.

Primeiro, o canibal alemão cortou o pênis de sua vítima e o passou na frigideira para que comessem juntos, como tinha pedido Brandes. Quando ele agonizava, Armin o matou a facadas, o esquartejou e enterrou partes de seu corpo no jardim, enquanto congelou outras partes para comer em dias posteriores.

O antropófago, 44, não pôde ser julgado por canibalismo, já que esta prática não é caracterizada como crime na Alemanha.

A macabra história do "canibal de Roteburgo" também inspirou outros cineastas, como Rosa von Praunheim, ícone do movimento homossexual na Alemanha, e grupos de música, como o sexteto alemão Rammstein.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o canibal de Rotemburgo
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