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08/03/2006 - 10h28

Retrospectiva traz Margarethe Von Trotta a SP

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CHRISTIAN PETERMANN
Colaboração para a Folha de S.Paulo

A diretora alemã Margarethe von Trotta aproveitará sua primeira visita a São Paulo, acompanhando, hoje, no Centro Cultural Banco do Brasil, a abertura da retrospectiva completa e inédita de seus trabalhos para cinema para desfazer duas imagens que a mídia costuma associar à sua obra: a de que ela é uma cineasta de caráter exclusivamente político e a de que seu estilo é frio e distante.

Reconhecida pelos premiados "Os Anos de Chumbo" (1981) e "Rosa Luxemburgo" (1985), dois clássicos do cinema político alemão, Von Trotta é rotulada de cineasta do engajamento. Em entrevista à Folha, ela diz que seus temas vão além da estrutura política --exploram dimensões como a existencial e a poética.

Seus filmes tratam, acima de tudo, da relação entre seres humanos, em especial entre mulheres ativas e dominantes. São obras sobre a amizade em tempos de privação e provação. Sua filmografia prova que, longe de ser fria, é sutilmente emocional. "Mas não é sentimental. A complexidade dos personagens está na intimidade emocional", afirma ela.

Von Trotta considera-se honrada de ver uma mostra de sua obra ser associada ao Dia Internacional da Mulher. "Sempre fui feminista, numa atitude intelectual. Mas preciso dizer que não votei em Angela Merkel para chanceler."

Expirações e inspirações

Nascida em Berlim em 1942, Von Trotta casou-se com o diretor Volker Schlöndorff em 1971 e com ele estreou na co-direção quatro anos depois, com "A Honra Perdida de uma Mulher".

A partir de então, ela ergueu um conjunto de obras caracterizado por fortes personagens femininas e a presença de algumas das melhores atrizes européias, como Barbara Sukowa, Hanna Schygulla e Fanny Ardant. São títulos que, segundo ela, "expiram e inspiram. Quando expiro, minha visão de mundo é externa e histórica. Quando inspiro, volto-me para a realidade pessoal".

Neste grupo, desconhecido do espectador brasileiro, estão filmes como "O Equilíbrio da Felicidade" (1979), "A Caminho da Loucura" (1982) e as co-produções italianas "Medo e Amor" (1988) e "O Retorno" (1990). Seu filme mais recente, "As Mulheres de Rosenstrasse" (2003), equilibra as duas "respirações".

Ela concluiu recentemente "Ich Bin die Andere" (eu sou a outra), sobre múltipla personalidade, e está escrevendo um roteiro sobre a filósofa alemã Hannah Arendt.

Nota-se que seu amplo escrutínio da alma feminina permanecerá sem amarras. Sua curiosidade ensinou-lhe a revelar as muitas camadas da personalidade sem alienar qualquer aspecto. É um ato político dos mais sábios.

Retrospectiva Margarethe von Trotta
Quando: de hoje a 19/3. Hoje: "A Honra Perdida de uma Mulher" (15h30); "As Mulheres de Rosenstrasse" (17h30); debate com a diretora (20h)
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil (r. Álvares Penteado, 12, SP, tel. 0/xx/11 3113-3651); www.bb.com.br/cultura
Quanto: R$ 2 e R$ 4

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