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10/03/2006 - 10h59

Multado, Guilherme Fontes diz que foi à falência

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SILVANA ARANTES
da Folha de S.Paulo

O TCU (Tribunal de Contas da União) multou anteontem o ator Guilherme Fontes em R$ 250 mil e cobra dele a devolução de R$ 15 milhões aos cofres públicos.

A decisão nada tem a ver com o rumoroso caso do filme inacabado "Chatô", cujas contas também foram analisadas pelo tribunal, em razão de suspeitas de desvio de dinheiro, levantadas pelo Ministério da Cultura, em 1999.

Lula Marques
Chatô queima Guilherme Fontes em arquivo
Chatô queima Guilherme Fontes em arquivo

O TCU concluiu pela inocência de Fontes no caso do longa. A cobrança determinada anteontem refere-se ao projeto "500 Anos de História do Brasil", que o ator conduziu paralelamente ao do filme sobre o magnata das comunicações Assis Chateaubriand.

Fontes obteve aprovação segundo as leis de incentivo à cultura (que autorizam empresas a destinar parcela de seu IR a projetos culturais) para realizar 36 episódios documentais sobre aspectos da história do país.

O TCU afirma que o produto final não foi apresentado e que o ator não prestou contas dos R$ 4,6 milhões que obteve, com benefício das leis, para realizá-lo. Corrigido, o valor resultou na cobrança de R$ 15 milhões, feita a Fontes e à sua sócia no projeto.

O advogado do ator, Alberto Daudt, afirma que, assim que tiver conhecimento dos fundamentos da decisão do TCU, tomará "as medidas judiciais cabíveis". O tribunal informa que cabe recurso de sua decisão.

Fontes diz que não teve condição de concluir o projeto nem de apresentar a prestação de contas, porque a suspensão do projeto "Chatô" e batalha judicial que se seguiu à paralisação das filmagens o levaram à falência.

"A verdade é que faliram a minha empresa com essa exigência de prestação de contas doente e antecipada, desde 1999", diz.

Fontes filmava "Chatô", quando o Ministério da Cultura o acusou de desvio de dinheiro e pediu ao TCU que averiguasse as contas do filme. As filmagens foram então suspensas.

Fontes diz que não entregou a prestação de contas do projeto "500 Anos de História do Brasil" "não porque ela não exista, mas porque não tive condições financeiras de contratar empresa especializada para fazer isso".

A inconclusão do projeto, segundo ele, "repete" a trajetória de "Chatô": "A captação [do orçamento total autorizado] não foi concluída, há saldo a captar e me foi cassado o direito de concluir".

No mês passado, a Ancine (Agência Nacional do Cinema) decidiu que pedirá ao TCU a reabertura do caso "Chatô".

Segundo a agência, Fontes deveria devolver aos cofres públicos R$ 30 milhões, relativos ao que captou para realizar o filme. O orçamento de "Chatô" autorizado pelo Ministério da Cultura era de R$ 12 milhões. Fontes diz que retomaria ontem a montagem do longa.

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